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Meses depois...

Nosso canal finalmente tinha chegado em 1 milhão de inscritos e aquilo era um motivo enorme para uma comemoração. Todo o nosso trabalho para chamar inscritos estava surtindo efeito. Nesse período Andrew também tinha voltado a postar vídeos no YouTube. Estava tudo caminhando finalmente. Nosso plano não havia sido em vão e agora podíamos ver aquilo, pois nossos sonhos estavam começando a se tornar realidade. As pessoas estavam gostando de ver a minha vida ao lado de Andrew.

Na noite anterior vimos aquilo e pulamos em comemoração. Disse a Jennifer que também vibrou conosco pela vídeo chamada. Conclui que aquilo precisaria de uma comemoração, então Jennifer nos avisou sobre a balada das pocs que teria naquele final de semana. Uma noite para curtir, beber e dançar até o sol raiar, era exatamente o tipo de coisa que eu estava precisando para uma comemoração. Andrew e eu concordamos em ir. Jennifer disse também que iria com Giovanni. Ela adorava uma balada GLS, portanto o rolê já estava marcado.

Nunca havia estado tão feliz. As coisas estavam finalmente dando certo. Parecia até com o final feliz do meu filme, então já podia subir a tela preta para os créditos porque esse era o final perfeito para mim.

Eu mal podia me aguentar para à noite. Apesar de que Andrew ia chegar do trabalho e então só às onze horas é que de fato iria abrir a balada, mas pelo menos no outro dia ele estaria de folga, portanto, teria um dia inteiro de descanso para recompor as forças.

Geralmente quando se estava ansioso para alguma coisa, tudo ao seu redor parecia não ser o suficiente para lhe distrair até que venha à acontecer na hora certa o que tanto se espera. A cabeça simplesmente quer ficar martelando isso e já não dá para fazer mais nada, pois agora só existe isso em sua mente que não quer mais se desprender desse pensamento.

Era chato quando isso interferia no meu sono. Na noite passada mal consegui dormir apenas tendo sonhos com o momento que viria. A última vez que abri os olhos e olhei meu celular, vendo que eram nove horas da manhã, simplesmente não consegui mais dormir. Minha cabeça havia acionado e por mais que eu soubesse que até ali o meu sono ainda não havia sido completamente reposto, mas minha mente me convenceu de que eu tinha que acordar para sofrer até à noite.

Chato.

Estou tentando parecer o mais natural possível quando Andrew entra pelas portas. Quero fingir que não o estou esperando e que as coisas vão acontecer naturalmente. Estou mexendo no celular e evito fazer expressões animadas quando o vejo. A cada minuto que se aproxima eu sinto vontade de pular e gritar para extravasar toda a adrenalina que a ansiedade estava me jogando.

A pior tortura de todas é não ter com quem conversar o dia inteiro só sobre isso. Eu poderia parecer um louco, mas não havia ninguém ali naquele apartamento para me julgar, portanto eu falava sozinho sobre os meus planos para esta noite à fim de extravasar um pouco daquela ansiedade toda.

Eu poderia ter ido à casa de Jennifer para passar o dia todo com ela, mas a verdade é que quando eu estava ansioso, eu só queria ficar sozinho apresentando os meus planos para a pessoa invisível que não falava nada, apenas ouvia. Minha boca ficava incontrolável e em meio ao falatório, eu pulava e dava alguns gritos no travesseiro. Andava de um lado para o outro com a agonia que me dava no cérebro e não gostava que vissem essa parte de mim que me fazia parecer um louco.

A ansiedade também me deixava contente. Eu ria por qualquer besteira. Era basicamente como se a ansiedade fosse as cócegas do cérebro, pois ela me fazia rir e ficar completamente agoniado. Era uma adrenalina inexplicável que passava correndo de cima a baixo pelo meu corpo. Também sentia frio na barriga. Acho que ela andava lado a lado com o nervosismo afinal de contas.

"The ᴮᵒʸB̶e̶s̶t̶friends"Onde histórias criam vida. Descubra agora