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Jade

Me levanto e piei pra casa, dormi na casa da Japa, os pais delas tinham saído.

Cobra: Não pode andar essa hora na rua tu tá ligada né?- me para

Agora aqui no morro tá maior burocracia, hora pra sair, hora pra entrar, isso tudo porque, perante o Índio sei lá quem quer invadir.

Jade; Eu sei, mais tenho que voltar pra goma.

Cobra: Bora te levo.- me puxa pra moto, não recusei claro.

Jade: Quando isso vai acabar? preciso ir pro asfalto.- entro em casa

Cobra: Se quiser pode ir, mais não vai poder entrar. É pra proteção de morro, só obedece.- se joga no sofá.

Jade: Ih ala, se orienta.- dei um tapa na cabeça dele.

Cobra: Mó larica, cadê o rango?- se levanta indo pra cozinha.

Jade: Comida é na geladeira né mermão.- fui atrás e ele colocou a mão no peito como se estivesse ofendido.

Cobra: O que tá rolando entre tu e o Índio?- fala colocando sua comida em um prato.

Jade: Nada.- sinto minha bochechas corarem e me sento na mesa.- o que tu queria ontem com a Japa?

Cobra: A maldita espalhou nuds meu!- gargalhei.

Jade: Sério? Por isso que amo ela cara.- falo ainda rindo.

Ele me semicerra com os olhos e eu volto a ficar seria.

Cobra: Tava pensando em fazer um baile, mais nem sei se vai dar né

Jade: Espera algumas semanas, aí tu faz.- falo me virando vendo a Japa entrar.

Japa; Opa.- faz graça.- o que esse tiriço tá fazendo aqui?- coloca as mãos na cintura.

Cobra: Olha como tu fala moro?

Japa: Baixa a bola, pra mim tu é só uma minhoquinha.- fala me cumprimentando.

Cobra: Vai ô, cara amassada.- coloca o prato na pia.

Japa mandou dedo pra ele, que mandou beijo pra ela e saiu.

Japa: Queria ir no shopping hoje

Jade: Vamos amanhã, já vou no hospital e tiro os pontos da perna.

Japa: Jaé, bora lá na minha goma?- fala ja me puxando pra fora.

Fomos para casa dela e da rua já pude escutar uma gritaria vindo lá de dentro, ela me olha preocupada quando escuta o choro do seu irmão.

Entramos correndo, tava os pais dela quebrando o pau, na frente da criança.

Japa: Vem meu amor.- pega o Igor no colo.- o que vocês estão fazendo?!

Renata: Não se intromete garota.- a mãe dela toma o Igor.

Japa: Não se intromete?!- pega o Igor de volta.- passei minha infância inteira nesse inferno! Todo dia briga de vocês, quem se ferrou foi eu! Não vou deixar vocês fazerem a mesma coisa com meu irmão.

Paulo: Cala a boca Japa! Ele não é teu filho!

Japa: Não, ele não é! Mais de uma coisa tenho certeza, amo muito mais ele do que vocês. Se fazer tudo isso na frente de uma criança é amar, eu desconheço o amor!- fala saindo.

Vou atrás dela.

Japa: Me desculpa menó.- fala com Igor, ambos choravam.

Jade: Da ele aqui.- pego o Igor e me sento na calçada

Ele se aconchegou no meu colo e ficou deitado no meu ombro.

Japa: Não queria que ele passasse por isso, não queria ter passado por isso.- começa a chorar

Jade: Tu nunca me disse nada...

Japa: A gente sempre finge que tá bem tá ligada? Nunca fui dessas pessoas que adora que sintam dó dela, ao contrário, eu sou capaz de passar por isso, eu fui capaz de passar por isso!

Jade: Tu é um mulherão da porra, por isso amo você.- abraço ela de lado.

Igor corre pros braços dela e rimos juntas.

Jade; Não quero que tu sofra só sacas? Sempre que precisei tu tava comigo, quero fazer o mesmo. Somos amigas poxa.

Japa: Eu Te amo Jade.- sorriu.

Jade: Vamos pra minha casa ou vamos continuar na rua?- falei me levantando e colocando a mão na cintura.

Igor: Bola...- fala apontando pros traficantes que estavam jogando no campo ao lado.

Japa: Eu vou comprar uma e nós jogamos tá? Aqui não.

Cobra: Olha as cabaças!- grita do campo, fazendo todos olharem pra nós.

Índio estava lá, com seu abdômen exposto e caralho, que homem.

Índio Onde histórias criam vida. Descubra agora