DOMINIC

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mais um curtinho, para me desculpar pela demora dos capítulos e pra deixar vocês com raiva do Dominic hahahahaa


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Perdido.

Era assim que eu me sentia nas ultimas doze horas.

Completamente perdido e destruído.

Júpiter havia passado por uma cirurgia de oito horas para a remoção da bala e agora estava sedada.

Sua mãe, Amélia, Seu Kaz, Luísa e todos os seus tios e primos estavam sentados na sala de espera, aguardando por notícias. Estavamos com medo de Seu Kaz não aguentar, mas ele estava sendo a ancora da família. Sei que Júpiter estaria orgulhosa. Até meus pais e Lena haviam voado para cá, assim que receberam as notícias.

Depois de muita persuasão, havia conseguido convencer um médico amigo da família a me deixar ficar na sala da UTI com ela. Não queria que Júpiter ficasse sozinha nem por um segundo. Eu havia saído apenas para tomar banho e comer um sanduíche que a mãe de Júpiter havia me preparado, mas fora isso, eu estava sentado em uma cadeira desconfortável, segurando a mão fria de Júpiter e observando seu peito subir e descer calmamente. Ela não estava nada bem. Não corria mais risco de morte. Pelo menos não mais por conta da bala. Sabe-se lá Deus o que ela corria de perigo por estar comigo.

Todos os Golveia estavam presos, inclusive Eva, e, de acordo com Diego, eles não sairiam de lá tão cedo. O pai estava internado, depois de uma tentativa falha de assassinato, e já estava acordado, dando seu depoimento para a polícia. Eu já havia dado o meu, e eles esperavam Júpiter acordar para ter o dela. Golveia havia chorado muito enquanto me pedia perdão, e, por Júpiter, o perdoei. Ele não era igual aos filhos, e isso era óbvio.

O medo ainda corria por minhas veias e eu não sabia mais o que fazer. Eu precisava proteger Júpiter.

Uma batida na porta me fez sobressaltar.

- Oi, cara. – disse Gael, entrando com dois copos de café nas mãos.

- Oi. – Eu disse, tirando o cabelo que agora estava alcançando meu queixo do rosto.

- Como ela está? – Ele perguntou, olhando para Júpiter, depois de me entregar o café.

- Fora de perigo. – eu disse, a encarando. – Ou quase.

- Você não pode fazer isso com ela. – Gael disse, fazendo-me encará-lo sério.

- Fazer o que? – perguntei, voltando a encarar Júpiter.

- Deixá-la para protegê-la. – Ele disse e eu engoli a seco. – Não termine porque na sua cabeça você acha que esse é o melhor para ela.

- Se ela não estivesse comigo nada disso teria acontecido. – Eu disse, simplesmente.

- Dominic, desde que Júpiter passou pela porta no dia daquela entrevista, vocês se pertenciam. – Ele disse. – Não havia nada que ninguém pudesse fazer para mudar isso. O problema não está em vocês dois, e sim nos doentes dos Golveias.

- Ela nunca vai estar segura comigo. – eu digo, amargo.

- Ninguém nunca está seguro em lugar nenhum, porra. – Ele diz. – Você não abandona as pessoas que você ama por medo, Dominic. – Gael diz, puto de verdade. – Se você abandonar Júpiter, vai destruir vocês dois muito mais do que aquele tiro. – ele disse, apontando para a barriga dela. E antes que eu pudesse controlar eu estava chorando de novo. Como um bebê. Com os braços do meu melhor amigo ao meu redor.

- Eu não posso fazer isso com ela. Não posso colocar ela no meu mundo. – eu digo, soluçando. Gael continuou me abraçando.

- Mas, Dominic... – ele disse, se afastando. – Júpiter é o seu mundo.

- Ela vai ficar melhor sem mim. – Eu disse, limpando meu rosto. – Eu estou decidido.

- Você vai se arrepender tanto disso. – Gael disse, sem esconder a decepção em sua voz.

- Eu já estou arrependido. – Eu disse, amargo. – Mas ela vem primeiro.

- Eu desisto. – Gael disse, antes de dar um beijo na cabeça de Júpiter. – Espero que você aguarde até ela acordar e se estabelecer primeiro.

- Eu não sou um imbecil. – Falei, com raiva.

- Você é um imbecil número um desde que tomou a decisão de abrir mão dela. – ele rebateu, antes de sair do quarto, me deixando no silêncio incomodo, com os bipes que vinham dos fios ligados a Júpiter. 

Eu precisava fazer o certo. 

Mesmo que fosse ficar miserável. 

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora