Seus nervos estavam descontrolados, mas o coração dela lhe dizia que aquilo era a maior expressão de amor. Entregaria seu corpo ao homem que amava. Se uniria a ele da forma mais sublime que havia.
George, com uma lentidão ponderada, plantou um beijo no topo da cabeça da esposa. Céus, aquele pequeno gesto já era capaz de incendiá-la. Emma estava no mínimo curiosa com o que viria a seguir.
— Pos-sso? — os dedos de George estava sobre o primeiro botão que sustentava o vestido dela no lugar.
Emma assentiu.
Em seguida, observou a forma delicada com que ele desabotoava seu vestido, como se até mesmo aquela peça de roupa possuísse valor para ele. O vestido se afrouxou dando abertura para que seu marido o descesse até a altura de sua cintura. George beijou seu ombro exposto, dando um leve mordidinha.
— D-d-deus me ajud-de a ser cuida-da-dadoso com você, Em-m-ma. — sussurrou ele ao junto do ouvido dela — Qu-quase n-não consi-sigo controlar o desejo qu-que sint-to por v-você.
Depois de despi-la por completo, ele acomodou confortavelmente sobre uma pequena montanha de travesseiros. O nervosismo de sua esposa era notório e ele não admitiria que quando lembrasse desse dia, suas recordações fossem povoadas de medo e desconforto. Por um longo tempo ele ficou apenas deitado ao lado dela, acariciando sua mão, fazendo movimento circulares com seus dedos no centro da palma da esposa, inteiramente atento a frequência da respiração de Emma, que parecia a cada minuto mais suave. Decerto que aquele não era um desempenho o másculo e viril esperado de um homem em sua noite de núpcias. Um parte dele queria enterrar-se dentro dela sem mais delongas, no entanto, aquela era a primeira vez de Emma e devia ser especial, até mesmo extraordinária.
Assim que deu-se conta que a mão dela deixara de tremer, ele se aproximou, alcançando a boca dela. Emma foi receptiva e apaixonada. Ela confiava naquele homem. Ele era seu marido e cuidaria dela. Não havia com se preocupar, refletiu ela, então deslizou sua mão pelo rosto dele até enroscar seus dedos nos cabelos sedosos dele. George entendeu imediatamente o gestou de incentivo e sua mão se apoiou sobre o ventre de Emma; subindo até que a linha de pele entre seus seios e descendo até a evidência da feminidade dela. Inativamente, ela arqueou o corpo, à procura do toque dele. Seu membro latejava, ansiosa, mas ele a marcaria como sua no tempo certo.
A língua dele saiu da boca, mas não procurou descanso, antes deslizou sobre a pela macia e perfumada da esposa, explorando o corpo que agora lhe pertencia. Ao invés de se sentir poderoso e possessivo, George sentou-se humilde diante da consciência que recebera o bem mais preciso da sua vida. Ele amou cada curva do corpo de Emma. Amou cada som que o estupor de desejo dela produzia. Amou o momento exato que entrou ela e não havia mais espaço entre eles, não havia mais distância que os dividisse. Eram um.— E-eu descobri me-me-meu lugar pref-f-ferido no mundo. — disse George, afundo mais nela.
Ooooh, Emma nunca sentiu nada parecido. Seu corpo se movia, acompanhando o dele. Ainda sentia um leve ardor, mas não doeu como sua tia alegou que doeria. Foi uma ligeira onda de dor, seguida de uma explosão de sensações que ela não sabia nomear.
— Sinta-se a vontade para visitar seu lugar preferido sempre que desejar, meu senhor. — respondeu, atrevida, soltando um riso.
George rindo.
— V-você n-não tem ideia d-de qu-quão perigosa esta of-f-ferta é. E-eu n-não lhe darei sos-ssego.De fato, George Bridgerton seu lugar mais duas vezes naquele dia. E quando a escuridão da noite se aproximou, ele se ajeitou na sua cama, sem cobrir sua nudez. Em seguida, puxou o corpo de Emma sobre o seu, deliciando-se com o peso dela. Emma apoiou a cabeça no ombro dele, seu nariz roçando a curvatura de George, inalando seu cheiro.
— Diga que não preciso ir embora. — ela pediu, sonolenta. Dormir em seu próprio quarto seria solitário depois de experimentar tanta paixão nos braços dele.
— Dur-r-rma comigo t-todas as noite. — ele sugeriu em troca. — N-nós podemos queima-mar a c-c-cama do seu qu-quarto ama-manhã mesmo.
Emma riu.
— Não seja bobo. — as unhas dela arranhavam levemente a pelo do braço dele enquanto dizia. — Não é necessário queimar a cama. Me contento em doá-la. — fez uma pausa, erguendo a cabeça para fitá-lo. — Quero acordar todas as manhãs ao seu lado, George. Desejo que meu rosto seja a primeira visão que irá ter ao despertar e quero tê-lo sempre ao alcance para beijá-lo. Aqui. — beijou a ponta do nariz dele. — E aqui. — Desceu até o queixo, e deixou um beijo ali também. — E aqui...A boca de Emma foi seguindo em direção ao sul, recompensando-o da mesma forma que ele tinha feito com ela antes. Oh, estava tão feliz, e aquele era somente o primeiro dia do casamento deles.
***
Uma semana após o casamento, Emma já estava completamente habituada a sua nova condição de dama casada. Ocupava-se durante o dia com seus deveres com a administração da casa, e deixava seu marido sossegado para trabalhar em seu livro. Na hora do almoço, ia buscá-lo em seu escritório. George perdia sempre a hora se não fosse Emma para lembrá-la. Cada sorriso que ele dava quando a via era capaz de alegrar todo o dia dela.
— Podemos ir até Bond Street pela tarde? — ela pediu a ele enquanto era servidos pelos criados. — Preciso comprar um par de luvas novas. E podemos aproveitar para ir na confeitaria do Sr. Kelles. Eu aprecio muito as receitas dele de doces.
George ponderou por um momento então assentiu.
— Clar-ro.Era a primeira vez que apareciam em público como Sr. e Sra. Bridgerton depois do casamento. Por uma semana inteira teve Emma só para ele. Mas sabia que uma esposa precisa de atividades, além da que um marido providencia na cama. George esperou pacientemente enquanto Emma experimentava todos os modelos de luva da loja. Devia estar trabalhando em seu livro ao invés disso, mas era cedo demais para negar os caprichos da esposa — talvez até mesmo fosse incapaz de tal coisa — e em seu interior ele já tramava maneiras bem agradáveis dela recompensá-lo por se submeter ao flagelo de uma loja de artigos femininos.
— Qu-quero que v-você use sua lu-lu-luva n-nova hoje. — disse ele ao saírem para a calçada. — Qu-quero ser o-o prim-m-meiro a aprov-v-vá-la em s-sua pele.
Emma enrubesceu.
— Eu sabia que você era minha alma gêmea. — declarou em um tom zombeteiro, arrancando uma gargalhada de seu marido.
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A linguagem do coração
Historical FictionAlerta: Se você ainda não leu O segredo de Colin Bridgerton da Julia Quinn, ou o segundo epílogo que a autora escreveu, esta história pode conter spoilers. Emma Stonne vive cercada de admiradores desde sua primeira aparição na sociedade. A combinaçã...