Capítulo 1

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Alguns meses antes...

Eu estava parada olhando para o nada e observando as crianças correrem, atualmente eu trabalho na empresa do Liam, e hoje em plena sexta-feira Lucy resolveu dar a luz, e eu me ofereci para ficar com Otto e Hope.

_ Olá, demoramos? _ Kate chega com as dela. Lívia, Grace e Ava. As gêmeas estão com quase seis meses.

Mais criança aparece, Jackson de 7, Vivienne de 4 e Delayla de 2, recentemente adotados, filhos de Anna e Cristina chegam acompanhados por Anna. Delayla tem Síndrome de Down, mas é bem ativa e o amorzinho do grupo.

_ E ai? como tá sendo a experiência de ser mãe por algumas horas? _  Anna pergunta. Ava estava correndo com os outros que já caminhavam.

_ Estranho, Liam deixou eles lá em casa já era quase nove da noite, e quando foi buscar fiquei com dó de acorda-los e foi até bom, hoje cedo Lucy voltou para o hospital. _ explico.

_ E como você está? _ Kate e Lucy haviam tornado parte da minha vida, assim como todos que vieram depois.

_ Tô bem. André disse que eu preciso fazer terapia, e ai busquei uma terapeuta, seções três vezes na semana pra iniciar. _ eu odiava o fato de ter que fazer isso, mas André estava no meu pé.

_ Isso é bom. Lá em casa todos nós fazemos desde que as crianças chegaram, principalmente para aprendermos a lidar com os olhares para a Delayla. E tem sido ótimo. _ Anna estava quase deitada, o rosto virado em direção ao sol fraco que fazia hoje.

Sair da boate foi a coisa mais louca e certa que eu já fiz em toda minha vida, a paz que me trouxe é impagável, sinto como se antes eu estivesse dentro de uma coisa que eu sabia que não ia dar certo. Depois que comecei a conhecer outras coisas totalmente diferente que não envolviam dançar e fazer sexo em uma boate doida percebi que muitas das meninas que estavam lá tinham futuros brilhantes, mas por falta de pessoas que fizessem por elas o que fizeram por mim, continuavam ali até que algo de ruim provavelmente acontecesse. Mesmo que eu já seja formada isso ainda é uma coisa que me deixa com muito medo da incerteza.

_ Você ainda vai ao Brasil? _ Kate pergunta. Ela estava amamentando a Grace e nem se importava com o fato de as vezes o peito ficar a mostra.

_ Não sei, tenho que ver se minha amiga ainda poderá me receber, estou esperando as férias dela. Lá eles têm um método diferente daqui.

_ Quantas vezes já esteve por lá? _ Anna olha curiosa.

_ Muitas, nunca vi um lugar tão acolhedor. Apesar de já ter ido em cidades grandes lá, e em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, ainda prefiro as cidades pequenas no interior de Minas Gerais.

_ Quero poder ir lá, Fernando tá apaixonado por um lugar chamado Lençóis de não sei onde, Chapada de diamante e um que tem o nome dele. _ Kate explica. Por sorte já estive nesses lugares.

_ Primeiro, são incríveis. Se pronúncia Fernando de Noronha, Chapada Diamantina e Lençóis Maranhenses. _ Kate e Anna me olham com uma cara estranha.

_ Desde de quando você fala Português? _ Anna pergunta.

_ Desde que eu passei cinco meses lá. Decidi voltar porque na época eu estava na faculdade, tranquei e depois decidi voltar. _ Anna parecia horrorizada.

_ Você é formada? Desde quando? _ eu nunca comento sobre minha vida com ninguém, mas minha terapeuta recomendou que se eles passaram tudo o que passaram comigo, vale a pena eu confiar.

_ Eu sou formada em designer de interiores pela Universidade de Nova York. Mas fiz um pouco de medicina antes. _ agora elas me olhavam mais horrorizadas ainda.

_ Como assim que você é formada em uma das melhores universidades e ainda assim trabalhava naquele fim de mundo se prostituindo? Eu quero dar na sua cara Lys. _ Anna parecia realmente furiosa. Me encolhi um pouco.

_ Minha vida foi um inferno desde sempre, quando eu fiz a faculdade foi um martírio, no fim do curso tudo parecia conspirar contra, e mesmo assim decidi terminar, depois prometi que nunca iria querer ficar dentro de um escritório ou coisa do tipo, mas percebe-se que é impossível. Eu entrei na medicina forçada pode se dizer, mas não aguentei e tranquei.

