DOMINIC

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Eu estava fodido.

Eu já sabia disso, mas agora era oficial.

O sol entra pelas cortinas claras e Júpiter está dormindo na minha frente, banhada pela luz quente que preenche o quarto. Ela parece intocável. O rosto relaxado, os cachos espalhados pelo travesseiro, a respiração calma. A pele nua e quente de encontro ao meu corpo era melhor do que qualquer outra coisa que eu já havia sentido. Nossa noite havia sido surreal. Ela era tão sublime... Meus pensamentos voam para uma época em que as coisas eram mais fáceis, quando se interessar profundamente por alguém poderia ser fácil e sem barreiras. Era assim que Júpiter fazia eu me sentir. Como se não houvesse mais barreiras. Mas havia. E como uma cobra sorrateira, a culpa e a amargura se acomodaram como velhas amigas em meu peito. Eu não tinha o direito de me sentir feliz.

Me levantei com cuidado para não acordá-la, mas assim que meus pés tocam o chão eu ouço um gemido, com uma risada rouca que faz meu membro ficar alerta em um segundo e qualquer memória que não seja a dela desaparecer.

- Não sabia que você era do tipo que fugia escondido no dia seguinte. – Ela brinca, e nossos olhos se encontram. Ela é deliciosa. Não resisto e puxo seu corpo de encontro ao meu, afundando em seu pescoço suave.

- Estamos no meu apartamento, então teoricamente, não estou fugindo. – Eu falo e ela ronrona, me trazendo para mais perto.

- Então talvez eu devesse fugir. – Ela diz, rolando rapidamente para longe do meu corpo, com uma risada leve que faz um sorriso se espalhar em meu rosto.

- Você não vai a lugar nenhum. – Eu digo, a puxando para perto de mim novamente. Ela me olha profundamente antes de sorrir com um carinho que eu desconhecia. Era como se fizéssemos aquilo – acordar um ao lado do outro – há eras.

- Eu preciso. Preciso ver meu pai. – Ela fala, se desculpando com os olhos doces. – Fiquei com ele ontem e dormi um pouco mas não quero perder nenhum tempo com ele. – Ela fala, com o tom quase triste.

- Vem cá, minha linda. – Eu falo, esticando minha mão em sua direção, num pedido. Ela põe a mão sobre a minha e se arrasta até o meu colo. – Seu pai vai ficar bem. – Eu falo, torcendo para que a expressão triste abandone seu rosto bonito.

- Uma hora ele não vai mais. – Ela fala, tirando os olhos dos meus.

- Eu sei, mas você não pode sofrer por algo que ainda nem aconteceu, Júpiter. – Eu digo, beijando seu ombro.

- Eu sei. – Ela fala, encerrando o assunto. – Posso tomar um banho?

- Isso é um convite? – pergunto, sorrindo. Ela ri e nega com a cabeça.

- Não. – diz. – Eu quero de fato ficar limpa e tomar banho com você nunca tem a ver com isso, lindo. – ela fala, beijando meus lábios rapidamente e seguindo para porta da minha suíte. Observo seu corpo nu envolto por meu lençol preto e penso que essa é uma vista que eu adoraria admirar todos os dias, mas eu não posso. Apenas não posso. Mas isso não significa que não posso aproveitar nosso tempo juntos. Então levanto, vou até a cozinha e preparo nosso café. Dez minutos depois uma Júpiter corada de cabelos molhados aparece no meu campo de visão.

- Oi. – Ela fala. Ela está vestida com o vestido da noite anterior e eu sorrio.

- Fiz café.

- Obrigada. – Ela fala, aceitando a xícara.

- O que você pretende fazer hoje? – pergunto, a olhando.

- Ver meu pai. – Ela fala. – Mais tarde vou a inauguração da boate de um amigo com Luísa, ela tem reclamado da minha falta de atenção. E você?

- Trabalhar. – Respondo, sucinto e ela ri.

- Falando nisso... – Ela começa, colocando a xícara sobre a bancada, ela desvia os olhos dos meus. – Eu corro o risco de ser demitida?

- O que? – Eu pergunto chocado.

- Por termos dormido juntos. – Ela explica. E seu semblante triste me incomoda profundamente.

- Júpiter. – Eu chamo e ela traz os olhos de volta aos meus, com uma ponta de ousadia. – É claro que não. Eu não tenho nenhuma política que impeça qualquer relacionamento consensual entre os membros da empresa. Contanto que ajamos com profissionalismo nada vai acontecer. Eu jamais faria isso com você. – falo, honestamente.

- Graças a Deus. – Ela fala, soltando o ar e eu rio.

- Dormir comigo é tão ruim assim? – Eu pergunto, com um meio sorriso.

- Você sabe que não. – Ela responde, grudando os olhos nos meus, felina. Apesar de sua ousadia, ela não pode impedir que o sangue corra para seu rosto.

- Sei? – Pergunto, tomando mais um gole do liquido escuro, a perfurando por cima da xícara.

- Vou ter que te provar? – Ela pergunta, com um sorriso maroto. E sua boca se curva sensualmente. Ela se aproxima do meu corpo, com os olhos grudados nos meus.

- Sim. – Eu digo e então sua boca está na minha e eu a puxo para mim. E é assim que cinco minutos depois eu tenho ela sobre a minha bancada gemendo meu nome enquanto eu a preencho deliciosamente. 

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora