Quem é esse cara?

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O sol brilhava com toda a sua força e vivacidade, mais um dia agradável que a natureza nos presenteava. Eu desviei a minha atenção da rua para olhar o relógio do computador, o qual faltava um minuto para dar meio dia. Em seguida eu me remexi na cadeira, um pouco inquieta, o encontro com o Ucker estava me deixando agitada. Eu queria muito vê-lo, a saudade era grande.

― Dulce, eu já estou indo almoçar. ― Meu pai avisou ao passar pela minha mesa.

― Tudo bem ― respondi sem demonstrar muita emoção, foi em um tom profissional.

Ele parou de andar e voltou alguns passos para me encarar.

― Não vai almoçar em casa? ― Ele me olhou com seriedade.

― Não, hoje vou almoçar com a Annie ― comuniquei do mesmo jeito que ele, séria.

O meu pai retornou a caminhar, sem expressar nenhuma reação ao meu comentário. Eu não havia mentido totalmente para ele, eu realmente marquei de almoçar com a Annie hoje, pois ainda tínhamos coisas do noivado dela para organizar. Mas logo depois eu iria me encontrar com o Ucker.

Quando olhei para o relógio novamente já passava um pouco do meio dia. Bloqueei a tela do computador e peguei a minha bolsa para ir ao meu compromisso com a minha amiga. Ainda bem que o horário de almoço durava uma hora porque se não eu não conseguiria fazer tudo o que precisava. Eu e a Annie comemos em um restaurante lá perto da prefeitura mesmo, a loira disse que o que estava faltando mesmo era o vestido dela. Ela queria comprar um bem especial e até agora não tinha gostado de muitos modelos que viu nas lojas. A comida da festa já havia sido encomendada. Marcamos de ir olhar alguns vestidos em algumas lojas longe do centro da cidade.

Após uns vinte minutos de almoço, eu mandei uma mensagem para o Ucker avisando que eu estava a caminho do nosso cantinho especial, atrás da igreja. Um instante depois, o meu celular vibrou, eu peguei o aparelho na mão e encarei a tela do mesmo, olhando a mensagem que tinha chegado.

Rosa: Dul, eu sinto muito :( mas eu não vou poder te encontrar agora. A mãe foi pagar umas contas e eu estou cuidando da mercearia.

Demorei alguns minutos para responder, pois eu estava pensando em algum jeito de falar com ele.

Dul: Hum, tudo bem. Sua mãe vai demorar?

Rosa: Acho que sim, ela foi pagar as contas de casa e da mercearia na lotérica.

Dul: Então me espera aí, eu vou até você.

Rosa: Ok.

Eu não demorei muito para chegar até o lugar, já que não era muito longe do restaurante. A mercearia deles ficava bem perto da praça. O estabelecimento era pequeno, havia no máximo quatro prateleiras com os produtos e logo que a gente entrava tinha o caixa com mais mercadorias. A mercearia era o único lugar no centro que atendia as necessidades de casa, pois o único supermercado grande que a gente possuía ficava mais afastado. Entrei no local e meus olhos foram em direção ao Ucker que se encontrava nos fundos do estabelecimento, de calça jeans e com uma blusa azul escura que só ressaltava ainda mais a sua beleza. Eu fiquei parada na porta alguns minutos apenas admirando a beleza dele, aquela barba rala, por fazer, combinando com seus cabelos castanhos, isso simplesmente acrescentava em uma visão perfeita. Quando me aproximei um pouco mais de onde ele estava, percebi que o Christopher conversava com um rapaz jovem, o menino deveria ter a nossa idade, ou um pouco mais no máximo.

― E aí cara, a casa atendeu a sua expectativa? ― O moço parado ao lado do Ucker perguntou animado.

― Marquinhos, a sua casa é demais. Eu e a minha namorada adoramos.

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