Quatro

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Kalel James

Ajudo Amber a se acomodar no banco de trás do carro, mas ela acaba deitando por conta própria.

Observo Liam vindo na minha direção e eu fico o esperando encostado no carro.

—Eae bom samaritano, se deu bem hein.

Ele diz olhando pra dentro do carro e eu reviro os olhos.

Vou levar ela pra casa, ela ficou muito mal.

Falo como se fosse óbvio e entro no carro deixando ele sozinho, já sei que ele não vai querer ir embora comigo.

—Se previna.

Ele diz rindo enquanto da meia volta, voltando para festa.

—Ele é um babaca.

Amber fala ainda deitada no banco de trás e eu sorrio, com certeza não era isso que eu tinha imaginado para meu dia.

–Eu preciso do seu endereço.

Falo e espero ela responder, mas sou ignorado, olho para o banco de trás e a vejo de olhos fechados, puta merda.

—Amber...–Cutuco ela na intenção de acorda-la.

Coço a nuca, pensando no que eu devo fazer, olho novamente pra ela procurando algum tipo de bolso.

—Juro que não tenho malícia.

Falo como se ela pudesse me ouvir, me estico até o banco de trás passando minha mão no bolso de trás da calça dela, nada de celular, suspiro.

Dirijo até minha casa, ainda receoso pelo o que vou fazer, olho pra ela pelo retrovisor, na esperança que ela tivesse acordado, mas ela continua dormindo.

Nem parece a mesma que chorou em meus braços a pouco tempo a trás, em menos de 30 minutos eu já estava estacionando o carro enfrente a minha casa.

Abro a porta traseira do carro, tento mais uma vez acorda-la, mas sem sucesso, o que deram pra ela beber? meu deus.

A puxo pelos braços, o suficiente para conseguir pega-la no colo, surpreendo-me com tamanha leveza, bato a porta do carro com os pés e assim que chego até a porta, fico a encarando tentando decifrar algum jeito de abri-la, era melhor ter aberto a porta antes de pegar ela no colo, gênio.

Depois de umas 10 tentativas de abrir com ela em meu colo,eu finalmente consigo e quase a deixo cair de tanta felicidade.

Subo as escadas devagar e vou até meu quarto, deixando ela lá, a observo dormi, a maquiagem que estava em seu rosto, estava borrada, seus cabelos estavam mais que rebeldes e suas roupas com toda certeza, desconfortáveis.

Vou até o banheiro para molhar uma toalha para limpar o rosto dela, volto e passo sobre o rosto dela tentando tirar aquela mancha que estava no rosto dela, não sei quanto tempo fiquei fazendo isso, mas só parei de passar quando eu pude ver a pele pálida e limpa dela.

Penso em tirar as roupas dela, mas acho que seria muito constrangedor e provavelmente apanharia quando amanhecesse.

Suspiro pensando seriamente em contatar minha mãe para isso, sei que ela não vai brigar, pois o tanto que ela fala dessa menina da pra ver o carinho imenso que ela tem com Amber.

Caminho até o quarto da minha mãe montando um diálogo mentalmente para que ela me ajudasse sem eu ganhar uma bronca.

Bato na porta algumas vezes, até ela abrir com os cabelos todos bagunçados e uma moletom velho que era do meu pai.

—O que deu em você pra acorda sua mãe em plena...–Ela faz uma pausa para olhar em um relógio que ela sempre tinha no pulso, já fazia parte dela. – Duas da manhã Kalel? por a caso você matou alguém?

Minha mãe me encarava seria.

—Desculpe...Preciso da sua ajuda.

Eu falo e Ela me olha desconfiada, de um modo que eu fico mais inseguro ainda se vou me ferrar ou não.

—Anda logo filho, diz, minha pressão está subindo.

Ela diz e eu faço uma careta de puro nervosismo.

—No meu quarto mãe...

Antes que eu terminasse de falar ela passou por mim em passos largos indo até meu quarto.

—Por que a Amber está no seu quarto Kalel James?

Minha mãe não parece brava e sim curiosa e preocupada.

—Resumindo, ela bebeu demais, um cara tentou a agarrar, ela fugiu, eu percebi, fui atrás delas, ela me deu um tapa, depois foi pra cama chorar falando que hoje é aniversário do irmão dela, depois me abraçou e chorou, eu iria levar ela pra casa, mas ela apagou e não me deu um endereço, tirei a maquiagem dela mas não tenho coragem de trocar a roupa dela, por isso te chamei e sei que você adora essa garota.

Joguei tudo pra cima dela que me lança um olhar cheio de preocupação e depois olha para Amber, esparramada na minha cama.

—Suspeito de terem colocado algo na bebida dela, ela não acorda, já tentei.

Falo e ela passa a mão no rosto, nitidamente preocupada.

—Pega minha agenda, preciso avisar os tutores dela que ela vai passar a noite  Aqui , pega uma roupa confortável no meu guarda-roupa também.

—Pega minha agenda, preciso avisar os tutores dela que ela vai passar a noite  Aqui , pega uma roupa confortável no meu guarda-roupa também

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—Ela acordou?

Nego com a cabeça enquanto coloco o cereal em uma vasilha.

—Quando ela acordar, leve ela direto pra casa dela, deixei o endereço grudado na geladeira, irei trabalhar hoje, mas volto mais cedo, juízo filho.

Ela fala e por fim da um beijo estalado na minha bochecha.

—Sim senhora Margarida.

Falo colocando uma colher de cereal na boca.

—Bom trabalho.

Falo enquanto a observo sair.

Assim que termino de comer subo até meu quarto para ver se Amber estava bem, a observo escorado na porta, agora com um conjunto de pijama largo e com os cabelos trançados que minha mãe fez, ela parece um anjo.

Foi inevitável não notar seu corpo pequeno descoberto, mas nada me chamou mais atenção do que a cicatriz que ela tinha que ia do ombro até onde sua roupa tampava.

Suspiro, lembrando do que minha mãe disse sobre o acidente, Amber foi encontrada do lado do corpo do irmão, os pais dela foram arremessados para fora do carro pelo impacto do caminhão, foi um milagre ela sair viva, é quase ganhar uma nova vida.

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