Amber Katharine
Estou a exatamente a 10 minutos tentando lembrar com que cara eu dormi ontem e onde eu estou, olho em volta e arregalo os olhos surpresa com o porta retrato em cima de uma cômoda, porque diabos Kalel está abraçado A margarida? E porque tem um porta retrato do Kalel Aqui? Eu dormi com ele?
Não seria ruim, mas no mínimo eu lembraria de ter feito sexo com ele, olho para minhas roupas despojadas e feias, que com certeza não foi essas que eu usava ontem.
Saio do quarto, observando cada cômodo, desço as escadas na ponta dos pés, segurando no corrimão.
—Ja acordou?
Uma voz atrás de mim me fez dar um pulo tão grande, que quase caio do último degrau da escada.
—Desculpe, eu não queria te assustar.
Ele diz descendo calmamente pelas escadas.
—Você usou camisinha?
Falo e ele me olha confuso, droga ele não usou camisinha?!
—Ai meu Deus Amber, nós não transamos.
Ele diz parando ao meu lado rindo.
—Então o que eu estou fazendo na sua casa?
Pergunto confusa enquanto observo ele caminhar até a cozinha, me deixando pra trás, mas vou atrás dele.
—Não se lembra?
Ele fala enquanto leva uma maçã até a boca, a mordendo logo em seguida, nego com a cabeça e ele da um longo suspiro, só então eu observo ele mais um pouco, eu nunca tinha visto ele tão simples, ele sempre anda tão estiloso e elegante pelo colégio, ver ele apenas de camiseta e uma bermuda é estranho e...Excitante?
Então ele começa me contando tudo, desde o Maxuel tentando fazer eu dormi com ele até a mãe dele trocar minha roupa e trançar meus cabelos.
Sento em um banco em frente ao balcão, tentando assimilar as coisas, uma por uma.
—Então Margarida é sua mãe?
Pergunto, surpresa com tal informação, eu sabia que ela tinha um filho quase da minha idade, só não sabia que o filho seria o Kael.
—Sim, ela fala muito de você.
Ele diz abrindo a geladeira, pegando uma caixa de pizza e a colocando na minha frente.
—Por que você fez isso?
Pergunto curiosa
—Se eu deixasse você sozinha no estado que você estava, fariam coisas ruins com você.
Ele fala com um semblante indecifrável.
—Mas o que você tem haver com isso?
Falo e ele me encara de maneira estranha.
—Eu faria isso com qualquer outra pessoa.
Ele diz, pude sentir a rispidez em sua voz, mas descido ignorar e comer a pizza que estava na minha frente, sobre o olhar dele.
—Vou pegar suas roupas.
Ele diz por fim saindo do meu campo de visão.
Sorrio enquanto vejo alguns porta-retratos espalhado pela casa, estou esperando ele sair do banho para me levar para a casa.Pego um em qual ele estava nos ombros de um homem, parecido com ele, o que muda é apenas o tom mais escuro que o homem tem, mas os traços são parecidos, a boca carnuda, os olhos médios castanhos, o sorriso...
—Acho que podemos ir.
Ele diz enquanto desce as escadas, agora com uma bermuda jeans preta e uma camisa social.
Ele olha para o porta-retrato em minha mão, e eu rapidamente devolvo para onde ele estava.
—Desculpa.
Falo por fim, me virando em direção à porta, ouço a risada nasalar dele.
—Amber, está com vergonha?
Ele diz indo para minha frente.
—Não, mas isso é muito estranho.
Falo tentando olhar nos olhos dele, tão marcantes e profundos que é agoniante olhá-los, parece que quanto mais olha, mas se afoga.
—Qual parte?
Ele diz indo até a porta, a abrindo.
—Você me ajudar, cuidar de mim e você ser filho da Margarida, isso não costuma acontecer.
Falo e ele me olha, de maneira profunda, como se passasse um milhão de coisas na mente dele a respeito de mim.
Olho em direção à porta e ela logo é aberta.
Minutos depois estamos no carro em um silêncio absoluto.
—Kalel?
O chamo e ele me olha enquanto dirige, mas logo sua atenção volta para a estrada.
—Obrigada.
Falo e observo todo o semblante dele.
—Não há de que e... você quer Denunciar o Maxuel?
Ele fala e me encara, assim que o sinal vermelho aparece.
—Não, ele não é o primeiro nem o último a tentar fazer isso.
Falo encostando minha cabeça no banco e o encaro.
—Você não deveria permitir isso, vá a festas sempre acompanhada, é mais seguro.
Ele diz e eu reviro os olhos.
—Só porque me ajudou acha que tem que dar palpite?
Eu falo com uma grosseiria que eu não medi, ele não fala nada, apenas continua a dirigir até a casa na qual eu estava morando.
Vinte minutos em um silêncio perturbador e finalmente chegamos, assim que eu desci do carro, ele simplesmente foi embora, nem me olhou ou sequer falou um tchau.
—VAI SE FERRAR.
Grito antes que o carro suma da minha vista, filho da mãe, entro em casa e agradeço aos céus por não encontrar ninguém, subo para minha incrível "toca" e passo o dia inteiro lá, ouvindo música e lamentando sobre a porra da vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Rasos
CasualeSe soubessem o que eu sei, se a conhecem como eu a conheço, não seriam tão cruéis com algo tão singelo. Amber não ligava, se forçava a não sentir mais nada, Amber se quebrava a cada dia e eu, eu vou implorar para que ela não se afogue nisso, se afo...