Alguns meses depois.
As coisas finalmente estavam no lugar novamente. O vírus parecia ter ficado adormecido, e com a criação da vacina e sua aceitação entre os organismos alheios.
Eu tive um pouco de paz, depois de tanto tempo trabalhando. Eu estava em casa, finalmente. E por algum milagre, não tinha sido contaminada. Porém, perdi amigos durante esses meses.
Era ruim sentir essa sensação de perda e vazio. Saber que tantos colegas de profissão, pelo mundo a fora, estavam mortos ou até mesmo tinham contraído o vírus. Isso deixava um sentimento de culpa não só em mim, mas em outros profissionais. Tínhamos apenas um dever, o dever de salvar vidas. Porém tantas se foram em tão pouco tempo.
Eu me encontrava, nesse exato momento, jogada em minha cama. Já tinha tomado um banho e aproveitei para lavar o cabelo. Liguei o ar condicionado que tinha ali e puxei as cobertas sobre meu corpo. Queria apenas dormir por uns dois dias direto, se me fosse permitido.
A faculdade tinha decretado que não voltaria pelo resto do ano, pois não tinha o porque disso acontecer pelo fato de que bagunçaria todo o cronograma anual. Ou seja, eu tinha pelo menos o resto dos dias para descansar. O que era em média um mês. Só teria de ir trabalhar, mas isso eu ainda receberia minha escala.
Cai no sono, sem nem perceber o quão cansada.
Acordei com o colchão afundando ao meu lado e ao me virar para ver o que estava acontecendo, recebi uma lambida em meu braço.
Abro os olhos rapidamente e a bola de pelo na cor clara late e pula em minha direção. Percebi que tinha uma outro, na cor preta, na qual também correu em minha direção. Ambos os cachorros não paravam de me lamber e eu apenas deixei, tampando apenas a boca e fechando os olhos.
-Vocês dois estavam com muita saudades dela mesmo. -Escutar aquela voz foi o que me fez sentar na cama, de forma rápida. -Oi.
Eu apenas consegui abrir os braços a tempo de recebê-la. Ao fechar os mesmos, percebi o quanto tinha falta do toque humano. Aprendi a valorizar um simples ato durante todo esse tempo, e de agora em diante não recusaria mais nenhum tipo de abraço.
-Nós precisamos ser tocados por quem amamos quase tanto quanto precisamos do ar que respiramos. -Digo baixo, em seu ouvido, e vejo como seu corpo se arrepiou.
-Pare de me seduzir com frases de filmes. Eu já sou apaixonada por você. -Ela sussurra de volta e eu me deito na cama, levando seu corpo junto a mim. Os cachorros já tinham feito sua festa, mas isso não os impediu de se aconchegarem junto a nossos corpos, de forma que Ella ficou entre minhas pernas e as de Demi, enquanto Batman deitou sobre meu quadril e ali ficou.
-Eu senti tanto a sua falta. -Digo de forma simples e vejo um sorriso, o que eu amava tanto, se abrir.
-Quando a vida te afasta, o amor te fortalece. -Ela diz e deita a cabeça em meu ombro. Deu um jeito de se enfiar entre as cobertas e ali ficamos.
Não precisamos falar mais nada. Apenas ficamos abraçadas. Era isso que ambas precisavam no atual momento. E eu aceitaria isso sem que me pedissem.
Eu precisava de uma abraço. Eu, como todos os outros, precisava de afeto nesse momento.
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Escrevi esse capítulo pensando em como vai ser o fim da quarentena.
Não creio que ele ficou bom, mas mesmo assim, vai ser o que estarei sentindo daqui a alguns meses quando eu puder ver todos e fazer algo que não seja apenas ficar dentro de casa.
Votem e comentem.
Beijos bb's lindos do meu coração.
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Amor por acidente.
FanfictionUma chuva forte caia sobre Nova York. S/N estava atrasada e a chuva só iria piorar isso. com toda certeza o professor não a deixaria entrar para poder assistir a aula, mas não custava tentar. Enquanto ela corria para poder atravessar a rua, que es...