7 - Aquele dos garotos

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Eu abri meus olhos e senti um cheirinho delicioso de café coado se espalhar pela casa. Me ajoelhei ao lado da minha cama e fiz minha oração diária. Levantei, calcei primeiro o pé direito na sandália azul celeste, depois o esquerdo. Me levantei, fiz aquela alongada básica, fui ao banheiro, fiz minhas higienes e me arrumei para ir para a escola, preferindo uma roupa casual e um coque frouxo com alguns fios caindo sobre a minha face.

Quando cheguei na cozinha e avistei aqueles cabelos ruivos de costas, dei um grito alto e agudo, fazendo que a pessoa se virasse de imediato para mim.

- Zuleica? O que você está fazendo aqui? - questionei correndo até ela.

Ela me apertou com força nos braços, assim como mamãe fazia quando eu tinha dois anos.

- John me trouxe. Eu não poderia viver longe de você, minha menina!

Zuleica era, e aparentemente ainda é, a nossa empregada. Ela é mais do que isso, é minha melhor amiga. Só ela sabe da lista dos cinquenta e três garotos por quem eu já me apaixonei, e claro, pelo fato de ser feia, cristã e boazinha, ninguém nunca olhou para mim.

- Me conte, como foi o primeiro dia de aula?

- Primeiro estranho. Depois horrível. Depois bom. Depois estranho de novo.

Contei para elas as peripécias do primeiro dia, desde a minha amizade com Theo, o melhor amigo que uma garota pode querer, as líderes de torcida complicadas e o marrento do Victor, que tinha me humilhado. Ele tinha aquela fama de badboy, mas no fundo, eu sabia, havia dor em sua alma. E o fato de me pedir desculpa era prova de que ele não era tão bad assim.

- E a escola? -Zuleica questionou.

- Então, é estranho. Por mais que estejamos nos Estados Unidos, a escola parece exatamente com uma brasileira, exceto pelo fato de ter aqueles armários super legais de filme e as líderes de torcida dançando pelo campus. Mas a turma do terceiro ano A é muito legal e estamos todos nos preparando para o ENEM esse ano.

- Isso não é demais? Eu imaginava que o sistema de educação americano fosse diferente do brasileiro! Mas que bom que minha garotinha se sentiu em casa

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- Isso não é demais? Eu imaginava que o sistema de educação americano fosse diferente do brasileiro! Mas que bom que minha garotinha se sentiu em casa.

Zuleica deu um sorrisinho e eu sabia o que viria.

- E os garotos?

- Ah! Tem o Theo! Ele é fofo, gentil, cavalheiro, sensível, amigo, cristão de verdade... A gente parece que se conhecer a vida toda! Ele tem tudo que uma garota quer, mas sabe, ele não é para mim.

- Pois me conte sobre o outro.

- O Victor?

Zuleica disse que sim.

- Ele fica por aí, com sua pose de arrogante e humilha todas as pessoas ao seu redor. Mas, no fundo, eu sei, ele tem alguma dor e algo que o fez fechar para esse mundo. Posso ver nos olhos dele! Eu quero ajuda-lo, sabe? Queria uma maneira de me aproximar dele.

Eu comi mais um pedaço do pão com manteiga antes de dizer com cumplicidade.

- Quem sabe não nos apaixonamos e possamos ser um casal feliz? Sabe como é! O amor, ele muda tudo!

Terminei meu café da manhã e esperei Theo na porta do elevador. Ele me deu um abraço carinhoso e eu senti o cheiro do perfume amadeirado dele. A fragrância combinava com o seu porte atlético. Ele vestia uma camiseta branca e um jeans azul. O tênis all star era preto e ele tinha um casaco de couro jogado nas costas, dando aquele charme final.

Sortuda será a mulher que namorar ele - eu pensei.

Chegando na escola, ainda na parte exterior, me surpreendi com uma garota cantando alto sobre suas dores recentes. Rapidamente um grupo se juntou a ela e quando percebemos, todos estavam cantando e dançando uma melodia envolvente. Quando aquilo acabou, senti minhas estruturas abaladas. Eu sabia, algo aconteceria naquele dia! Eu só não sabia o que era.

- O que foi? Você não costuma estar distante! - Theo perguntou percebendo meu estado

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- O que foi? Você não costuma estar distante! - Theo perguntou percebendo meu estado.

- Eu não sei. Estou com um pressentimento. Parece que algo terrível vai acontecer.

Como se aquilo fosse o sinal que eu precisava, uma moto veio em nossa direção buzinando igual louco.

Foi tudo muito rápido! Theo gritou, eu fechei os olhos e senti o impacto contra mim. Eu caí no chão, mas senti-me de alguma maneira protegida. Abri os olhos e vi aqueles olhos verdes me encarando tão de perto. Victor havia me salvado de ser atropelada, puxando-me com agilidade, me fazendo cair sobre seus braços.

Momento só nosso dentro de uma bolha:

Victor: Você se machucou?

Sophia: N - Não... Eu estou bem.

Victor: Graças a Deus, duende. Me assustou.

Sophia: Você me salvou!

Fim do momento só nosso.

Eu ainda encarava os olhos dele e sentia o peito se movimentar numa lenta respiração, quando ouvi a voz de Theo e Mady me chamando distante, me levando a recordar que eu ainda estava no mundo real, e nesse mundo, caras como Victor não olham para meninas como eu.

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Passamos de 1k de leituras. Oba! Essa conquista é nossa e devemos a vocês, leitoras amiguxas mais lindas do meu core!

Ah, vamos lançar um desafio!!! Somos 6 escritoras envolvidas no processo de escrita. Cada uma responsável por um capítulo. Será que vocês descobrem qual de nós está escrevendo qual?

No fim do livro, que acaba não sabemos quando, vamos postar a autoria de cada um!

Vote, comente e espalhe por aí o maior clichê de todos os tempos!

A Cristã e o Bad Boy Americano: Da Aposta ao ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora