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Tudo estava certo.

Na noite anterior antes de eu ir embora para a minha casa, Andrew teve a ótima ideia de irmos à praia que costumávamos nadar quando éramos mais novos. Topei a ideia de imediato. Já fazia algum tempo que não curtia nem mesmo uma piscina, então para mim estava mais que ótimo. Ficou tudo confirmado para o dia seguinte e mal pude esconder a minha empolgação.

Combinamos de às nove horas daquela manhã ele passar lá em casa para seguirmos juntos, mas como sou uma pessoa ansiosa, estava de pé antes mesmo das oito, e fiquei pronto antes mesmo das nove horas, sentado no sofá esperando por ele com tudo pronto. Eu ia levar para a praia, uma bolsa com toalhas limpas para me enxugar, óculos escuros, dinheiro, protetor solar, chapéu de praia e tudo mais.

Mamãe até fez piada ao me ver pronto às oito horas da manhã sabendo que Andrew só chegaria por volta das nove horas. Ela comentou que eu sempre fui uma pessoa ansiosa desde a infância. Não podia combinar nada que eu já não conseguia dormir direito pensando naquilo. Era assim toda a vida, ela disse.

É incrível que quando a gente fica mais velho, tudo para a nossa mãe lembra uma história da nossa infância. Elas costumam comparar certas situações para ver o que mudou e o que não mudou desde aquela época. Acho que era por isso que nossos avós contavam tantas histórias.

Andrew chegou por volta das nove e quinze da manhã e eu já estava completamente pronto, portanto me despedi da mamãe e saí com ele rumo à praia que não ficava muito longe dali caminhando a pé. Quando íamos até lá quando éramos mais novos, já se tornara uma rotina e parecia ser bem perto, mas agora que já fazia algum tempo que eu não fazia aquele percurso, pareceu um pouco longe.

Assim que chegamos, sentamos na areia próximo ao mar com as nossas coisas. De vez em quando a água vinha até próximo os meus pés e molhava. A maré parecia estar enchendo naquele dia aos poucos. Andrew foi o primeiro a entrar na água. Ele tirou sua bermuda e a camiseta regata branca quase transparente que usava, mostrando sua sunga azul com vários patinhos de borracha amarelos desenhados. Eu ri quando vi, já que vestia uma sunga vermelha lisa.

― Bela sunga! ― falei.

― Recebi algumas dicas do esquadrão da moda meu querido! ― brinca ele.

Ele pula na água, enquanto eu fico ali obervando-o mergulhar na água salgada da praia. Eu ainda estava completamente vestido, com a minha camiseta regata verde musgo e meu calção azul marinho. Andrew parecia bem à vontade, lavando-se naquelas águas e me veio à memória das vezes que vínhamos juntos até ali, quando corríamos pela praia implicando um com o outro, nos divertindo, quando nada mais na vida importava.

Sou arrancado dos meus pensamentos com a visão se Andrew vindo em minha direção. Ele se aproxima de mim e tenho a plena certeza de que ele vai pegar a sua toalha, mas na verdade ele me puxa e eu dou um grito, já tendo a certeza das suas intenções para comigo. Ele me arrasta para as águas da praia, enquanto eu reluto para não ficar ensopado. Tento me livrar dos braços dele, mas eles então trancados em minha cintura, enquanto me carregava.

Agora já sentia meus pés se molharem enquanto eu ainda relutava para me desvecilhar dos braços de Andrew, que ria executando a tal proeza. Minha luta se torna mais intensa, então os braços de Andrew já não aguentavam mais me segurar. Com o último movimento que dou má tentativa de me soltar, acabo derrubando nós dois. Caio deitado e acabo me molhando todo. Tudo que Andrew faz e rir, enquanto eu me levanto da água completamente ensopado.

― Eu não queria me molhar! ― reclamo. ― E agora olha só o que você fez!

― Veio para a praia fazer o que se não pra tomar um banho? ― pergunta ele ainda rindo.

"The ᴮᵒʸB̶e̶s̶t̶friends"Onde histórias criam vida. Descubra agora