DOMINIC

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ATENÇÃO: EU NÃO SOU CONHEÇO TODOS OS PROCESSOS BUROCRÁTICOS DA POLÍCIA OU DO IML, ENTÃO TUDO QUE EU DESCREVO É FRUTO DA MINHA CRIATIVIDADE E PODE OU NÃO ESTAR LIGADO A REALIDADE. TODOS OS DETALHES DA ABORDAGEM DO ATAQUE DE JÚPITER ESTÃO SOB MINHA RESPONSABILIDADE E FORAM DESCRITOS A PARTIR DA MINHA IMAGINAÇÃO. SE VOCÊ É UM PROFISSIONAL DA ÁREA, POR FAVOR, NÃO HESITE EM COMENTAR SOBRE COMO TUDO REALMENTE É FEITO PARA FRUTO DE CONHECIMENTO PÚBLICO. 


Agora, sim! Bom capítulo! 



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Minhas mãos tremem tanto que tenho que fechá-la em punhos para que eu não soque uma parede.

Júpiter está dormindo na minha cama, tão encolhida e machucada que eu posso começar a chorar e mal consigo lembrar a última vez que me senti impotente dessa forma. Ela foi atacada brutalmente e as marcas no seu corpo eram a prova de que tudo aquilo aconteceu.

Eu não posso explicar o que a imagem do que poderia ter acontecido com ela faz com o meu coração. Nenhuma mulher ou ser humano deveria passar por algo assim. É brutal. Sujo. Inumano.

Eu havia decidido sair para conhecer o bar em que uma amiga trabalhava e vi todo o espetáculo de Júpiter, bebendo e dançando sozinha como se não houvesse amanhã. A vi com o homem da foto de seu computador e eles pareciam tão amorosos um com o outro que eu preferia ter sido socado na boca do estomago. Mas então ele a deixou sozinha e ela bebeu mais do que deveria e saiu da boate sozinha. Demorei uns bons cinco minutos para conseguir passar por todas as pessoas e me manter em seu encalço, mas, infelizmente, quando a alcancei, o homem já a havia agredido e feito todas as coisas fodidas que fez. A culpa me assola. Eu nunca deveria ter deixado que ela saísse sozinha.

Seu rosto está roxo e os arranhados em seu corpo embrulham meu estômago. Ela parece uma deusa resumida a uma menina assustada, e quem mais não se tornaria?

Tenho que leva-la a delegacia, mas sua amiga á está a caminho e sinto que tudo seria ainda mais traumático se ela tivesse que ir naquele estado ser interrogada por policiais insensíveis.

Não gosto de pensar em como o que aconteceu hoje vai mexer com sua cabeça. Sei que mexeu de maneiras vitalícias com a minha. Nunca vou esquecer o pavor em seus olhos... Sua pequenez... Faço uma promessa comigo mesmo de nunca mais a chamar de gatinha ou qualquer diminutivo. Júpiter era uma leoa, forte, determinada, extraordinária e eu faria questão de lhe lembrar disso pelo tempo que me fosse permitido.

A campainha toca e me sobressalto.

Vou até a porta e assim que a abro, uma mulher muito bonita com o rosto molhado de lágrimas me encara. A reconheço do corredor da empresa com Júpiter.

- Oi. – Ela fala, com a voz trêmula. Ela veste um vestido preto de festa e sei que ela estava em um compromisso também. – Eu sou a Luísa.

- Oi, Luísa. – Eu digo, tentando soar suave para não assustar ainda mais a moça. Ela encara o espaço atrás de mim com urgência, os olhos procurando Júpiter incansavelmente. – Entre, por favor, ela está dormindo. – eu falo, dando espaço para ela passar.

- Eu posso vê-la? – Luísa pergunta, me encarando. Concordo com a cabeça e caminho até meu quarto, onde Júpiter ainda dorme encolhida numa pequena bola. Meu coração se aperta. Luísa caminha até a beirada da cama, senta-se ao lado do corpo inconsciente de Júpiter e assim que seus olhos batem no rosto machucado da amiga, ela rompe, e mergulha num abraço profundo. Seus ombros convulsionam por conta do choro, e vejo os braços de Júpiter abraçarem a amiga, e então o choro das duas preenchem o quarto e eu sinto que deveria ter batido com mais força no desgraçado.

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora