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Índio

Me trajo todo e desço, os moleque tava geral aqui, iríamos ter uma reunião.

Já falei que sou contra esse baile não disse?

Mais cobra tá na responsabilidade, já mandei o papo, qualquer coisa que acontecer vai tudo pras costa dele.

Cobra: É o seguinte, de baixo do palco vai ter, armamentos pesados, colete de alta qualidade, e tudo que usamos em qualquer missão, só pra previnir.- falou com a mão na perna.

Índio: E caso se tiver invasão, as pessoas vão morrer tudo? Morro inteiro vai tá lá, aonde eles vão?

Cobra: Do lado do armamento vai ter um quartinho, não vai caber o morro todo, mais cabe a maioria.- disse confiante.

Fiz bico e neguei com a cabeça.

Pietro: Então partiu baile?- falou se levantando animado.

Cobra: Sem drogas crianças.- fala gargalhando.

Fui em direção a minha moto e segui rumo ao baile.

Tava cheio como nunca, varios morro e playba pousou aqui.

Ficam a semana inteira falando que o morro é cheio de noia, aí chega sexta vem sextar no meu morro? Ta de caô?

Subi pro camarote e fiquei bebendo minha vodka observando o movimento do baile.

- Eae parceiro, sou novo no movimento, satisfação.- estendeu a mão.

Arqueei minha sombrancelha e encarei ele de cima a baixo

Índio: Que facção?- comprimentei ele.

- Tu é o Índio, dono desse morro né?- sorriu de lado mudando de assunto.

Encarei ele, já sabia que isso iria acontecer!

Índio: Alemão?!- apontei a arma pra ele.

No mesmo momento uns vinte vapores apontaram a arma pra mim.

Alemão: Pra ser contra mim, tu tem que pensar mais rápido parceiro!- estendeu calmamente a arma na minha cara.- larga essa porra!

Continuei com a postura.

Cobra; Larga essa porra Índio, não compensa!- gritou.

Lá em baixo as pessoas começaram a gritar e a correrem, só ouvia tiro de bala.

Encarei feio ele e desci de vagar, largando minha arma, em seguida, chutando pra ele.

Alemão: Prendado.- sorriu psicopata.

Cobra; Quem deixou tu entrar aqui?!- falou alto por conta dos tiros.

Alemão: Coé, sou o alemão, consigo o que eu quiser, quando quiser.- me pegou pelo pescoço e apontou a arma na minha cabeça

Índio: Atira otario!- desafiei ele, que gargalhou alto.

Alemão: Não me desafia...- negou com a cabeça enquando apertava a arma na minha testa

Cobra: Vamos fazer um acordo, tu nem sabe da história, chegou agora e quer matar o morro todo parceiro?

Alemão: Não sou teu parceiro!- destrava a arma.- Conta a história...

Ele se sentou e acendeu um cigarro, enquanto apontava um fuzil pra mim.

Japa

Japa: Igor?- gritei na rua procurando o mesmo.

Garoto sumiu, já avisei que é pra brincar só na rua de casa.

Mais quem disse que o menó escuta?

Pior que é dia de baile, tá perigoso essas horas.

Jade: Tem alguma coisa nesse beco Japa.- falou me guiando.

Tava muito escuro, via quase nada, papo reto.

Jade: Igor?- encostou a mão nos ombros dele, que olhou pra nós.

Igor: Imã... Tava brincando, promete não fica brava?- fala manhoso e eu sorri.- te amo.- se vira pra frente.

Antes que eu pudesse responder uma gritaria tomou conta do local.

Disparos surgiam diante de nós, me abaixei no chão e comecei a orar.

Igor: Já tô pronto...- ouvi um disparo

Olhei pra ele, estava estendido no chão com uma bala no peito, a sua esquerda tava um homem com a arma apontada.

Japa: Igor!- gritei e fui em direção ao seu corpo.

Jade começou a chorar ao meu lado, eu já estava perdida diante de tantas lágrimas que já tinham sido derramadas.

Japa: eu te amo moro?- passei a mãos nos seus cabelos.

Por último ele sorriu e deu um último suspiro.

Jade me abraçou enquanto chorava no meu ombro.

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