55° Desejo

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(Mídia)

Eu não acredito que ele fez isso.Pego as facas grandes que estavam na cozinha no dia do jantar do Scott e coloco pra fora da ventilação.Pego o saquinho transparente,o tamanho é de um palmo,e com tanta maconha que o saco ficava estufado.

Ele teve a coragem de esconder a droga dele no meu quarto.Ele teve a coragem,de que se a culpa caísse em cima de mim ele nem ligaria.Se os policiais encontrassem essas coisas aqui,seria eu mais culpada do que ele.

Que cara idiota.Idiota é pouco.Ele é um imbecil e um drogado fodido de merda.

Seguro o nariz com as mãos.Eu ando tão estressada que até comecei a xingar.Meu Deus do céu.

Saio de debaixo da mesa.Pego as três facas grandes e o plástico com a maconha.Esfrego o pé na blusa que antes eu ia pegar e saio do quarto e desço as escadas.Jughead estava deitado pra cima no sofá com os olhos fechados.

—O que te deu quando me beijou daquele jeito?–Eu paro enquanto ele fala de olhos fechados.–Eu realmente queria te falar uma coisa...

Me aproximo do sofá e jogo as facas no chão criando um grande barulho de aço batendo com aço.Ele abre os olhos.–Jughead,o que isso significa?

—O que...como...–Ele se senta.Eu aperto o saco de maconha nas minhas mãos.

—Você colocou essas coisas no meu quarto.–Comprimo os lábios.–Para eu levar a culpa.Eu pensei que estavamos bem,Jughead.Sem brigas.E eu acho isso dentro do meu quarto.–Rasgo o saco de maconha derrubando uma grande cachoeira verde despedaçada pelo chão.

Ele xinga e levanta colocando as mãos na cabeça e depois na boca.–Betty,eu posso te explicar.Não é desse jeito que você ta entendendo...

Meu rosto deve estar vermelho de raiva.Se raiva matasse...

—Você.Colocou.Essa.Porra.No.Meu.
Quarto.–Ponho minhas mãos em cada lado da cabeça pra expressar minha fúria.–Eu não quero saber de jeito nenhum.Você fez e pronto.Adimite.–Falo entre dentes.

Ele suspira e abre a boca varias vezes.

—Isso é mais verdadeiro do que qualquer palavra que você tenha a dizer.–Volto pro meu quarto e bato a porta quando entro.

Eu estava começando a me sentir bem com ele,a me sentir alguém na vida dele e não uma qualquer que ele pode amassar,chutar e fazer o que quiser.Principalmente colocar seus problemas nos outros.

Entro no banheiro e tranco todas as portas.Parece ate rotina.Ele me magoa,me deixa zangada e o banheiro é o meu primeiro lugar que me sinto segura pra chorar e ele ver.

Ligo a banheira e taco um saquinho inteiro de espuma relaxante.A água batia fortemente e isso causava um som de calma.Me olho no espelho.Meus olhos estão molhados,inchados e avermelhados.E o mais engraçado é que eu não me lembro de ter chorado.

Tiro toda minha roupa e entro na água escaldante que transborda um pouco quando me sento dentro.Decido não fazer um coque e sim deixar molhar metade do meu cabelo enquanto coloco a cabeça no encalço da banheira.

Eu acho que dormi na banheira,por que acordei assustada mexendo toda agua.E tambem a muito tempo,já que as pontas dos meus dedos estão igual de idosos.Pego a gilete e passo nos pelos pequenos que cresciam rapidamente no meu corpo.

O duro de ser mulher,é que a cada três dias tem que se depilar novamente por que os pelinhos quase invisíveis começam a ficar crespos ao toque.

Prendo a respiração e mergulho na banheira pra acabar de molhar o topo da minha cabeça.

Penteio meu cabelo que por estarem molhados ficam um amarelo escuro e castanho.Saio enrolada na toalha pro meu quarto e largo o pano me olhando nua no grande espelho na parede.Acho que emagreci quase um quilo desde que entrei aqui.Geralmente comemos só bobagens.Queria ver se pedissemos ifood.

PRAZER FATAL° RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora