JÚPITER

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- Eu já disse que você não fez nada de errado! – Luísa fala no telefone pela milésima vez, enquanto eu me enrolo em minha toalha após sair do meu banho perfumado, me sentindo uma idiota psicopata por ter ido até a casa de Dominic lhe entregar os desenhos.

- Que tipo de pessoa faz isso, Lu? – Eu indago, gemendo. – Foi errado em tantos níveis. Nada profissional. Ainda mais ter pedido o endereço para o Gael. – reclamo, me jogando no sofá. – O idiota do primo dele tinha um sorriso tão grande no rosto quando ouviu meu pedido que eu tenho certeza que agora ele me acha mais uma da lista de putas apaixonadas pelo Dominic.

- Júpiter, para de surtar sem motivo! – Luísa reclama, e posso ver seu semblante bravo. Ela estava viajando a trabalho e eu sentia sua falta. – O que você fez foi doce e muito bonito. – Ela garante.

- E se ele odiou? – Eu pergunto, cobrindo meu rosto com as mãos.

- Júpiter, é impossível odiar qualquer coisa que sai das suas mãos. Relaxa, amiga! – Ela fala, rindo um pouco, me fazendo sorrir. – Vocês já jogaram o profissionalismo pela janela desde o primeiro encontro de vocês depois da balada, tentar consertar isso agora é inútil. – ela diz, e sou obrigada a concordar.

- Tudo bem. – Eu cedo, respirando fundo. Luísa agradece ironicamente e voltamos a conversar sobre sua viagem e sobre suas noites animadas em São Paulo. Ela era impossível. Enquanto ela me conta a enrascada em que se colocou ao ir num encontro com um criador de cobras, eu começo a chorar de rir, conforme ela explica que o cara levou uma filhote na mochila para apresenta-la. Luísa parecia a beira de um colapso. Ela odiava répteis. Continuamos conversando por mais dois minutos até que ela interrompe nosso assunto dizendo que precisa desligar porque recebeu um e-mail importante e que me ligaria depois. Nos despedimos e desligamos.

Aproveito para ir até meu quarto e passar hidratante em cada canto do meu corpo e passar perfume, soltando meus cabelos para que os cachos não marcassem no coque. Eu não pretendia sair, mas me sentir cheirosa era um prazer sublime do qual eu nunca abria mão.

Me sentindo macia e cheirosa como uma flor, caminho pela sala ainda de toalha e me sobressalto quando ouço a campainha tocar. Já que não estou esperando ninguém, sigo até a porta e abro apenas uma frestinha, quase caindo para trás ao ver Dominic de pé com toda a sua beleza de Adônis. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele empurra levemente a porta, revelando meu corpo inteiro enrolado apenas por uma toalha. Seus olhos procuram os meus com uma fome desesperada.

- Me diz, por favor, que você não atende a sua porta desse jeito todos os dias. – Ele implora, correndo os olhos pelo meu corpo e voltando sua atenção para meu rosto corado e surpreso. Sorrio de leve, mal me esquecendo de ser pelo menos um pouquinho sensual, mas isso parece fazer os olhos em brasa de Dominic arderem mais, e antes que eu consiga compreender o que está acontecendo, sua boca está devorando a minha com paixão e eu estou gemendo, me agarrando a seu cabelo. Ele puxa minhas pernas para cima, as enrolando ao redor de seu quadril, enquanto nossas línguas duelam e o sinto caminhar e bater a porta atrás de si. E é aí que ele se liberta. Sua boca é pecaminosa e seus beijos profundos parecem querer sentir cada detalhe de mim. Sua boca desce até meu pescoço, numa trilha de beijos e mordidas e eu mal consigo raciocinar. Ele me coloca de costas no sofá e suas mãos se arrastam por minha coxa, barriga, seios... Aonde conseguem tocar. Eu gemo quando sua boca volta para a minha e assim que me movimento e sinto a protuberância em sua calça contra mim, gemo mais. Posso sentir minha intimidade molhada, implorando por atenção e eu poderia chorar de pura necessidade. Dominic arfa entre um beijo e outro e conforme continuamos em nossa brincadeira luxuriosa, percebo que suas mãos estão em todos os lugares menos nos lugares em que realmente quero que estejam. Dominic está os evitando de propósito. E é aí que ele começa a desacelerar suas carícias, meu coração bate tão rápido que tenho certeza que ele pode escutar, mas ele segue lentamente, deslizando suas mãos com cada vez mais delicadeza, me beijando com cada vez mais adoração, mais reverência, como se eu fosse uma joia preciosa demais. Com a respiração ainda pesada, permaneço de olhos fechados quando ele me dá um último beijo e apenas paira sobre mim, ainda unindo nossas respirações. Respiro fundo e finalmente abro os meus olhos, e a visão que recebo me faz quase chorar. Dominic me olha como se eu fosse a coisa mais linda que ele já viu na vida, e tenho certeza que eu estou fazendo a mesma coisa, porque ele sorri, espontaneamente, genuinamente, de uma forma que faz meu coração doer. Ele tira alguns cachos do meu rosto e me beija devagar mais uma vez.

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora