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O jantar ocorreu muito bem e eu comecei a respirar com mais calma. Minha família tratou S/N muito bem e aquela altura da festa parecia que ela fazia parte da família, e eu tinha certeza que se dependesse da minha mãe, S/N seria sua mais nova filha. Até discussão rolou para saber quem levaria ela para casa, isso até descobrirmos que a neve tava impedindo a passagem nas ruas e tudo estava interditado. 

-Minha família gostou de você. -Me sentei ao seu lado e ela estava rindo com minha afilhada. 

-Eu também gostei muito da sua família. -Ela diz e vimos a garotinha correr para perto das outras crianças. -Creio que vou ter de dormir aqui. 

-Sim, com a neve toda lá fora, não tem como ir para a casa e já está tarde também. -Digo e começo a pensar onde ela poderia dormir. -O único problema é onde vai dormir. Os quartos já estão lotados.

-Posso dormir aqui na sala, no sofá. Não tem problema. -Ela diz e meu tio, o mesmo que trouxe o pufe para que ela colocasse o pé em cima se manifestou.

-Nem pensar. O sofá é meu e eu disse isso desde que estava vindo para cá. -Ele se volta para a televisão novamente e eu rio da situação.

-Ele gostou de você também. É raro ele falar mais de uma palavra para estranhos. -Digo e ela sorri. -Bom, o único lugar vago é do meu lado, no quarto que vou dormir. Então vai dormir lá comigo. E também acho que não trouxe pijama, então mais tarde eu procuro com alguém. As minhas roupas não vão te servir. 

-Não mesmo, você é baixinha. -Ela comenta e começa a ri. Dou um tapa em seu ombro e rio junto. 

-Eu tenho a altura normal, não tenho culpa das pessoas serem mais altas que eu. -Minha tia aparece e se senta ao meu lado e começa a conversar com S/N. Ela realmente conseguiu fazer com que minha família amasse ela.

-Me diz uma coisa, S/A. Você namora? -Ela pergunta e eu abaixo a cabeça. 

-Não. Sou solteira. -Ela diz e minha tia figa indignada, e começa a perguntar como que isso era possível e como que alguém não queria ela. Ai meu Deus, minha tia estava começando a exagerar e eu sabia que isso era por causa do vinho. -Talvez seja porque eu sou tímida. Mas nenhuma menina quis nada sério até hoje. 

-Pois então elas são trouxas e idiotas. -Nesse ponto eu concordava com minha tia e ela continuou conversando com S/N e eu fui para a cozinha ver se alguém precisava da minha ajuda. Mas nem ali eu poderia ajudar.

-Não, você é desastrada demais. Vai sair quebrando os copos tudo. -Minha mãe disse e eu me sentei no banco e coloquei os cotovelos na bancada e apoiei o queixo em minhas mãos. -Sua tia pegou a S/A de conversa? Coitada, ela vai ter de ouvir ela falar até das pessoas. 

-Ela não parece se importar, além de que parece que todos gostaram dela e eu tô feliz por isso. -Digo e olho através do corredor para ver se dava para ver algo, mas não funcionou. -Mãe, tem algum pijama extra na sua mala? Ela vai dormir aqui e não trouxe e os meus não cabem nela. 

-Claro que não cabem, você é baixinha. -Minha mãe comenta e volta a colocar a louça na máquina. Até minha mãe me zoando pela minha altura? Assim não dá. -E bom, meus pijamas não vão cabem nela. E acredito que nenhuma de suas tias vai ter algum que caiba nela. Nunca vi uma família tão baixa como a nossa, credo. Mas sei que você trouxe alguns moletons. Deve caber nela, já que você teima em usar moletom dois números maior que você. 

Isso era verdade, eu tinha trago uns três moletons e algum deveria servir nela. Não é possível que ela seja tão grande assim. Eu também tinha um short folgado que adorava usar para dormir, e ele deveria estar na mala também, então eu tinha alguma coisa que ela poderia usar. 

Mas o que me deixava intrigada era o fato de ela dormir na mesma cama que eu. Vamos lá, ela era linda, e eu tinha reparado em seu corpo, claro que tinha. 

Desde o dia do hospital eu vinha reparando nela e ao entrar nas suas redes sociais e ver seu corpo nas areias das praias do Rio de Janeiro, não vou negar que isso não me deixou pensando nela. 

E agora eu tinha tido a ideia de ela dormir comigo e me esquecido desse detalhe. Não voltaria atrás na ideia, mas eu passaria essa noite roendo as unhas. 

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É isso.

Beijos.

Amor por acidente.Onde histórias criam vida. Descubra agora