Meu pobre coração estava acelerado e eu ainda lutava para entender aquela coincidência brutal. Como em um milhão de anos eu imaginaria reencontrar o cara do avião no meu colégio? Não era possível. Mesmo impressionada, eu, ainda assim, não poderia deixar barato o fato dele ter me derrubado no chão, e claro, fui prestar contas.
— Você me chamou de duende? — perguntei indignada enquanto aos poucos me levantava. Ele logo veio oferecendo a mão mas eu estava morrendo de vergonha e não ia aceitar me humilhar para ele.
— Bem... — o garoto começou dando um sorriso torto. — Eu não sei o seu nome. Por isso resolvi te apelidar. É uma cortesia com as novatas.
Fitei o chão, imaginando qual era o tipo de cortesia oferecida por aquele metido a badboy, apesar de que com toda certeza ele nunca olharia para mim, uma menina tão feia e impopular. Resolvi continuar andando e procurar por Theo que misteriosamente sumiu das minhas vistas.Com insistência, o moço do avião colocou-se ao meu lado e se apresentou:
— Sou Victor. Victor Peter McWood. — Mais uma vez, ele estendeu a mão, sugerindo que eu o cumprimentasse.
Vencida por aqueles lindos olhos, eu cedi e o cumprimentei. Senti um calor subindo pela espinha e minhas pernas bambearam quando o calor da mão dele tocou a minha.
— Sophia Campbell. Eu, literalmente, acabei de me mudar.
— Eu já te vi antes, não? — questionou unindo as sobrancelhas.
Fiquei chocada por ter um cara tão bonito me dando atenção, pois isso jamais aconteceu antes. Eu era esquisita e feia, ninguém jamais olhava pra mim.Ele pensou um pouco e concluiu sozinho:
— Oh, já lembrei. Você estava ao meu lado no vôo ontem, não é, gracinha? — Eu apenas disse sim com a cabeça. — Viu? Sempre estou certo.
Dei uma risada, sem conseguir controlar o nervosismo perto do rapaz.
— Já que nos conhecemos formalmente, posso te levar para conhecer a escola, Sophia? — sugeriu erguendo as sobrancelhas.
Aquele convite me pegou de surpresa e a mesma pergunta permeava minha mente: Por que eu, uma simples e pobre garota estrangeira consegui a atenção do rapaz mais bonito que os meus olhos já viram?
— Ok...
— Nem pense em outros planos, Victor. Você tem um compromisso. Esqueceu que hoje é o dia do teste para o time de futebol americano? — A loira líder de torcida apareceu quase como magicamente em nossa frente acompanhada de duas outras garotas no seu encalço, uma morena e outra quase loira. Todas pareciam ter saído de uma edição recente da revista Vogue e isso fez com que eu me sentisse mais insignificante do que feriado no sábado.
Victor pareceu frustrado e falou:
— Estou ocupado agora, Ash.
As meninas malvadas caíram com os olhos sobre mim e a líder perguntou:
— Você é?Eu tentei ser simpática abrindo um sorriso para elas.
— Prazer, sou Sophia...
— Não importa — ela me cortou e em seguida virou-se para o garoto novamente — Quero saber, Vic, você vem ou não?
Victor olhou para mim como se pedisse autorização e eu apenas balancei os ombros.
— Nos vemos por aí?
Com timidez, eu dei risada e comentei:
— Se conseguimos nos reencontrar depois de ter pego o mesmo vôo, quem dirá na mesma escola.
Ele piscou e disse: — Tem razão, duende.
Instantes depois Victor saiu andando na frente com Ashley enquanto as outras duas ficaram pra trás. A morena de um jeito ameaçador, ordenou:
— O Victor é da Ashley, querida. Nem tente rouba-lo ou vai se arrepender.
Sem me dar chances de responder, ambas voltaram para o lado da abelha rainha e eu fiquei ali me sentindo péssima.
— Sophia? — ouvi a voz familiar de Theo e foi aliviador não estar mais sozinha. — Desculpe ter saído sem avisar, mas quero te apresentar uma pessoa do comitê de boas vindas.
Vi então duas moças uma de cabelos pretos, baixinha e a outra era ruiva mais gordinha.
— Sou a Mandy — A morena disse me surpreendendo com a quantidade de pessoas que falavam português fluentemente naquele lugar.
— Bem-vinda, Theo e eu vamos te apresentar a escola e as atividades extra-curriculares para você fazer. Nós três então visitamos cada cantinho da escola gigantesca.
Conheci cada grupo, clube e até os professores que foram super gentis comigo. Depois disso, eu não tive aula, por isso fomos para o refeitório. Percebi no mesmo instante como as panelinhas estavam bem divididas e formadas. Haviam os nerds, os roqueiros, os atletas, os populares, entre outros. P
ara minha sorte meus novos amigos me convidaram para me juntar a eles no lanche e eu combinei de encontra-los após comprar meu lanche.
Fiquei muito feliz ao descobrir que estavam servindo pão de queijo e suco de maracujá e enquanto um aluno na fila comentou que nunca tinha visto aquilo na vida dele e não era comum em nenhum região dos EUA, eu me alegrei por ter minhas comidas predileta servida.
Fui animada ao lugar ao qual meus colegas me esperavam. Sem conhecer muito do lugar precisei ziguezaguear pelas mesas a fim de ver algum rosto conhecido.
Eu estava passando pelos escandalosos populares quando, para o meu alivio, finalmente avistei Theo de longe. Acenei para ele e já seguia em sua direção quando, de repente, eu e meu lanche fomos ao chão. Sem entender muito do que aconteceu, eu fiz o máximo para passar despercebida, uma vez que todos ali riam em uma só voz da minha desastrosa condição. Foi então que vi Ashley me encarando e constatei: ela colocou o pé na frente para me derrubar de propósito.
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Amiguinhos, postando de última hora porque vocês são demais e deram os votinhos.
Desculpem a demora, mas não estava me sentindo bem e estou com muitas tarefas.
Nos vemos no próximo capítulo!
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A Cristã e o Bad Boy Americano: Da Aposta ao Contrato
ComédiePrepare-se para o maior clichê cristão de todos os tempos! Esse livro é uma brincadeira com os livros do gênero do Wattpad. É uma crítica e uma homenagem aos clichês que tanto amamos (e fazem sucesso). É sátira, humor exagerado! Não leve tudo a séri...