Todo mundo me olhava como se eu fosse de outro mundo, ainda é um pouco difícil falar sobre essas coisas porque eu já sofri muito por isso, mas elas são minhas amigas não posso fazer isso com elas.

_ O Lewis nasceu _ aviso as meninas _ Liam acabou de mandar mensagem. _ todo mundo estava feliz, criança é sempre bom.

Fomos para casa, as crianças precisavam de um banho e o tempo já não estava mais tão propício assim para eles, Mariana estava no hospital com a filha, como todos eles moravam perto facilitava. Dei banho nas crianças, o almoço e coloquei para dormir.

Acabei cochilando também e acordei com um barulho na casa e me assustei.

_ Liam, o que você está fazendo aqui? bom, na sua casa? _ ele ri da minha confusão.

_ Não queria te acordar, você parecia cansada, vim buscar uma roupa para a Lucy. As crianças deram trabalho?

_ Não _ levanto tentando despertar _ fomos na praça com Kate, Anna e os meninos, eles se divertiram bastante.

_ Muito obrigado mesmo. Eu venho dormir com eles para você descansar.

_ Que isso, pode ficar lá, eu fico aqui com eles sem problema. _ anuncio.

_ Eu ajudo _ Alberto chega, e estava lindo como sempre _ meu plantão acabou, agora só amanhã a tarde, fico aqui ajudando.

_ Eu não preciso, eu sou capaz de cuidar deles sozinha. _ Alberto é bom demais, me parte o coração trata-lo assim, mas já tem gente demais envolvida na minha bagunça de vida, não quero que ele sofra.

_ Não precisa pedir, eu sou padrinho, é mais do que minha obrigação ajudar com eles, e não é uma coisa que me atrapalha, eu até gosto.

_ Não quero você aqui. _ bato o pé.

_ Então pode ir para a sua casa que eu fico aqui, mas você querendo ou não eu vou estar aqui _ olho para ele com raiva e subi. Quem ele pensa que é para me estressar desse jeito? abusado.

Depois que Otto e Hope acordaram coloquei eles para comer mais um pouco, Liam veio e ficou um pouco com eles e depois foi para o hospital, já era quase seis da tarde. Quando desci o cheiro de comida estava pela casa toda, enquanto as crianças brincavam na sala fui até a cozinha.

_ Vai incendiar a casa também? _ falo.

_ Muito engraçado, eu lembro que você amava minha comida, e até hoje não entendo o porque de você ter mudado desse jeito e ficado essa pessoa rebelde, resolveu me fazer de saco de pancada no lugar de André?

_ Não, pelo contrário, não é nada com você, mas resumindo, você sabe das coisas que eu fazia, e não estou a fim de ser sua amiga por esse motivo.

_ E quem disse que eu quero ser seu amigo? _ ele me pega pela cintura e me encosta na bancada, a cozinha é muito grande, não sei por qual motivo eu fui chegar tão perto, o hálito dele estava morno, e agora só tinha alguns centímetros entre nós _ você sabe o que eu quero, porque é o que você quer também, não tem pra que ficar escondendo isso, deixa eu te fazer feliz. _ ele beija meu ombro e vai subindo, meu corpo estava em chamas a minha eu sensata estava mandando eu me afastar, porém minha Lys safada e a Lys descontrolada arrastaram ela e prenderam no escuro sem direito a opinião.

Enquanto isso a boca de Alberto passava com tamanha habilidade pelo meu pescoço, eu já estava quase me entregando, ele morde meu queixo e sorri, e aquilo acabou com minhas defesas, eu estava ensopada e o desejo me consumia, quando ele ia me beijar escutei um choro e o empurrei para longe, ele ria vitorioso, vagabundo ainda acaba comigo. Corro para a sala deixando ele todo alegre na cozinha.

***********

Oi galera, bom começamos mais um, só não sei dizer exatamente os dias mas pra início vamos colocar terça e quinta, hoje teremos mais um, que é o do Alberto espero que gostem, se divirtam, se emocionem.

Não esqueçam de curtir e comentem também, isso ajuda bastante a levar o livro a mais pessoas.

É isso. Amo vocês e vamos lá ♥️

Me deixe cuidar de você Onde histórias criam vida. Descubra agora