Apenas seja sincera

177 14 5
                                    

Annie pegou gentilmente na minha mão em cima da mesa e sua feição mostrava compaixão.

― Nós vamos dar um jeito de pensar em algum plano, como já fizemos antes.

― Eu não estou confiante, e se o meu pai descobrir?

― Melhor não pensarmos nessa possibilidade.

― Ok. ― Sequei algumas lágrimas que caíram pelo meu rosto e depois olhei para ela. ― Agora, vai curtir a sua festa, depois nós conversamos melhor.

― Eu vou, mas vamos pensar em algo juntas.

Eu concordei com a cabeça e ela apertou a minha mão me confortando.

― Agora volta para a pista de dança, eu não queria estragar a sua festa.

― Você não estragou, aliás vamos para a pista de dança juntas. Você não pode ficar assim. ― Ela me puxou pela mão e eu levantei.

Eu tentei me distrair um pouco dançando, mas a minha cabeça ficava sempre me lembrando que eu estava na pior. Eu queria ser otimista e pensar que tudo daria certo, mas eu só conseguia pensar que dessa vez não teria plano suficiente para me livrar. Minutos depois, Ucker e Marquinhos se aproximaram do grupinho em que a gente estava.

― Dul, está tudo bem? Hoje você está tão diferente ― o Ucker perguntou baixinho do meu lado.

― Sim, está. ― Eu menti, era melhor ele não saber por enquanto.

― Tem certeza? ― Ele me olhou com dúvida.

― Tenho, só estou cansada. Foi muita correria para deixar tudo ajeitado.

Ele permaneceu alguns segundos me olhando, não estava convencido pela minha resposta, mas logo deixou isso de lado. O resto da festa eu passei me obrigando a curtir, eu havia preparado tudo e não podia deixar esses pensamentos me dominarem. Como a loira tinha dito, a gente iria resolver isso.

Quando a maioria dos convidados já tinha ido embora, inclusive meus pais, eu e o Ucker fomos até os noivos.

― Eu e a Dulce temos um presente para vocês ― ele começou a falar.

― Outro? Vocês não deram uma cafeteira para a gente? ― a Annie comentou estranhando.

― Sim, mas queríamos dar uma outra coisa mais especial ― eu disse contente.

― Nós compramos uma viagem de lua de mel para vocês.

― O quê!? ― a loira emitiu um gritinho junto.

― Isso mesmo que você ouviu, uma viagem.

― Dulce, você está maluca? Vocês tinham que economizar e além do mais eu falei que não poderíamos sair em lua de mel agora. Eu quero começar a estudar design de interiores, lembra?

― Sim, eu sei disso tudo. Nós estávamos economizando e não foi tão caro. Foram só as passagens e o hotel, o resto vocês que vão se virar.

A Annie balançou a cabeça por alguns segundos e olhou para o Poncho.

― Não vai dizer nada? ― Ela o encarou.

― Quando que é a viagem?

― Amanhã! ― eu comentei super feliz.

― De jeito nenhum ― a loira negou com muita convicção.

― Annie, são só duas semanas. Seu curso não vai fugir.

― O curso não. ― Ela me olhou cismada. ― Vamos conversar ali. ― Ela apontou para um canto.

Quando tomamos uma certa distância dos meninos, ela voltou a falar:

Encontros ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora