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S/N Souza 

Acordei com uma dor de cabeça e na perna, que não me deixava, não importasse o lado que eu me virava. 

Abri os olhos e vi Demi na poltrona, ainda dormindo, só que agora coberta. Foi só quando vi seu celular conectado no carregador que me dei conta que alguém da equipe dela deveria ter entrado aqui durante a noite. Ouço algumas batidas fracas na porta e a mesma ser aberta. 

-Bom dia. Sou a enfermeira que cuidará de você hoje. -A enfermeira levanta a cabeça e me olha com os olhos arregalados. Era minha amiga, Silvia. -O que está fazendo aqui, S/A? 

-Por sorte ou azar, fui atropelada, agora tô de molho por algum tempo aqui. -Ela sorri de forma simples e olha meus curativos. O da cabeça estava doendo bastante ainda, mas o da perna não mais. -Tem remédio para dor não? A cabeça está latejando e eu queria voltar a dormir. 

-Vou buscar e fazer sua evolução no prontuário. -Ela iria sair do quarto quando percebeu a silhueta na poltrona. -Não percebi que tinha alguém aqui. Desculpe, logo mais eu volto com seu remédio. 

Ela saiu do quarto e eu volto a me encostar na cama, que agora tinha elevado um pouco. Queria poder entrar nas minhas redes sociais, só que estava sem telefone, e nem sabia onde ele se encontrava. Espero que não tenha estragado. Me perdi em pensamentos e em todos os trabalhos que eu ainda teria de fazer ao chegar em casa.

-Acordou cedo. -A voz que eu sempre ouvia cantando para mim antes de dormir se fez presente. Sim, eu era fã da Demi, mas não faria um escândalo sobre isso. Ela não precisava.

-É, estava com dor de cabeça e não importava para que lado eu virasse, a perna estava dondo em qualquer posição. -Mal termino de falar e ouço alguém bater na porta. -Entra.

Um homem acompanhado de mais três pessoas entra no quarto e a porta é fechada logo depois. Não acredito que até aqui eu teria de ver ele.

-Bom dia senhorita Souza. -Ele finalmente levanta a cabeça e olha em minha direção. -Uau, então é aqui que se encontra a aula bilíngue da faculdade. 

-Eu só posso ter morrido e ido parar no inferno para ter de ver sua cara logo cedo. -Eu iria levantar da cama e dar um soco nele se o mesmo continuasse com aquela voz sarcástica. Demi acaba por segurar a risada. 

-Por que faltou a minha aula ontem? -Ele pergunta e se senta na ponta da cama.

-Levanta, enfermeiro não se senta no momento que está fazendo visita. -Digo e ele me olha com uma sobrancelha arqueada. -Não escutou? 

-Se continuar assim, vai ser reprovada na minha matéria. -Ele diz e um de seus alunos faz um som estranho.

-Que bom que eu não estou na sua aula agora. Estou no hospital, internada, com a perna quebrada e com a cabeça latejando. Então se quiser brigar comigo, terá de esperar eu voltar para a sala de aula, aqui você não é nada meu e muito menos me da aula. Então se não for incomodo, se retire de meu quarto. Vá dar sua aula chata e sentar essa bunda em outra cama. -Digo e os três alunos que estavam com ele me olham com os olhos arregalados. -E vocês ai, aprendam a não compartilhar informações de trabalhos perto dele, pois o mesmo é um ladrão.

Ele me olhou de cara feia e saiu do quarto junto com os alunos e ao fechar a porta Demi caiu na risada. 

-Você foi incrivelmente grossa com ele. E agora eu entendo o porque de tanto ódio com esse professor. -Ela diz e se senta perto da minha cama. -Você não brincou quando disse que ele era gordo. 

-Eu não brinco quando me refiro a certos professores. Ainda mais a ele. -Digo e coloco a mão na cabeça. A dor tinha aumentado e muito. Precisava de um remédio logo. 

Demi percebeu e logo apertou o botão para chamar a enfermeira que veio alguns minutos depois com um copo de água e um outro com remédio. Ela se desculpou pela demora e esperou que eu tomasse o remédio para sair do quarto. Telefone da Demi começou a tocar e ela me deu um sorriso e saiu do quarto para atender o mesmo. Suspirei e olhei para a televisão que passava um filme qualquer. Eu queria sair logo daqui.

-Eu vou ter que ir embora, tenho um compromisso com minha mãe. -Escuto a voz de Lovato enquanto a mesma entrava no quarto. -Espero que não se importe, eu não posso adiar esse compromisso.

-Tudo bem, sei que você é apegada a sua família, principalmente a sua mãe e irmãs. E além do mais, eu vou ficar bem. -Ela sorriu para mim e eu acabei por desviar os olhos. Como não me sentiria com vergonha? Era a Demetria na minha frente. E eu sei, estava começando a surtar.

-Você está ficando vermelha, isso significa que deve estar com vergonha. -Sinto a cama afunda perto da minha perna que estava boa. -Por que está com vergonha?

-Bom, eu não gostaria de falar sobre isso. -Sentia seu olhar queimar sobre mim.

-Eu ainda quero uma resposta. -Ela tocou meu joelho sobre a coberta.

-Er, eu me sinto envergonhada. Não posso te incomodar com isso. Chega a ser besteira. -Digo e olho para a mulher a minha frente que ainda me olhava intensamente. -Está bem, eu tenho vergonha pois você é simplesmente a Demetria, então não tem como eu não me sentir envergonhada. 

Ela sorriu de forma que eu me apaixonei mais ainda, e eu não iria admitir isso e correr o risco de assustar a mesma. Mas sim, eu sou apaixonada nela. 

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Preparados para o Natal? Eu não sei o que sinto. Apesar de ser um data boa.

Espero que tenham gostado do capítulo.

Votem e comentem.

Beijos bb's.

Amor por acidente.Onde histórias criam vida. Descubra agora