2. Eu Te Amo

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Miranda parou ao lado da morena e encarou o mar.

-Eu também me senti insegura - Disse sem olhar para a morena, Andrea abriu os olhos e a olhou - Principalmente quando você disse que não poderia continuar comigo enquanto eu ainda estivesse casada e tudo o que eu mais queria era ficar com você independente do maldito papel não assinado, quando você voltou cinco meses depois, eu achei que finalmente poderíamos retomar de onde paramos, mas você não voltou sozinha, estava com Marcelly, a pessoa que mais pensei amar e que fez meu mundo desmoronar quando resolveu me deixar, dessa vez ela não só desfez meu mundo como estava com ele entre seus braços - Miranda riu triste e olhou para a onda que molhou seus pés - Então você apareceu na minha casa para cuidar de mim e das meninas, eu achei que teria uma chance, principalmente ao ver Marcelly ser a Marcelly, preparei uma surpresa e te pedi em casamento, mas não pensei que ela fosse te pedir o mesmo, quando minha campainha tocou aquele dia, eu pensei que fosse você, mas ao ler aquela carta, senti quase a mesma dor que senti quando Marcelly me deixou, só que tinha mais intensidade, por que eu realmente te amei de verdade, como nunca amei outra pessoa - Voltou a olhar para a frente enquanto a morena encarava os pés - Cinco anos depois eu te vi entrando naquela festa da New Bride e o que eu pensei que havia acabado, o que eu pensei que havia ido com você, voltou... Com mais intensidade do que a primeira vez que te vi voltar, eu me sinto insegura em relação a você também, pois eu não sei se posso ser o suficiente o tempo inteiro, pois talvez eu não possa ser o que você espera o tempo inteiro - Mergulharam em um silêncio profundo apenas encarando as ondas.

-Eu fui até sua porta aquele dia... - Sussurrou tempos depois - Horas antes de entrar no avião, eu pensei em tocar a campainha, mas eu não tive coragem, porque eu sabia que se tocasse aquela campainha eu não seria capaz de me afastar depois, então eu apenas voltei a entrar no táxi e fui embora - Disse com a voz embargada olhando pra cima, Miranda apenas a observava - Não podia te deixar viver com minha insegurança, eu não podia te perder tendo você comigo, então eu apenas fui e quando pensei em voltar era tarde demais, já havia passado um ano, logo depois dois, conheci Paul e quando finalmente completei três anos e meio lá, logo veio o susto da gravidez, logo veio o medo de perder a Amy e a vontade de pedir que você estivesse comigo, então eu a tive e uma parte de mim cicatrizou, não estava em meus planos voltar, nem voltar a fazer parte da vida de vocês, mas Doug me pediu para que estivesse com ele quando pedisse Nig em casamento, Pierre pediu para que eu estivesse aqui no aniversário da revista, minha mãe me cobrava para conhece a Amy e então eu vim, não pensei que você estaria naquela festa e só soubesse talvez eu não houvesse ido.

-Que bom que não sabia então - Andrea riu olhando-a.

-Você só pode ser uma psicopata sadomasoquista.

-Talvez eu seja - Disse sorrindo e olhando-a nos olhos - Gosto de me sentir viva com as dores que sinto apenas quando você me causa - Disse aproximando-se mais - Gosto de sentir que ainda tenho um coração e que ele bate como louco quando te vejo - Aproximou seus rostos - Gosto de perder o rumo quando me olha - Colou seus lábios - E gosto ainda mais quando te sinto - Andrea sorriu sentindo a língua da mais velha adentrar sua boca e a apertou na nuca entregando-se ao beijo, Miranda sugou o lábio da morena - Pode doer o quanto doer, eu quero sentir cada pedaço dessa dor, se ela vier de você - Andrea a acariciou no rosto.

-Eu amo você, Miranda e esse amor é muito maior do que toda insegurança que eu possa sentir.

-Acho bom, pois prometi te prender em um quarto a próxima vez que tentar fugir - Disse fazendo a morena rir.

-Eu lembro dessa promessa.

-Fico feliz com isso - Disse voltando a beija-la, afastaram-se escutando assobios e palmas, além dos gritos animados de Pierre e riram apoiando suas testas.