Dez

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Amber Katharine

—Não é porquê você está de castigo que você precise ficar trancada vinte quatro horas nesse quarto menina, vem pra cá.

Senhor leon diz, pela Décima vez.

—Eu prefiro ficar aqui, mas obrigada.

Eu falo, posso escutar ele bufando frustado, não o culpo, estão insistindo desde que a semana começou.

Mas não tenho ânimo para nada, além de ficar deitada olhada para a tela do meu notebook.

Então meu celular começa a apitar loucamente, avisando que tinha chegado mensagem, muitas mensagens.

Abro as mensagem de um número desconhecido me mandando um monte de fotos que eu ainda não carreguei.

"As matérias que você está perdendo, peguei uma com algumas pessoas que participam da suas aulas"

Leio a mensagem e reviro os olhos sabendo de quem seria, faz três dias que a aula começaram e ele só manda agora.

Resolvo ignorar, colocando uma série aleatória que lançou hoje.

"De nada?"

Ele manda novamente, mas dessa vez eu só olho pela aba de notificação e volto minha atenção para a série.

Não vou alimentar o ego idiota dele de ser o perfeitão, pra mim, sempre será só mais um que eu já peguei, desde a três dias atrás, realmente, me enganei sobre ele ser gay, tenho marcas no meu pescoço até agora.

"Muito mau educada"

Reviro os olhos e resolvo responder.

"Não perca seu tempo"

Respondo e fico esperando a resposta, que chega alguns minutos depois.

"Tô meio bebado agora"

Ele manda a mensagem e minha vontade é revirar os olhos eternamente.

"Sua missão de hoje foi cumprida, beba muito, transe muito e me deixe em paz, muito obrigada"

Mando e largo o celular, mas logo pego de novo, ansiosa pela resposta.

"Segundo haund eu não aguento"

Ele diz e eu rio

"Muito fraco, aposto que não aguentou dois minutos com esse mindinho aí"

Mando a mensagem mas me arrependo, sem intimidades Amber, sem intimidades.

"Magoaria se fosse verdade, mas é menor que um mindinho"

Não consegui não rir disso, ainda mais sabendo que não era verdade, porque eu senti muito bem como ele era há três dias atrás, mordo meus lábios em uma reação automática, quando me lembro dele me beijando, mas logo trato de deixar isso longe da minha cabeça, e volto pra minha série.

"Volta quando para o colégio?"

Ele insiste com as mensagens

"Segunda"

Respondo e antes mesmo de eu fechar o aplicativo ele responde.

"Essa festa está tão chata, que infelizmente conversar com você é minha melhor opção "

Ele manda e eu o respondo:

" se você tivesse falado antes, eu nem responderia"

Resolvo desligar o celular,caso contrário, eu nunca iria conseguir Ignorar ele.

Trinta minutos depois, no final do episódio e eu só via borrões na tela do computador, coço meus olhos tentando voltar ao normal, porém nada acontece.

Levanto devagar e percebo o quão acelerado meu coração estava, com a mão no peito eu tento caminhar até a escada, mas o medo de cair e bater minha cabeça me fez paralisar no meio do caminho, fazendo eu sentir meu coração batendo tão forte, que eu jurava que rasgaria meu peito.

Lágrimas caíam sobre meu rosto, me fazendo lembrar da morte, quando eu estava presa dentro do carro sem poder ver direto.

—Leoon?

O chamo mas não obtenho resposta, minha respiração parecia sair descontroladamente de dentro de mim, fecho meus olhos tentando fazer isso parar.

—ME AJUDEM.

Grito sentindo medo da escuridão que estava se formando perante meus olhos, eu escuto os passos igual naquele dia, eu sinto a mão me socorrendo igual naquele dia, eu me sinto morrendo que nem naquele dia.

E eu não quero morrer.

Rasos Onde histórias criam vida. Descubra agora