9 - Aquele do FBI

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— FBI? — indaguei com a voz esganiçada, fazendo com que Victor se aproximasse de mim.

Encostei-me no armário, sentindo meu coração pulsar como se fosse uma escola de samba em plena Sapucaí, enquanto o agente do outro lado da linha me dizia que eu deveria comparecer ao One Police Plaza, sede da NYPD, em Manhattan e que levasse um advogado para o meu irmão John.

— Você está bem? — Victor tocou meu braço com o semblante preocupado. — O que o FBI queria?

— Meu irmão foi preso — disse com um fio de voz.

— O que ele fez?

— Não sei. Mas preciso de um advogado e pagar a fiança dele que é de um milhão de dólares. — Deixei algumas lágrimas escaparem. — Onde eu vou encontrar um advogado? Estou perdida!

— Meu pai é advogado. Posso ligar pra ele agora mesmo se quiser.

— Isso seria maravilhoso!

— Mas e a fiança? Como você vai pagar?

— Dinheiro não é problema. Posso pagar com meu cartão sem limites para emergências.

Por alguns minutos Victor me encarou em silêncio. Parecia um pouco surpreso e era possível ouvir as engrenagens de seu cérebro funcionando. Depois sua fisionomia suavizou.

— Você está muito abalada para ir até o distrito policial sozinha. Eu levo você.

— Não precisa se incomodar. Eu pego um táxi.

— Não é incômodo algum. Deixa eu te ajudar. — Ele secou os resquícios de lágrimas da minha face e eu corei como um morango maduro.

Andamos lado a lado até o estacionamento, onde o seu BMW I8, com Design exterior futurista, estava estacionado. Victor desativou o alarme e abriu a porta mim. Em seguida, ele entrou e colocou a chave na ignição, deu partida, engatou a primeira e saiu da vaga. Manobramos e saímos do perímetro escolar.

No caminho até a delegacia, Victor fez todo tipo de perguntas sobre mim e minha família

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No caminho até a delegacia, Victor fez todo tipo de perguntas sobre mim e minha família. Mesmo não entendendo seu súbito interesse por mim, respondi a todas elas de bom grado, afinal, esse era um meio de nos aproximarmos um pouco mais. Falei das nossas cinco casas de praia, três lanchas, o chalé nas montanhas, os dois jatinhos particulares e a nossa humilde residência de 20 suítes que deixamos no Brasil. Contei também sobre a morte dos meus pais e que restará apenas John em minha vida.

Victor me ouviu com atenção e comovido com minha história - não que ele tenha admitido isso, claro. Porém, lá no fundo, eu sabia que ele estava tocado pela minha triste trajetória de vida.

Quando em fim chegamos ao One Police Plaza, sede da NYPD, em Manhattan, o pai do Victor já nos aguardava na porta.

— Boa tarde Srta. Campbell. Estava aqui perto quando meu filho ligou. Quero que saiba que farei o possível e o impossível para que seu irmão seja um homem livre novamente.

— Obrigado, senhor McWood.

Entramos e para minha surpresa encontro Zuleica na recepção. Corri para os braços dela.


— Como chegou aqui tão rápido? — indaguei assim que me afastei.

— Eu estava com o John quando ele foi preso.

— O que foi que ele fez?

— Ainda não sei. Como não sou da família, não quiseram falar comigo. Mas parece ser coisa séria.

Ao ouvir aquilo, deixei meu corpo cair na cadeira ao lado. Victor se aproximou para me amparar, enquanto o pai dele seguia um policial gorducho com uma rosquinha na mão.

— E quem é você? — Zuleica o mediu dos pés à cabeça.

— Victor Peter McWood.

— Aquele da humilhação? — disse ela, arqueando as sobrancelhas.

— Zuleica! — adverti minha empregada, sentindo minhas bochechas queimarem.

— Tudo bem. — Victor deu um sorriso amarelo. — Sei que não fui um cavalheiro desde que nos conhecemos. Mas gostaria de mudar essa má impressão.

Olhei para ele intrigada.

"O que aconteceu para ele ter mudado de uma noite negra para um dia de sol tão repentinamente?"

Seja lá o que fosse, eu estava gostando do novo Victor carinhoso e atencioso ao meu lado naquele momento difícil.

Algumas horas se passaram e depois de eu ter pagado a fiança do meu irmão, ele e o pai do Victor saíram da sala de interrogatório.

— O que aconteceu, John? Quer me matar de preocupação? — Corri até ele e o abracei.

— Está tudo bem. Parece que houve um equívoco quanto a nossa mudança para os Estados Unidos, mas já foi tudo resolvido.

— Burocracias da Imigração — disse o advogado, dando dois tapinhas nas costas de John.

— Tem certeza que foi só isso? — falei cética, estranhado tudo aquilo.

— Claro pirralha. — Meu irmão sorriu fracamente.

Apesar de ele está se esforçando para parecer calmo, puder perceber em seu semblante que ele não estava me contando toda a verdade.


***

Tadinha da Sophia. Em que encrenca John se meteu?

Quem mais acha essa repentina meiguice de Victor suspeita? 

Não perca os próximos capítulos! 

E se você tiver alguma ideia para o livro, fala aí! Estamos abertas a sugestões.

A Cristã e o Bad Boy Americano: Da Aposta ao ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora