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Não conseguia esquecer aquilo.

Não conseguia me lembrar direito como tudo aconteceu. Num minuto Antônio e eu nos encarávamos de pé, já no outro, estávamos agarrados no chão. Ainda podia sentir a fibra do cabelo dele em minha mão. Ainda não podia acreditar no que eu fizera. Não sei porque eu sorri, mas aquilo me parecia engraçado agora.

Lembro da irmã dele nos censurando por aquilo. Não lembro da sua fisionomia, pois a vi muito rápido. Sabia mais ou menos como ela era. Uma mulher morena, magra de olhos expressivos. Lembrava perfeitamente do vestido pólo azul que ela usava até o meio das coxas. Tinha certeza que a reconheceria na rua caso a visse, mesmo que seus traços não fossem tão claros assim na minha memória.

Esfrego minha cabeça ao pensar naquilo. Realmente havia feito o ato de burrice do século. Estava completamente injuriado com aquilo. Mesmo com o celular em mãos, meus pensamentos prevaleciam. Nenê estava deitada no mesmo lugar da cama em seu sono profundo. Da maneira como estava toda encolhida e de olhos fechados, parecia estar sonhando altamente, se é que gatos sonhavam.

Meu celular vibra em minhas mãos. Direciono o meu olhar para ele e vejo que se trata de uma ligação de Jennifer. Me ajeito na cama, ficando numa posição mais confortável antes de atender ao telefone e quando finalmente estou confortável o suficiente, atendo a ligação e ouço a voz dela do outro lado chamar por meu nome.

Jennifer: "Max?"

Eu: "Oi sumida!"

Jennifer: "Ai, tenho que te contar o porquê de eu ter sumido esses dias!"

Eu: "Acho que já posso imaginar!"

Dou uma risada maliciosa que dá para ser ouvida do outro lado da linha.

Jennifer: "Amigo, vem pra cá que eu vou te contar todos os detalhes sórdidos!"

Se aquilo fosse o que eu já estava imaginando que fosse, ela realmente contaria os detalhes mais sórdidos possíveis. Em detalhes indescritíveis. Faria um verdadeiro conto Erótico. Ela realmente era bem específica em certos detalhes, o que eu via como um pouco desnecessário, mas era Jennifer. Tudo para ela era como uma boa putaria. Já dizia ela: "A vida é como uma boa suruba, mas a gente tem que saber a hora certa de gozar!". Não sei se a considerava uma ótima conselheira ou uma tarada completa. Na dúvida, seriam as duas opções. Ela era as duas coisas mesmo...

Eu: "Claro amiga, já estou indo aí!"

Eu já me levanto no mesmo minuto em direção ao meu guarda roupa ainda sem desligar o telefone. Eu estava apenas com um calção velho de ficar em casa e sem cueca, pois era bem mais confortável. Quem morava sozinho, entendia bem isso. Não há nada melhor do que sentir a liberdade.

Jennifer: "Vê se não demora hein amigo, vou te fazer um relatório completo!".

Eu: "Já vou me arrumar!"

Jennifer: "Então tá certo, beijos!"

Eu: "Beijos!"

Jennifer: "Tchau!"

Eu: "Tchau!"

Finalmente encerro a ligação e volto a depositar a minha atenção totalmente na roupa que eu iria usar para sair. Eu sabia que não precisava me arrumar muito, afinal, eu só ia fazer uma outra visitinha à Jennifer que morava não muito longe dali. Só precisava de uma roupa organizada. Pego uma bermuda floral bem leve e uma camiseta branca com o desenho de uma caveira mexicana. Visto-me e já estou pronto para sair.

Não demoro muito para chegar à casa de Jennifer e assim que chego, ela me convida à entrar e eu assim correspondo. Ficamos na sala. Ela parece empolgada em cada movimento. Sua expressão revela o grau de intensidade daquela empolgação. Ela nem precisava dizer nada para que aquilo fosse visto.

"The ᴮᵒʸB̶e̶s̶t̶friends"Onde histórias criam vida. Descubra agora