DOMINIC

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Eu negociava a compra da Cavandes já fazia um ano. 

Eu era insistente e eu tinha um bom instinto sobre aquela empresa que se continuasse da forma que estava, iria falir. Eu conhecia Cavalcante e Fernandes desde a faculdade e eles eram conhecidos pelo trabalho excepcional. Era chocante ver como eles haviam deixado a situação chegar naquele ponto. A Riviera conseguiria reverter aquilo facilmente, mas demorou um ano inteiro para que os donos percebessem isso. Eu não os culpava. Deus sabe que eu também não iria querer vender minha empresa. Mas, todos sabíamos que aquela era a melhor opção. 

Eu estava pagando muito mais do que a Cavandes valia e estava me responsabilizando por todos os funcionários e danos. Havia uma semana que havíamos fechado o acordo e agora, com meu nome sendo chamado como o novo presidente, eu caminho com uma segurança palpável. 

As pessoas me aplaudiam e eu acenava com a cabeça, conforme passava por meus novos funcionários. Quando cheguei ao palco, apertei a mão de Cavalcante e o agradeci pela chance. Ele estava claramente emocionado. Virei para a plateia, me apresentei rapidamente e comecei meu discurso, mantendo minha voz controlada porém honesta. Aquelas pessoas deveriam estar assustadas e era meu dever assegurá-las que nossa intenção era a melhor possível. Eu não mentia e tinha orgulho do meu caráter, então fui o mais transparente possível, falando minhas inspirações e contando um pouco da influência da Cavandes na minha própria empresa. 

Conforme meu discurso discorria, mais os olhares céticos se transformavam em olhares entusiasmados. Quando terminei, recebi uma salva de palmas e agradeci profusamente. Conforme descemos do palco, fomos cercados por pessoas querendo me conhecer e agradecer Cavalcante e Fernandes pelos anos de serviço. 

Eu tinha uma pequena multidão a minha frente, mas mesmo assim eu a vi. Caminhando lentamente na direção dos antigos presidentes e apertando suas mãos. Eles trocaram sorrisos afetuosos e ela olhou em minha direção. Desviei rapidamente meus olhos e voltei a sorrir para a mulher que falava desenfreadamente comigo. Eu sorria mas eu sentia tudo menos alegria. Meu estomago estava embrulhado como nunca antes e a raiva me aplacou. Eu estava sentindo uma atração magnânima por uma desconhecida. E o pior: agora ela trabalhava para mim.

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora