5 - Aquele com as mudanças de humor

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  Enquanto eu tentava me levantar, senti algo esbarrar em mim com força, fazendo com que eu voltasse ao chão.

  As risadas ao meu redor se intensificaram e, de repente, o mundo começou a girar. No meio do caos, um par de olhos verdes fixou-se perto do meu rosto.

A mão de Peter estava estendida, mas quando ia colocar a minha mão sobre a sua, ele recuou com repulsa.

— Ah, duende, você achou mesmo que eu iria te ajudar? Essa escola não tem lugar para pessoas como você. Agora levanta e sai, está atrapalhando o meu caminho.

Lutei o máximo que pude para segurar as lágrimas enquanto corria até o ginásio da escola, mas no meio do caminho até lá minha visão ficou turva com as grossas lágrimas que teimosamente rolavam sobre minhas bochechas.

— Sophia! — Ouvi uma voz atrás de mim. — Vai ficar tudo bem, não escuta o que eles babacas dizem. Ashley e Victor nasceram um para o outro — disse Theo, enquanto me envolvia em seu abraço aconchegante.

Fiquei calada e apenas chorei. Eu estava cansada de ser humilhada. Sempre foi assim, eu nunca me encaixei em lugar algum. Desde o jardim de infância eu era a mais feia, a mais gorda, a mais desastrada, a garota pobre com quem ninguém quer sair. Só porque eu só tenho apenas uma ferrari, um helicóptero e misérias cinco casas de praia não quer dizer que eu tenha um valor menor do que quem tem o triplo que eu. Isso era tão injusto! A vida é tão injusta!

  — Eu sabia, Theo! Eu sabia que vir para o Estados Unidos seria horrível! Tudo que eu pensei que não podia piorar piorou...

— Até ter me conhecido foi ruim? Ai, nossa. Essa doeu bem aqui — disse, apontado para o coração e arrancando gargalhadas de mim mesmo entre minhas lágrimas de dor.

— Ah, Theo! Só você para me fazer rir em um momentos desse. Você um presente de Deus mesmo, amigo.

— Nossa! Você falando até parece cristã...

— Mas eu sou!

Os olhos de Theo se iluminaram imediatamente. Parecia que minhas palavras haviam enchido o menino de cabelos castanhos de felicidade.

— Eu também sou! — Ele riu e começou a bater palmas, o que ficou muito engraçado diante de toda a altura dele. — Você já conhece alguma igreja aqui? Porque posso te levar para a minha. O meu pai é pastor, sabe?

— Não, não conheço. Seria muito legal. Agora... Humm... Agora acho de deveríamos voltar para a sala — falei, já dando meia volta e indo em direção a minha sala. Theo, que me acompanhava, deu uma pausa abrupta no meio caminho e levou a mão esquerda à teste em sinal de reprovação. Virei o meu rosto em direção ao seu, sendo obrigada a olhar para cima, e fiz uma cara de questionamento. Ele entendeu tudo apenas com meu olhar. Era incrivel, parecia que éramos amigos há anos!

— Esqueci que minha sala fica do lado oposto. Tchau, loirinha. Depois mando mensagem para irmos à igreja juntos. — ele deu um beijo na minha testa e saiu correndo como um louco.

Continuei o caminho até a sala de aula. Os corredores já estavam vazios e eu andei o mais rápido que pude para não me atrasar, mas mão me atrevi correr depois do tombo que levei hoje.

Quando cheguei à classe minha suspeitas se confirmaram. Eu estava atrasada! Respirei fundo e repousei minha mão delicadamente sobre a porta duas vezes seguidas. A professora, para minha surpresa, abriu a porta para que eu pudesse entrar.

— É a primeira e última vez que permito um atraso seu, mademoiselle.

Balancei a cabeça timidamente em um sim e, em seguida, varri meus olhos por toda a sala.

Droga — falei em português assim que percebi que o único lugar vazio era ao lado de Victoe Peter McWood.

— Perdão, mademoiselle, mas você disse alguma coisa? — Ao ver que eu permanecia em silêncio, a professora voltou a falar, agora em um tom irritado — Sente-se! Já basta ter chegado atrasada. Esses alunos estrangeiros acham que pode tudo.

Segui meu caminho até a cadeira ao lado de Victor Peter McWood enquanto sentia dezenas de olhos queimando minhas costas. Eu odiava ser o centro das atenções, mas parecia que hoje era o pior dia da minha vida ou algo assim.

— Você anda com a boca muito suja, não acha, duende brasileira — Victor Peter McWood falou deixando seu tom de deboche transparecer.

— Como você...? — comecei, mas lembrei de quando ele falou comigo em português no avião. Como ele aprendeu português? Pensei em perguntar algo, mas quando virei meu rosto para ele, seus olhos misteriosos estavam fixados no que a professora escrevia.

Tomei um respiração profunda e tentei me acalmar. O pior era que Victor Peter McWood tinha razão. Até palavrão eu tinha dito. Que tipo de cristã sou eu? Se bem que ele tem culpa nisso, o que ele fez foi imperdoável... Se eu tinha um adversário naquela escola, era Victor Peter McWood.

E foi aí que eu me dei conta.

A passagem que Paulo escreveu em Salmos veio direto ao meu coração.

"Amai os vossos inimigos."

Eu precisava perdoar Victor. Foi aí que fiz uma oração: "Senhor, ajude-me a perdoar Victor Peter McWood e faça ele ser uma boa pessoa".

— Humm... Duende? — Victor me chamou, enquanto eu ainda estava de olhos fechados. Abri os olhos e encarei a profundidade do mar em sua íris. — Você poderia me perdoar pelo o que eu disse mais cedo? Eu estava tendo um dia muito mal e acabei descontando em você... Você não merecia.

Sorri timidamente e afirmei que sim com a cabeça. Victor também abriu um sorriso que revelou suas covinhas perfeitas, tirando o ar dos meus pulmões e fazendo meu coração errar um batida.

Ele me pediu perdão! Era a reposta da minha oração. Isso só poderia ser um sinal! Deus ouviu minha oração.

♥♥♥♥

E aí, meninas?
O Theo é um fofo, né? Amoooo ele.
E aí? Como estão os shipps?
Alguém já se arrisca?

Estamos muito felizes que o livro está com quase 1k de leitura! Isso significa que vocês estão gostando!!! Pode parecer pouco, mas é muita emoção para nós!

Beijoooos de luz minhas saladinhas de fruta.

A Cristã e o Bad Boy Americano: Da Aposta ao ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora