Primeiro dia

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Hospital Universitário Estadual

Seul – Coréia do Sul

Mesmo que meus compromissos só começassem na parte da tarde daquele dia, eu acabei acordando cedo por conta do nervoso. Juro que tentei e esforcei-me para encarar tudo aquilo de um jeito tão bom quanto era, porém falhei. O nervoso era algo que eu não sabia lidar, sendo assim, não consegui ter a bela noite de sono que eu pretendia.

E o motivo, eu posso lhe explicar.

Formada em enfermagem pela Universidade Estadual de Haeundae há um ano, só agora eu consegui ter a oportunidade que eu tanto sonhei ao graduar-me. Demorou, mas finalmente chegou. Então agora, creio que você já seja capaz de entender meu nervoso por conta da grande responsabilidade que foi colocada em minhas mãos.

Agora eu sou uma profissional, e não mais uma estudante sem prática e com medo do que estava por vir. Passei por todos os processos de seleção e realmente dediquei-me por demais. Sendo assim, consegui a vaga. Eu sabia do meu potencial, mas nem isso era capaz de mandar meu nervoso ir embora.

Meu uniforme consistia em uma calça e uma blusa de manga em um tom de azul náutico – sem deixar de falar sobre o jaleco branco que teria que ser usado por cima. Sim, era como o dos médicos que ali trabalhavam, porém o meu, não tinha meu nome ou sobrenome bordado do lado esquerdo.

Meu plantão seria no horário da tarde, abrangendo também um pouco da noite. Mais precisamente falando, começaria a partir das três da tarde e às dez da noite, eu estaria liberada. Parece pouco tempo, não? Mas pensando no tanto de trabalho que eu teria, pensei que me faltaria horários disponíveis para fazer todas as tarefas.

Comecei a me aprontar quando o relógio marcou meio dia. Almocei no horário de sempre, organizei minha bolsa sem esquecer de colocar meu uniforme ali dentro, vesti uma roupa casual e simples, e só depois de tudo isso... Eu finalmente parti rumo ao hospital para o meu primeiro dia de trabalho.

Optei por chegar bem cedo naquele dia. Eu ainda não sabia das atividades do hospital e de seu ritmo diário, sendo assim, o quanto antes eu queria poder me inteirar. Cheguei uma hora antes do início de meu plantão, e ao procurar por informações, fiquei sabendo que eu ficaria na enfermaria do segundo andar.

Como se eu soubesse o que fazer para chegar lá...

Que ótimo!

Assenti concordando assim que recebi essa informação e antes de tudo, resolvi ir me trocar o quanto antes. Fui ao banheiro feminino em que só os funcionários tinham acesso e ali, eu entrei num dos individuais. Vesti minha calça depois de tirar o jeans, vesti a blusa depois de tirar a que eu usava e logo coloquei tudo dentro de minha bolsa.

Como jaleco pendurado no braço, eu saí dali de dentro e cheguei perto do lavatório múltiplo. Apoiei minha bolsa ali em cima, peguei dentro dela alguns elásticos para prender o cabelo num rabo de cavalo alto – por mais que meu cabelo fosse tão curto. Vesti o jaleco finalmente, lavei o rosto e as mãos, e só depois disso, eu fui procurar onde poderia encontrar o elevador.

Não, não pense que sou tão lenta ao ponto de não saber encontrar um elevador. Acontece que o prédio era tão grande, tão cheio de divisões e tão cheio de corredores, que eu fiquei confusa. E algo tão simples, me custou alguns minutos para se concretizar.

Chegando ao segundo andar, assim que a porta se abriu, eu dei de cara com uma placa escrito "Sala dos enfermeiros" pendurada numa porta branca e grande. Sobre aquela sala não me foi dito nada, mas por tratar-se de um ambiente para enfermeiros, entendi que eu poderia entrar.

A diversão que virou romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora