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S/N

Droga, atrasada.

O Geilton não me deixaria entrar para assistir a aula, porém eu não iria perder a últimas aulas do semestre por causa disso.

O ônibus tinha estragado. Eu estava correndo, debaixo de uma chuva torrencial. Por que tinha de chover logo hoje? Justo no dia da aula mais importante do semestre.

Me chamo S/N S/S, sim, sou brasileira, porém me mudei para poder fazer faculdade. Faço enfermagem. Amo o que faço, porém odeio alguns professores. 

E como não odiá-los? Alguns são tão arrogantes com suas poses de superiores. Tem os que ainda salvam, como a coordenadora do curso, uma excelente enfermeira que sempre está disposta a te ajudar em todos suas dúvidas.

Mas o Geilton, ele eu não poderia ver na minha frente nem por mais uma semana. Só para piorar, ele roubou o projeto que eu e minhas amigas criamos. Era uma pesquisa sobre níveis de pessoas com deficiência. 

Mesmo que minhas amigas tenham feito um barraco, ele se fez de desentendido e disse que a ideia era dele e de um de seus alunos, que por uma coincidência estava junto com nós durante a matéria que tivemos a ideia e apresentamos. 

Mas isso não vem ao caso agora. E não vai me servir de nada ficar lembrando disso se eu não conseguir chegar na aula a tempo de pelo menos causar um pouco de raiva nele. E é isso que eu estou fazendo.

Correndo, debaixo dessa chuva, com um vento gelado batendo de encontro ao meu rosto. Sorte minha que meus materiais ficaram no armário da faculdade, se não eles estariam ensopados agora. 

-Droga, droga, droga. -Dizia enquanto esperava o sinal para pedestre abrir e olhava o relógio digital do outro lado da rua.

Vi o sinal abrir e comecei a correr, porém ouvi uma buzina alta e ao olhar para o lado eu só tive tempo de ver o carro, preto e alto, perto o suficiente para que o acidente já fosse impossível de impedir.

Senti a colisão e uma dor aguda na minha perna esquerda. Mesmo que o carro tivesse tentado frear, eu fui arremessada alguns pouco metros de onde era a faixa de pedestre. 

Minha cabeça havia colidido com o asfalto por causa do impacto. 

Tentei me manter acordada enquanto ouvia as vozes ao fundo, mas minha visão começou a ficar escura e eu comecei a fechar os meus olhos. 

-Ei, não dorme, fica comigo. Me desculpa. ALGUÉM CHAMA AJUDA. -Sinto alguém próximo ao meu corpo e um leve toque em meu ombro. -Não dorme, moça. Fique acordada. 

A voz era de uma mulher, ela aparentava estar aflita e eufórica. 

Eu tentei abrir meus olhos e ver quem era que me pedia para não dormir, mas não consegui. Apenas me permitir ser pega pelo cansaço que sentia devido a toda dor que tirava minha energia. 

Demi

A chuva estava forte. Meu motorista não estava enxergando quase nada, imagina eu que estava no banco de trás então. 

-Demi, capaz de você se atrasar para a gravação com o Jimmy Fallon. -Minha assessora, que estava sentada ao meu lado, diz enquanto olhava o horário em seu relógio. 

-Eu vou mandar mensagem para ele. O trânsito hoje está impossível. -Digo e desbloqueio o celular e entro no aplicativo de mensagens e mando uma para o Fallon. Por coincidência o mesmo também estava preso no trânsito. -Pode ir devagar, ele também está preso no trânsito, então não tem muito problema, eu acho. 

-Tudo bem, senhorita. -Ouço meu motorista dizer e o mesmo acelera com o carro, indicando que o sinal tinha sido aberto. 

Mas alguma coisa aconteceu. E não foi bom. 

O carro foi freado bruscamente, meu corpo arremessado contra o banco do carona, junto ao da minha assessora que foi arremessada ao do motorista. 

O barulho de algo acertando a lataria do carro foi alto, e misturava com o som da chuva. 

Assim que o carro foi parado e eu ouvi o freio de mão ser puxado, tirei o cinto de segurança e desci. 

Tinha pessoas olhando a cena, e até mesmo umas garotas gritando. 

Olhei, através da chuva forte, e vi uma moça no chão. Corri até ela, que sangrava e toquei seu ombro. 

-Ei, não dorme, fica comigo. Me desculpa. -Sim, mesmo que a culpa não tenha sido minha, eu ainda me sentiria culpada e pediria desculpa, isso sempre acontece. -ALGUÉM CHAMA AJUDA. Não dorme, moça. Fique acordada. 

Mesmo que eu dissesse isso, ela apenas fechou os olhos. Foi aí que meu desespero piorou. Ela não pode morrer. 

Ao longe eu escutei a sirene da ambulância, eu tentei respirar fundo e me manter calma. 

Senti alguém tocar meu ombro e assim que olhei senti meu corpo ser puxado para cima e ao olhar para a garota no chão, vi que já tinha alguns paramédicos atendendo a mesma. 

Eu espero que ela fique bem e que nada de pior aconteça. 

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Eu estou bem de boas em casa. Então, hoje tem mais essa história.

Corro o risco de ter de parar de escrever alguma por causa de coisas pessoais? Sempre. Mas não quero desistir.

Então, mais uma vez, quero pedir que me ajudem com essa.

Votem e comentem.

Beijos bb's lindos do meu coração.

Amor por acidente.Onde histórias criam vida. Descubra agora