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Japa

Subo na moto e agarro forte a cintura do Índio.

Esses dias pra cá tô surtadona, pô, tudo de ruim que tá acontecendo na vida da Jade é minha culpa.

Se eu não tivesse aberto a boca e falado do Lima pra ela nada disso teria acontecido!

E cara, eu não fiz com intenção alguma, papo, só queria ver ela bem, foi pensamento de momento, e logo me arrependi.

Não sei quem é mais burra, eu que indiquei o Lima pra ela, ou ela que aceitou.

Enfim, agora só quero ver ela bem, firme e forte enchendo meu saco novamente.

Pô, tô com mó saudade dela.

Entrei na sala onde ela estava e vi o cobra dormindo na cadeira, tirei meu olhar dele direcionando a ela.

Porra, ela tava toda machucada, dos pés a cabeça.

Japa: Tá acabada em...- me sento ao lado dela, que dá um sorriso.

Índio: Ela melhorou?- acordou o cobra.

Cobra: Depois que tu saiu ela começou a falar algumas coisas, nada com nada, surtadona, mais o médico disse que foi por conta do remédio.- Índio assentiu.

Ele se aproximou da Jade e pegou na mão dela, eles tão juntos?

Nunca vi o Índio com intimidade assim com ninguém, euhein.

Cobra: Índio, tu descobriu alguma coisa do Pelé?

Índio: Nada, coloquei alguns vapores pra ir ver em hospitais se ele estava por perto.

Japa: Vê no IML também, vai que né.- falo sem querer e o Índio arqueou a sombrancelha.

Jade: Quando vou sair daqui?- fala baixinho, com muita dificuldade.

- Não muito cedo mocinha.- um médico fala entrando.

Ele começa a pegar uns papéis e mostrando pra gente.

- ela teve uma lesão no ombro, e outra no pé direito, além disso, perdeu muito sangue.

Cobra: Posso doar?

- Iremos consultar nosso banco de sangue e ver se tem o tipo sanguíneo dela, enquanto isso, o senhor pode tirar seu sangue ali.- chama a enfermeira, que sai com o Índio e o cobra.

Japa: Ela vai ficar bem?- falo cabisbaixa

- Sim, não sei como, mais ontem ela se recuperou muito rápido, se continuar assim, nessa semana mesmo ela recebe alta.- sorriu amigável e eu retribuí.- agora me dá licença.- sai.

Japa: Tu me deu um susto mona!- apoio minha cabeça perto dela.

Jade: Vai toma banho, tu fede.- me gasta.

Japa: Tá quase morrendo mais não perde a postura né, porra Jade.- falo rindo.

Pouco tempo depois os meninos voltaram e eu fui tirar sangue.

Mesmo se não for usado com a Jade, esse sangue sera doado para alguém que está precisando.

Termino e volto pra sala.

Índio: Eu já vou ter que ir, vai comigo?- fala já saindo.

Me despedi da Jade e corri atrás dele, que já estava no estacionamento.

Coloquei meu capacete e ele deu partida.

No caminho, de longe vi polícia, vi ele gela, igualmente a mim.

Quero morrer agora não mona

Polícia pede pra parar, blitz.

Ele finge que vai parar e acelera a moto, fazendo com que eu quase vire no chão.

Segurei mais forte a cintura dele e orei cinco vezes ave Maria e, sete pai nosso.

Índio: Calma pô, aqui é piloto de fuga.- fala rindo enquanto as polícia tava atrás da gente.

Tava quase desmaiando em cima dessa bendita moto, por sorte, chegamos no morro e a polícia ficou pra trás.

Japa: Tu é um filha da puta colé? Parava e me deixava lá pô.

Índio: Fica na tua, não me gasta não.- fala fazendo careta pra mim.

Japa: Ridículo do caralho.- falei saindo da boca e indo pra goma.

Igor: Tava a onde?- meu irmão me pergunta.

Nem sabia o que ele tava fazendo aqui, até porque, se eu não buscar meu pai nem faz questão.

Japa: Colé, ta fazendo o que aqui menó?- pego ele no colo e desligo a televisão, já escutando gemido de alguem no quarto do meu pai.

Caralho, esse exemplo que ele da?

Japa: Quem tá lá em cima?

Igor: Papai e mamãe.- fala se aconchegando no meu colo.

Que porra ela ta fazendo aqui?!

Japa: Vem, vamos na sorveteria, esse lugar tá muito tóxico pra gente, seu burguesinho safado.- apertei o nariz dele que deu risada.

Fui na sorveteria e peguei dois picolé, um pra ele e outro pra mim.

Eu também mereço né.

- Se chupar desse jeito eu enlouqueço.- um cara fala e eu reviro os olhos.

Homens...

Pego a mão do meu irmão e vou no parquinho com ele, que já começou a se sujar todo na areia.

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