"O que você está aprontando?"

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No momento seguinte, ele mostrou as mãos, meus olhos acompanharam os movimentos dele e quando notei o que ele segurava, um sorriso divertido estampou em meus lábios. O Ucker segurava uma pantufa de cachorrinho, por essa eu não esperava. Eu olhei contente o presente, apesar de não ter sido um cachorro de verdade, eu fiquei feliz, pois se fosse o bichinho eu não saberia onde deixá-lo. Observei melhor a pantufa e por dentro ela era de lã, parecia um acolchoado de pêlo de ovelha e por fora imitava a forma de um cachorro. Ela deveria ser bem quentinha, ótima para o inverno. Na verdade, o dia hoje estava perfeito para usar o presente também e foi isso que eu fiz, tirei o sapato que eu estava e coloquei a pantufa.

― Pelo visto gostou, nem preciso perguntar. ― Ele sorriu feliz ao me ver usar as pantufas e eu retribuí da mesma forma. ― E o melhor é que você pode dizer para o seu pai que foi um presente do Marquinhos.

― Ótima ideia. ― Eu abracei ele e falei perto do seu ouvido: ― obrigada, por tudo ― eu disse agradecida.

― Imagina. ― ele mal tinha terminado de fechar a boca e voltou a falar. ― Ah, podemos assistir um filme agora, se você quiser, claro.

― Quero sim, vamos ficar bem grudadinhos, enquanto assistimos.

Nós dois sorrimos contente um para o outro e fomos até o sofá, o Ucker sentou no canto e eu deitei em seu colo, colocando os pés no braço do sofá, balancei repetidas vezes os meus pés, espiando como a pantufa se mexia. Logo depois, o Christopher perguntou qual filme íamos ver e escolhemos um de comédia.

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Quando já estava perto das treze horas, nós ainda estávamos assistindo filme, só que agora o gênero mudou, era um de suspense. Eu me encontrava agarrada ao Ucker, minha cabeça estava escondida entre o pescoço dele e de vez em quando eu olhava a tela da televisão, esses tipos de filmes sempre me deixavam apavorada. Mas para a minha sorte já estava no final e por isso quando os créditos apareceram na tela, eu suspirei aliviada, porém minhas mãos ainda seguravam forte a cintura do Ucker.

― Pequena, o filme já acabou. Pode ficar tranquila agora ― o Christopher disse gentilmente.

― Eu preciso de alguns minutos para me recuperar ― ao falar eu fechei os olhos fortemente. ― Ai não dá, promete para mim que esse tipo de filme não vamos mais ver? ― Abri os olhos devagar.

Christopher deixou escapar uma risadinha e eu me afastei dele um pouco para poder encará-lo.

― O que foi? ― perguntei confusa.

― Você sempre fala a mesma coisa, mas volta a assistir. ― ele ainda ria.

― Estou falando sério dessa vez ― eu comentei decidida.

― Ahaam, tá bom ― o Ucker respondeu descrente.

― Ucker! ― Eu o repreendi

― Ok. ― ele levantou as mãos em sinal de rendimento. ― Então, e se agora a gente preparar algo para comer? Eu estou com fome e você?

― Nossa, estou morrendo de fome. Ainda bem que você comentou.

― Beleza, vamos para a cozinha.

Ele levantou do sofá, caminhou para o outro cômodo da casa, eu o segui e quando chegamos na cozinha fomos olhar a geladeira para saber o que tinha para comer. Encontramos hambúrguer no congelador e colocamos na fritadeira e também havia aquelas batatas fritas congeladas, então só colocamos para fritar logo após o hambúrguer ter ficado pronto e enquanto cozinhávamos conversamos animados sobre o nosso futuro. Fizemos um sanduíche com o hambúrguer e almoçamos ainda tagarelando. O dia passou mais rápido do que eu gostaria, ficamos a tarde toda assistindo filme grudadinhos como eu queria, foi maravilhoso, pois pela primeira vez conseguimos fazer algo normal igual aos outros casais de namorados. Junto com o filme, resolvemos fazer pipoca e mais tarde no café comemos um bolo de formigueiro. Nós não poderíamos estar mais felizes. Perto da noite, tivemos que ir embora, o Ucker me deixou no lugar combinado e o Marquinhos chegou minutos depois, enquanto ele me levava para casa fomos conversando sobre o nosso dia. E eu refleti que afinal de contas ele não era uma pessoa chata, só sem noção às vezes.

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