Trinta e quatro

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Kalel James

—Porque está mentindo pra mim? - Amber diz, secando as lágrimas rapidamente, eu me aproximo dela, mas ela se afasta, o que me faz parar imediatamente, sem sequer entender o que eu fiz.

—Mas eu não menti...-começo a tentar me explicar sobre algo que eu não faço a menor ideia, mas ela me interrompe.

— Mentiu sim, ontem você estava todo estranho comigo, mentiu sobre ter que ir estudar, mentiu falando que a gente se veria no colégio e faríamos algo legal, o Liam deu uma desculpa muito ruim, se você estivesse mal e que só me veria a manhã, porque não mandou uma mensagem a porra de uma mensagem? Nem sequer faz sentindo e...tem a porra de um buquê na sua cama.

Ela diz, rápido demais para minha mente compreender tudo de primeira e quando finalmente entendo tudo, não consegui evitar ficar triste com ela.

—Ah...Bom, desculpa por mentir pra você e mandar o Liam mentir também, mas eu precisava de tempo para montar a surpresa que eu faria pra você... que agora está arruinada.

Falo passando as mãos no rosto e passando meu meu cabelo molhado que ainda escorria sobre mim, suspiro frustrado e finalmente a encaro.

—Eu pensei que...-ela começa a falar mas eu a interrompo.—Que eu estava mentindo pra ficar com Alguém? Era pra ser especial.

Falo passando por ela, entrando no quarto e me sentando na cama. Encaro a sacola que estava cheia de pétalas e o buquê, eu iria aproveitar que minha mãe viajaria a trabalho e cozinharia algo legal, montaria tudo e a pediria em namoro, daria o anel que comprei ontem pra ela e teríamos uma noite incrível.

Sinto ela se aproximar, mas não viro para encara-lá, eu estou magoado por ela ter pensando essas coisas de mim e por não ter dado certo o que planejei pra nós. Era clara minha chateação com isso.

—Desculpa, eu fiquei insegura e...-ela diz e eu não permito que ela continue, a chamando pra sentar ao meu lado, dando leve batidinhas na cama, ao meu lado.

Ela se aproxima se sentando ao meu lado, olhando para as próprias mãos, acaricio seu rosto com o polegar, observando cada detalhe do rosto dela, eu entendo os motivos que a fazem ser quem ela é, entendo que pra ela nem tudo foi flores e entendo que já a machucaram muito, mesmo eu estando frustrado e chateado, eu entendo e brigar com ela seria injusto, não é algo que ela possa mudar de uma dia para o outro, é algo que trabalharemos no futuro, caso ela aceite ficar junto comigo e eu entendo a insegurança dela.

—Desculpa.

Ela diz novamente, sem me olhar.

—Agora eu estou me sentindo patética.

Ela continua a dizer e eu nego com a cabeça.

—Você não é patética.

Falo tentando amenizar a situação, me levanto indo até o guarda-roupa, pegando a caixinha onde estava o anel.

Volto a sentar ao lado dela, que me olhava curiosa.

—Eu sei que as coisas não vão mudar de uma hora pra outra, então tudo bem, eu sei que você está tentando e vejo seu avanço cada dia que passa e mesmo que você volte a se afundar, eu prometo está com você, enfim, se você quiser, eu quero.

Falo entregando a caixinha a ela, que a abre com cuidado.

–Está me pedindo em casamento ou o que?

Ela diz rindo e eu a olho assuntado, casar? Eu não tinha pensado nisso.

—Não, quer dizer, não sei, você quer casar? Tipo, só tenho 19 anos, acho que...-ela me interrompe com um beijo totalmente inesperado pra mim, que demoro para corresponder.

—Obrigada por também não desistir de mim.

Ela diz entre o beijo e não me dá tempo de responder, voltando a me beijar.

—Você não vai por?

Falo me referindo ao anel que estava na caixinha, ela enfim se afasta de mim e pega o anel, o colocando no dedo.

—E o seu?

Ela diz e eu levando minha mão, mostrando o anel, eu o coloquei assim que sai da loja com o Liam, ela sorri, fazendo-me sorri também.

Agora eu que me aproximo, selando nossos lábios em um beijo calmo, sem pressa, a trazendo para mais perto de mim, até eu poder sentir todo seu corpo sobre o meu.

—O fato de você está de toalha, facilita muito minha vida.

Ela diz enquanto monta no meu colo e eu tento ao máximo me manter no controle, tem que ser especial.

Sou surpreendo quando ela sai de cima de mim e me empurra para deitar na cama, então ela engatinha até mim, bajando meu abdômen e descendo cada vez mais.

—Não Amber...não.

Então eu entendi que nada que eu dissesse iria fazê-la desistir, e talvez eu não quisesse isso, nem pra algo tão banal quanto a isso, quem dirá para seus maiores sonhos.

Então eu entendi que nada que eu dissesse iria fazê-la desistir, e talvez eu não quisesse isso, nem pra algo tão banal quanto a isso, quem dirá para seus maiores sonhos

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—Você pisou umas quatrocentas vezes no meu pé.

Ela diz encostando a cabeça no meu peito, quanto eu a envolvo em meus braços.

—Não tenho culpa se você colocou os pés debaixo dos meus.

Falo a fazendo gargalhar contra meu peito, sorrio enquanto apoio meu rosto perto do dela, sentindo a respiração dela contra a minha enquanto nos balançávamos no ritmo em que a música lenta estava soando.

—O que faremos agora?

Ela diz levantando a cabeça para me encarar.

—Dançaremos até cansar e comeremos a comida que eu deixei queimar, graças a você que me distraiu demais, ou pedimos uma pizza.

Falo a fazendo rir mais ainda,mas logo ela fica seria.

—Com certeza, pizza. -ela fala e da um longo suspiro. —Mas o que faremos quanto a nós? Eu nunca tive algo real e...não sei o que fazer ou como vai ser.

Ela diz voltando a deixar a cabeça apoiada em meu peito.

—Eu também não sei, mas vamos aprender com o tempo, bom, assim eu espero.

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