Quando nos encontramos do lado de fora do parque, nos despedimos, pois cada um seguiria para a sua casa. O Marquinhos iria me levar e o Poncho iria dar carona para o Ucker, a Paulinha e deixaria a Annie também. Quando cheguei em casa, fui tomar banho e descansar, já que essa semana seria muito cansativa. A prefeitura iria ter uma auditoria e tudo deveria estar dentro da legalidade. Nas outras semanas a prefeitura praticamente ficou de pernas para o ar, todo mundo estava doido para arrumar a "empresa" para a auditoria. E eu havia esquecido desse compromisso importante, já que foram dois finais de semanas incríveis.
Na segunda-feira o meu pai acordou muito tenso por causa dessa auditoria, ele apenas tomou um pouco de café e já quis ir para a prefeitura, e eu mal toquei no meu pão.
― Dulce, preciso da pasta da contabilidade. Você sabe onde está? ― A mesa dele estava toda bagunçada. ― E por que é que isso ainda não está arrumado?
― Calma, o senhor pediu para o moço da contabilidade revisar tudo, por isso não está aqui. Eu vou lá pegar.
No momento seguinte eu fui até a sala do moço e busquei pela pasta, na qual continha papéis, um caderno de números e alguns formulários. O meu pai estava querendo deixar o máximo de coisas prontas, porém como chegaria uma pessoa responsável para avaliar cada demonstração financeira, não tínhamos muito o que fazer agora, somente aguardar. Uns quinze minutos depois apareceu um senhor, ele deveria ser apenas alguns anos mais velho do que o meu pai, já que ele possuía mechas de cabelos brancos.― Bom dia, seu Ademir, fez uma boa viagem? ― o meu pai se pronunciou mostrando cordialidade.
― Fiz sim, até que o trânsito da capital estava tranquilo. Então, vamos começar? Quanto mais cedo melhor ― o senhor de cabelos brancos respondeu.
Os dois caminharam pelo corredor que levava à sala do meu pai e ficaram um bom tempo por lá, na verdade o expediente inteiro.
Essa semana praticamente passou voando, tivemos muito trabalho por causa da auditoria. Às vezes ele pedia coisas que não tínhamos preparado e então todo mundo precisava buscar o que foi pedido. No final da semana, eu fiquei super cansada, sem falar que o meu pai ficou estressado com toda a situação e eu não sabia direito se era por algo estar errado, mas ele ficou bem nervoso. E por isso acabei recebendo seus "lamentos", suas reclamações e ainda por cima tinha que correr atrás das coisas igual uma louca. Porém, para a minha alegria, o sábado chegou e finalmente eu iria relaxar e curtir um passeio ao lado dos meus amigos. Nós havíamos combinado de ir mais uma vez na outra cidade.― Um brinde a nós. ― A Annie ergueu seu copo no alto e esperou pelo resto do pessoal.
Em seguida todo mundo juntou os copos e brindamos.― Vamos dançar, pessoal! ― a loira comentou animada, na verdade mais do que o normal e eu suspeitava que ela já tinha ultrapassado seu limite de bebida.
Nós fomos caminhando até a pista de dança, dessa vez tínhamos escolhido ir em uma casa de shows, havia uma banda no palco e eles estavam tocando sertanejo, como é muito comum nessas casas.― Você e a Annie estão cheios de ideias boas ― falei para o Ucker quando chegamos na pista de dança.
― Gostou? Assim que percebi como você estava nervosa essa semana, comentei com a Annie que deveríamos sair para dançar e ela adorou a ideia. ― Ele colocou suas mãos na minha cintura e nos encaramos.
― Amei. ― Sorri alegremente. ― E o melhor é que vamos poder dançar juntos. ― Logo que terminei de falar, meu sorriso aumentou e eu encostei a minha cabeça no ombro dele para desfrutar do momento.
Christopher e eu dançamos juntinhos quase a noite inteira, só teve um momento em que a Annie quis dançar só com as meninas, alucinada. A loira já estava altinha, eu e a Paulinha estávamos normais, mas também nós duas não tínhamos bebido igual a Annie. Quando saímos da casa de shows eram três da manhã, não ficamos até acabar o evento, porém precisávamos chegar num horário razoável em casa. E no fundo eu suspeitava que o meu pai me esperaria na sala, igual da outra vez.

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Encontros Proibidos
FanfictieUm amor proibido pelos pais, mas em especial pelo pai de Dulce, um político que trata a filha com ignorância, grosseria e conservadorismo. O prefeito da pequena cidade de Caldas da Imperatriz, só deseja uma única coisa para a filha: um lindo casamen...