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A despedida foi muito chorosa.

Andrew e eu já estávamos voltando novamente para São Paulo, mas aquela viagem já havia se tornado uma das mais marcantes, pois mudou tudo para nós. Coisas que eu não poderia esperar na minha vida inteira se tornaram realidade como num piscar de olhos diante de mim. No fim de tudo a viagem foi muito mais do que eu poderia esperar.

Eu me despedia da mamãe e de Manu. As abraçava com muita força e também não podia conter as lágrimas assim com elas duas. Parecia até que eu nunca mais voltaria a vê-las, o que não era uma verdade. Sempre que eu podia estava falando com elas por vídeo chamada ou mesmo ia até ali para matar a saudade e lhes dar um abraço bem apertado justamente como agora.

Andrew já estava me do lado de fora do uber. Ele já tinha guardado a minha mala dentro do porta-malas do carro e agora assistia à cena da minha despedida com a minha família em frente à casa. Assim que mamãe me largou, Andrew se aproxima dela e também lhe aplica um abraço, dando outro em Manu logo em seguida, então entramos por fim no uber.

Sinto uma leve sensação de saudade sem ao menos ter partido ainda, pois pela janela do carro ainda conseguia ver minha mãe e minha irmãzinha mais nova. Aquela leve pontada no coração que sentia era a confirmação de que eu as amava e sentiria muita saudade delas na cidade, mas agora mais do que nunca estaria sempre em contato com elas duas, pois eram os maiores bens que eu tinha na vida.

O carro finalmente deu a partida e pelo vidro de trás da carro as assisti ficar menores enquanto acenavam para mim e eu fazia o mesmo para ela. Chegou um ponto quase no fim da rua que eu as via tão pequenas como formigas. Volto a me sentar normalmente no banco traseiro do carro ao lado de Andrew, que pousa a sua mão na minha perna olhando fixamente para mim com um sorriso reconfortante, pois como amigo ele sabia mais ou menos o que eu estava sentindo naquele instante. Ponho a minha mão sobre a sua, então devolvo o sorriso da maneira que eu posso.

― Posso te fazer de travesseiro? ― pergunto.

― Claro! ― responde ele encolhendo os ombros, então me recosto sobre ele.

Andrew e eu ficamos assim por algum tempo na viagem, então em um certo momento enquanto estamos falando da nossa volta à São Paulo, ele me diz:

― Acho que merecemos ter uma primeira vez digna da que supostamente tivemos antes de viajar.

Dou uma risada.

― Você chama aquilo de primeira vez? ― indago. ― Eu nem lembro se de fato aquilo aconteceu, então para mim vai ser uma primeira vez de qualquer jeito.

Andrew ri.

― Realmente aquilo não conta como primeira vez. Estávamos bêbados e completamente inconscientes. Já estou deletando aquilo da minha mente em três. Dois. Um... ― ele faz o zero com a mão em total silêncio o que me faz rir.

― Ai Andrew, você não existe! ― digo dando um beijo de leve nos seus lábios e voltando a me aconchegar em seus braços que me faziam sentir totalmente seguro.

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Assim que via o prédio onde morávamos, mesmo que de longe, sentia aquela sensação boa do quanto era ótimo estar novamente em casa. Mal podia esperar para chegar e me esticar na cama. Poderia dormir o resto do dia. Também queria tomar um banho para começar e ficar bem refrescado, desfrutando de um corpo limpo. Andrew talvez pedisse um delivery para nós dois almoçarmos e talvez o resto da tarde seria de sono grande para nós dois. A viagem fora bem cansativa, mesmo que tivéssemos passado todo o tempo com a bunda grudada numa cadeira.

"The ᴮᵒʸB̶e̶s̶t̶friends"Onde histórias criam vida. Descubra agora