Mesmo que você me deixe - Série Confiança

Capítulo 7 - Lisandra

Encaro o reflexo do meu rosto no espelho pensando que não pode ficar pior. Estou parecendo uma morta viva e nada, simplesmente nada para no meu estômago, a última coisa que comi foi a torta de limão de Regina que foi expulsa pelo meu estômago assim que pisei nesse lugar. Escovo os dentes mais uma vez e molho meu rosto.

Odeio isso.

- Qual a sua tara por banheiro Lisandra?? – a pergunta de Vini vem acompanhada de fortes batidas na porta – Pelo amor de Deus você passou mais tempo ai que trabalhando!

Reviro os olhos e saio encontrando com sua cara de poucos amigos.

- Uma semana não foi o suficiente para você?

- Não enche Vini – passo por ele estressada.

Estou enjoada, cansada e com fome!

Paloma me encara enquanto sirvo as bebidas pedidas e as coloco na bandeja.

- Você não está bem Lisa, por que não vai para casa?

- É só um mal estar – digo e saio para levar os pedidos aos únicos clientes que sobraram – Para onde vai tanta bebida? – resmungo.

Deixo as bebidas enquanto os homens de Rufos terminam de colocar o pó num pacotinho e jogá-lo sobre a pilha na cadeira com muitos outros.

- Não vai querer nada Lisandra? Sentimos sua falta na última semana – Jack sorrir prendendo o cigarro entre os dentes.

- Não obrigada – viro mas ele segura meu braço.

- O que foi? Achou outro fornecedor? Sabe que nenhuma é melhor que a nossa.

- Ainda tenho da última vez – minto e ele arqueia a sobrancelha.

- Por acaso não está pagando direito as meninas Vini? – um outro grita e os outros começam a rir – Se o problema for dinheiro, sabe como podemos resolver isso não é princesa?

Nojento.

- Se ela precisar de dinheiro, com certeza não vai ser de você que vai pedir – a resposta vem de uma pessoa que eu não esperava ver tão cedo por aqui.

- Kevin – Jack sorrir – Você anda sumido.

- Estava resolvendo umas paradas – dá de ombros enquanto puxa um pacotinho para si deixando o dinheiro sobre a mesa.

- É – respondo amarga – Entre as pernas de algumas vadias.

Alguns riem e outros zombam com ele, todos sabem que temos um rolo, que tínhamos uma relação, foi por causa desse idiota que eu vim parar nesse lugar.

- Não sabia que era ciumenta querida – pisca tocando meu queixo – Não se preocupe, o lugar entre as suas pernas ainda é meu preferido.

Canalha.

- Procurei você no apartamento e a velha disse que você não está mais lá, para onde foi?

- Não te interessa! – vejo ele cerrar os olhos me alertando mas simplesmente lhe dou as costas.

- Vem – ele pega minha mão de repente e sai me puxando, passamos pelo balcão e depois pela porta em direção ao corredor até a saída dos fundos, cenário de muitas das nossas transas.

Desgraçado, se ele pensa que pode simplesmente me procurar quando bem entender está muito enganado.

- Não gosto quando faz cena na frente do pessoal – diz calmo se virando para mim – Já não tínhamos conversado sobre isso?

- Vai se...

- Opa!! – me cala e então rir – O que sua mãe diria desse seu comportamento?