Capítulo 21

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— Ela está de volta! — anunciou Nathalia Durbshire, com uma alegria incontida.

Os passos de George cessaram no mesmo instante, o único sinal evidente de que havia a escutado. Por um longo tempo, permaneceu em silêncio, enterrando bem fundo seus sentimentos, e apenas quando sentiu-se suficientemente tranquilo foi que perguntou:

— V-v-voc-cê a vi-viu?

Nathalia sorriu.

—  Ainda não. Mas recebi uma missiva de Emma me convidando para o chá esta tarde.

Os dois estavam passeando pelo Hyde Park, aproveitando o primeiro dia de clima agradável e sol radiante que surgira depois de semanas de chuvas fortes e céu nublado. Agora George sabia o motivo. A natureza alterou-se por causa dela, para brindar sua presença.

— Ora, homem, diga alguma coisa! Você passou todos esses meses lamentando sua partida e agora ela voltou finalmente!
Havia verdade nas palavras de Nathalia. Os últimos meses tinham se arrastando dolorosamente.

— E-e-e-e-eu est-t-t-tou fe-feliz que ela ten-n-n-nha retornado.  — limitou-se a dizer e então seguiu seu caminho.

Aquele era um assunto de cunho particular.


***

— Serei incapaz de descrever o brilho incandescente no olhar dele. — disse Nathalia.
— Mas posso afirmar que George não podia estar mais feliz com a notícia.

Emma sentou-se ao seu lado no sofá, ansiosa. A criada acabara de deixar uma bandeja de chá sobre a mesa de centro. Ela inclinou e começou a servir à amiga.

— O que ele disse? Quais foram suas exatas palavras? —  perguntou Emma.

—  Oh, ele não parou de falar um único instante. Perguntou quando você havia chegado, quanto tempo ficaria em Londres, quais eram seus planos. Disse que está desesperado para vê-la.

Nathalia sustentou o sorriso enquanto observava o rosto de Emma iluminando-se. Talvez mentir fosse errado, mas decerto que ela não esperaria mais um ano até que aqueles dois se acertassem e seu amigo conquistasse a felicidade que tanto merecia. Um dia George iria agradecê-la.

—  Eu quase tinha me esquecido —  continuou ela. —  George  deseja um encontro.

Emma sorveu um gole de chá. A xícara tremulava em sua mão. Dia após dia, durante todo o período em que se manteve afastada dele, sonhava com o dia em que o reencontraria. O tempo apenas fortificara seus sentimentos por ele e agora ansiava que George estivesse pronto para aceitá-los.

—  Diga a ele que irei. Não importa o dia e o horário, eu irei.

Uma hora mais tarde, Nathalia anunciava a um muito contemplativo George Bridgerton que Emma o convidara para um passeio na manhã seguinte.

Ele estreitou os olhos verdes para ela enquanto esforçava-se para equilibrar o livro que segurava nas mãos.

—  A id-d-deia foi de-dela?

Nathalia tossiu para disfarçar uma risada.

—  Claro.

George ainda pretendia pressioná-la até que se certificasse que ela não mentia, não estava de todo convencido, quando seu irmão entrou na sala.

—  O que os dois estão tramando? — indagou Thomas, o olhar curioso recaindo sobre a senhorita Durbshire.

Ela piscou inocentemente.

— Nada.

George a encarou.

— Qu-quero ac-c-creditar qu-que s-s-sim. —  disse em um tom cheio de ironia.

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