Epílogo

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"Jingle bells, jingle bells 
Jingle all the way!"

O som da música ecoava através da televisão, enquanto um cheiro de biscoito quentinhos que saia do forno invadia a sala. Aquela casa estava em plena preparação para a noite de natal. Com os enfeites na árvore e as meias coloridas penduradas na lareira.

— Terminei! Enfim, terminei! — A jovem de cabelo cacheado vestida com seu suéter azul estava em frente ao computador, jogando as mãos para cima em comemoração.

— O que você terminou, Natália? — Sra. Luzia, a avó da menina, perguntou enquanto se sentava em sua cadeira de embalo ao lado da lareira.

— Minha história, finalmente chegou ao fim — a menina respondeu com um sorriso largo no rosto. — Eu passei meses trabalhando nela e acho que consegui fazer um bom trabalho — falou empolgada para mostrar sua obra-prima. — A senhora quer ouvir um pouco?

Dona Luzia, com um gentil sorriso, mostrou sua disponibilidade de escutar a neta.

— Eu escrevi um romance cristão sobre a vida de dois jovens chamados Sophia e  Victor...

Ela continuou por exatas duas horas contar as aventuras dos dois jovens. Suas idas e vindas, todas perseguições policiais, o casamento apressado e tudo mais. A avó ouviu atentamente cada ponto do louco romance. Em diversos momentos ela se divertiu e deu risadas, em outros, permaneceu pensativa.

— E então, o que a senhora achou? — Natália entrelaçou as mãos e se sentou aos pés de sua vozinha que apenas sorriu ao findar da história.

— Eu gostei, querida. Certamente, tem muitos aspectos interessante, contudo acho que você precisa rever sua visão sobre um romance cristão.

— Como assim? — A neta piscou algumas vezes sem entender.

Sra. Luzia pegou sua Bíblia que estava no aparador e a abriu.

— Em 2 Coríntios 6: 14 diz: Jamais vos coloqueis em jugo desigual com os descrentes. Pois o que há de comum entre a justiça e a injustiça? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? — Fechou as escrituras e proferiu: — Se Sophia fosse cristã de verdade, ela nunca entraria em matrimônio com um homem ímpio, pois é pecado.

Natália apoiou as cabeças nas mãos e ficou pensativa por um momento.

— Mas, vovó, conhecemos histórias tão lindas de casais que se casaram assim e houve conversão. Eu apenas queria mostrar como o amor de Sophia salvaria o Victor, que era apenas um rapaz perdido na vida.

Luzia encarou Natália, séria por um momento e se levantou, buscando em sua estante de livros uma obra. A neta teve certeza de que viria um sábio conselho dos lábios da senhora, quando ela voltou a falar, entregando o livro "Sua filha em casamento" nas mãos da jovem.

— As pessoas também sobrevivem a quedas de aviões, algumas delas sem um arranhão sequer, e devemos todos ficar felizes por isso. Mas reconhecer um fato desses não nos impede de fazer oposição à quedas de avião — Luzia recitou um trecho do livro apontando para ele. — Minha querida, a Bíblia é muito clara sobre as instruções de um casamento e como um cristão deve escolher um parceiro e, uma coisa está mais que clara: o casamento deve ser feito estando ambos no Senhor.

A idosa se aconchegou de volta na cadeira e cruzou as mãos.

— Nós obedecemos ao Senhor, não em busca de recompensas, mas porque O amamos e sabemos que Sua Palavra é a verdade. Então, se a Bíblia diz que não podemos nos unir em julgo desigual, não importa se 10 mil casos assim deram certo, esse "certo" foi fruto de um pecado, que, embora a misericórdia do Senhor possa ter os alcançado, nunca devem ser usado como exemplo. Pecado é pecado, Natália, e como cristãos, devemos ser obedientes à Sua Palavra.

A Cristã e o Bad Boy Americano: Da Aposta ao ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora