45 - Aquele do fim

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POV SOPHIA

— Ai, meu Jesus Cristo, meu Senhor e Salvador! Tira isso dela! — Victor clamou em voz alta depois que eu me contraí gemendo de dores.

— Isso — eu esbravejei depois de sentir uma pontada terrível sob os olhares de todos, inclusive do seu polícia —, é seu filho, Victor! AHHHHHHHH!

Senti um ardor intenso, queimando, avisando que o bebê nasceria ali. Olhei para os lados e todos os homens estavam inertes, sem saber o que fazer.

"Deus, eu vou ter que fazer isso sozinha!"

Na hora da dor, nem havia muito espaço para constrangimento, ajeitei como pude e me preparei para receber meu bebê eu mesma. Contudo, algo inesperado aconteceu.

— Sophia! Você está bem?

— Ah, Zuleiquinha, graças a Deus você veio me salvar.

— Vocês, todos, saiam desse carro, agora mesmo. E você — ela apontou para o policial — cubra a retaguarda.

Os homens pareciam aliviados por se verem livre de estarem na cena do crime. Saíram rapidamente e Zuleica assumiu o comando da situação. Dez minutos depois, Victor ouviu o choro do nosso bebê. Sim, éramos pais!

...

POV VICTOR

Sophia estava amamentando nosso filho. Era incrível como a maternidade a deixara ainda mais linda. Aquele momento, em especial, me fez esquecer todos os nossos problemas passados. Parece que a nova vida que havia chegado trouxera uma renovada esperança para nós.

— Ele é lindo, se parece com você! — Sophia disse quando eu me aproximei da minha linda família. — Só espero que não seja marrento como o pai.

Esbocei um sorriso, porém, ele denunciou minhas preocupações. Aquela frase despertara em mim novamente os temores do nosso futuro.

— O que foi, meu amor? Achei que estaria feliz com o nascimento do Knute Ahmet.

— Ah, sim, eu estou muito feliz. — Quando percebi que ela não me deixaria em paz, resolvi me abrir. — Eu só estou preocupado com nossa vida. Não podemos morar de favor a vida toda na casa dos seus pais. Na verdade, eu não estou mais suportando ouvir "Baby shark, doo doo doo doo doo doo".

Depois que meu pai havia sido preso, todo um gigante esquema de corrupção foi descoberto. A empresa faliu e precisei vender tudo para poder limpar o nome da família, muito embora eu tivesse descoberto que não era parte do sangue ruim daquele homem a quem eu chamei de pai a vida toda. Aliás, na nossa mudança, havia descoberto um diário da minha mãe — anexado como prova pelo FBI —, onde ela contava em detalhes como havia sido ameaçada por meu pai a não contar nada para mim e descobri a verdadeira identidade do meu progenitor: um antigo colega de escola de minha mãe. Contudo, meu pai também havia falecido.

Como era a vida! De repente me vi no lugar de Sophia, órfão, sem dinheiro, sem ninguém, enquanto ela era rica, com uma enorme família, amada por muitos.

Mas, eu tinha Cristo e isso me bastava.

E por falar em família, meus sogros adentraram pela porta, sorrindo alegremente. Depois de paparicarem o neto e Katie dar muitas dicas sobre amamentação para a filha, eles se entreolharam, com cara de quem queria falar algo.

— O que foi? Se conheço vocês bem, estão querendo dizer algo — Sophia tomou frente.

— Bem — Katie iniciou um pouco sem graça —, queremos dar um presente, mas não desejamos que vocês pensem que estamos nos desfazendo da companhia de vocês em nosso lar.

— Saibam que nossas portas sempre estarão abertas e seu quarto estará lá, para quando vocês quiserem voltar...

— Ou visitar — Katie corrigiu o marido.

Prendi a respiração, tentando não transparecer o alívio por imaginar o que viria a seguir.

— Vocês passaram por tantas coisas nos últimos meses. — Katie acariciou os cabelos da filha e sorriu docemente. — Eu e seu pai achamos que talvez gostariam de um pouco de sossego e um recomeço.

— Sossego... — sussurrei imaginando o silêncio de uma casa sem uma dezena de crianças brigando.

— Temos uma chácara no interior, é uma rocinha, na verdade. Queríamos presentear vocês para poderem...

— Aceitamos! — respondi convicto, com medo de Sophia dar para trás. — O que mais precisamos, um novo começo. E eu sempre quis usar um chapéu country.

Todos riram e passaram a contar alegremente sobre o pequeno rancho. Havia um pomar bem cuidado, uma horta, galinhas passeando pelo quintal, porcos e vacas e muito trabalho para um jovem casal e espaço para uma criança correr pelo quintal livremente. E havia um quarto para Zuleica, que havia deixado o serviço do FBI para cuidar para sempre de minha esposa devido ao apego que nasceu entre elas.

Sophia se empolgou com o relato e eu aproveitei a deixa para me sentar, encostar a cabeça e descansar enquanto ela estava entretida com os pais. Os dias tinham sido uma verdadeira loucura e eu mal pude descansar.

Logo, a imagem de Sophia com um vestido camponês, carregando nosso filho nos lombos e uma cesta cheia de verduras frescas em uma das mãos surgiu em minha mente. Inesperadamente, aquela cena aqueceu meu coração. Pareceu tão real. Ela caminhava até mim e quando me encontrou, beijou com amor os meus lábios.

Não pude evitar de sorrir. Era aquele nosso futuro. Sem problemas, sem tristezas, sem policias, sem herança. Apenas nós dois. Vivendo juntos até a eternidade...

Felizes para sempre!

------ FIM ------

Acabamos!!!! Mas ainda tem o epílogo, não deixem de ler quando ele sair. Estamos preparando ele com carinho e vai ser o único capítulo escrito juntas. Depois, vamos montar uma lista com quem escreveu cada capítulo, só para ficar divertido para quem tentou acertar. 

Demos muitas gargalhadas nesse livro e conseguimos fazer algumas críticas, mas ao mesmo tempo, também abordamos algumas coisas sérias. Espero que tenham se divertido com a gente e gostado do enredo leve e engraçado!

Para quem escreve e identificou alguns clichês nos capítulos, temos um livro aqui no nosso perfil com algumas dicas para escritores. Sintam-se a vontade para explorar e vê se alguma delas é útil para você!

Até logo (se Deus quiser!)

Equipe Paixão e Pureza!

A Cristã e o Bad Boy Americano: Da Aposta ao ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora