Cobra
Passamos diantes dos mortos, tinha gente pra caralho, de tudo que você tipo de idade.
Mais o que mais me apertou o coração foi a mulher grávida, estendida no chão com dois tiros na cara.
- Anda rápido se não quer morrer!- cutuca o fuzil nas minhas costas.
Apertei o passo até eles pedirem pra parar, em um beco, tava tudo escuro, só tinha os farol de uns carro apontado pra nossa cara.
Estava eu, Índio, Dudinha, Pietro e mais cinco vapores.
Estávamos em fileira, ajoelhados pro Pelé.
Pelé: Acharam que iria conseguir contra mim?- gargalha alto.- vou matar cada um.
Sabia que era o fim, porra, já era.
Pelé: Vou começar por você!- apontou a arma pro Dudinha, que estava do meu lado.
Índio: Não, eles não tem nada a ver com isso, a rivalidade é minha e tua, tu já enfiou gente demais nessa conversa!
Pelé: Não é eu e você, é meu morro contra teu morro, vai muito mais além que isso, é poder!- destrava a arma.
Cobra: Não faz isso, ele...- sou interrompido quando ele dá diversos tiros no cumpadi.
O sangue do Eduardo espirrou no meu rosto, sentia seu gosto na minha boca, e não conseguia olhar para ele.
Pelé: Agora é você!- aponta a arma na minha testa.
Cobra: Vai na fé Bro, se for pra ser será!- mandei o papo encarando o comédia.
Ele destrava a arma e eu fecho os olhos, aí a ficha caiu, tudo, cada momento, quanto bom quanto ruim que passei na minha vida, tudo serviu de aprendizagem.
Alemão: Comédia!- disparou contra o Pelé, que cai próximo ao Dudinha.
Pelé: Colfoi parceiro?!- tenta pegar a arma que tinha caído, mais alemão chuta pra longe
Alemão: Achou que ia meter o do loco pra cima de mim?!- puxou ele pela gola da camisa e o jogou contra a parede.
Pelé: Do que você tá falando?!- disse assustado
Alemão: Tu que tá no B.O!- disparou no braço do Pelé, que gritava de dor.- Tu disse que foi ele quem matou meu pai!
Pelé: Eu me enganei...- fala se contorcendo.
Alemão: O problema é que tu mandou o papo errado, pessoas morrerem, pessoas que não tinham nada a ver com isso.
Pelé: Tá com remórcio agora?- sorrio.
Alemão: Não.- se ajoelhou na sua frente, também sorrindo.- o problema é que eu não gosto que me enganem!
Ele disparou sete vezes contra o Pelé, três tiros na cabeça e quatro no peito.
Encarei o corpo no chão, com sangue escorrendo.
Alemão chama seus vapores e da na bota.
Índio: Manda fazerem a limpa no morro.- falou triste encarando os corpos.
Olhando de longe, era visível ver que morrerem mais de 100 pessoas, um em cima do outro no baile.
E isso tudo foi culpa minha, Índio me avisou, eu fui teimoso, todas as mortes são culpa minha!
Eu vou correr pelo certo, vou pagar pelo que fiz!
Eu cobro os outros, agora eu que vou ser cobrado.
Não estou com medo, esse é o certo.
Todas as mortes foram minha culpa, nada disso teria acontecido se eu ouvisse o índio.
É o sistema que acaba com nosso psicológico.
Pego minha arma e olho pro céu...
Sem querer, deixei uma lágrima escapar, não vou ficar pagando de durão agora.
Destravei a Glock e apontei pra minha cabeça.
Índio: que porra é essa Cobra?!- grita atrás de mim.
Fecho os olhos e disparo uma vez.
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Índio
Teen FictionMesmo quando tudo parece perdido resta sempre um pouco de coragem para dar a volta por cima.