Capítulo 21 - Henrique

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Acordo com o barulho da porta batendo e as chaves sendo jogadas sobre o pote. Sorrio diante da marca registrada de Lisandra, ela sempre joga as chaves sem cuidado algum sobre o aparador. Quando chega no quarto ela até tenta ser silenciosa, mas silêncio e Lisandra não se encaixam na mesma frase, muito menos no mesmo cômodo, eu gosto, ela dá vida a esse lugar.

Entra no banheiro sem cerimonias e me espreguiço me forçando a acordar, ainda está cedo, o que me indica que ela saiu junto com o sol.

A sigo para dentro do banheiro e a vejo com as mãos apoiadas na parede deixando a água cair em sua cabeça, de costas não há ninguém que suspeite da gravidez, sua barriga cresce cada vez mais e isso só parece contribuir para ele fique ainda mais bonita.

Me livro da calça do pijama e entro me arrepiando ao sentir a água gelada. Toco seu ombro e encaixo meu corpo atrás do dela que a faz soltar um suspiro e erguer a cabeça para encostar no meu ombro.

- Você foi caminhar de novo – murmuro e ela apenas assente – E não me chamou, de novo.

Ela sorrir e planto um beijo em seu pescoço molhado.

- Não quis acordar você.

- Você nunca acorda, vou começar a pensar que está fazendo de propósito – pego o sabonete e começo a passar as mãos por seu corpo.

Lisandra tem um corpo bonito, atraente mesmo estando grávida, e lembro muito bem como era quando sua barriga era totalmente lisa, o quadril largo e o bumbum empinado, isso não mudou nenhum pouco.

- Você não aguentaria o pique de qualquer forma – morde os lábios contendo um gemido quando passo a mão por seus seios.

Ela vira de frente para mim e perco um pouco o raciocínio ao encarar seus olhos brilhantes, seu nariz afilado e sua boca carnuda, a beijo com calma, fecho os olhos e deixo que minhas mãos a sintam, a reconheçam enquanto eu me absorvo de seus lábios. Passo a beijar seu pescoço, era para ser apenas um banho despretensioso e ainda espero isso, mas ela assume as caricias e passa a beijar todo meu tronco, com calma e uma lentidão agoniante, mas eu deixo que me explore, que me conheça.

Não é sempre que temos esses momentos, ela geralmente está agoniada, apressada e eu excitado, nós apenas nos entregamos, é prazeroso obviamente, mas eu estou sempre querendo mais que sexo, eu quero isso, essa conexão que acontece quando ela olha nos meus olhos antes de me beijar, o calor dos seus dedos em minha pele mesmo sob a água gelada, eu quero meu coração batendo rápido toda vez que ela toma a iniciativa, eu quero tudo, nunca parece o suficiente com ela, sempre quero mais, quero sempre estar perto.

- Bom dia – ela diz travessa, mordendo o lábio.

Ela sai primeiro avisando que irá cuidar do nosso café enquanto eu ainda fico como um bobo mesmo depois dela já ter ido, e enquanto me arrumo e coloco a gravata em frente ao espelho com um sorriso idiota no rosto eu assumo que estou me apaixonando.

Não que fosse difícil chegar a essa conclusão, mas não me sinto culpado ou traindo Ellie e meu filho, preciso seguir em frente, ela iria querer isso para mim.

- Você vai se atrasar – Lisa bate na porta antes de entrar e me entregar uma xícara com café.

Me dá um selinho e vira para o guarda-roupa indo atrás de roupa para ela, a maior parte delas já estão aqui no meu quarto mesmo. Ela é uma bagunceirinha ambulante.

- Vai sair com a Regina hoje? – pergunto me escorando enquanto tomo o café.

- Não sei, talvez – dá de ombros.

- Devia. Se não com ela, com suas amigas.

Ela sorrir balançando a cabeça.

- Não tenho amigas.

Mesmo que você me deixe - Série ConfiançaOnde histórias criam vida. Descubra agora