"Beba isso, ajuda a acalmar..." - disse Lis, em sua língua, entregando um copo com água com açúcar para Nathan.
O garoto estava sentado na cama de Lis, no quarto dela. Depois do ocorrido, ela o havia levado para sua casa, a fim de tratar seus ferimentos. O quarto da menina era um tanto bagunçado, mas de forma aconchegante. Ao abrir a porta de madeira marrom, via-se, na parede oposta, um guarda-roupas marrom-claro com grandes espelhos nas portas, de solteiro; ao lado de uma escrivaninha branca com preto, onde havia papéis com desenhos, fones de ouvido, lápis e canetas e algumas fotos polaroid, tudo espalhado; além de um notebook na gavetinha e uma pequena lixeira embaixo, cheia de papéis amassados, alguns até no chão. Na parede direita, um cabide branco com algumas roupas penduradas; próximo a uma janela de vidro, que se encontrava aberta; um poof e alguns livros no chão, próximos à escrivaninha. No lado esquerdo, a cama de Lis, cujos lençóis agora cobriam o corpo de Nathan.
- Obrigado. - ele fala, aceitando o copo.
Lis havia feito cursos de primeiros socorros devido ao trauma de ter perdido um amigo na infância. Com a permissão de Nathan, já em seu quarto, tirou-lhe a camisa e enfaixou-lhe o peitoral com uma atadura que guardara em uma caixa secreta debaixo de sua cama. Quanto à blusa dela, já havia trocado e posto para lavar -- junto com a dele, afinal, as duas estavam sujas com o mesmo sangue.
Nathan terminara de tomar sua água com açúcar, sendo acariciado por Lis nos cabelos.
"Você está melhor agora?" - ela pergunta, tocando-lhe o rosto em seguida.
-- Lis... obrigado. De verdade. Você tem sido um anjo para mim.... - Nathan acariciava os cabelos soltos e longos de Lis, olhando-a nos olhos - Me desculpa por-...
"Não diga nada. Eu te perdôo, N A T H A N." - dizia Lis, confortando-o.
- Você é um anjo...
"N A T H A N, me diga..." - ela tocou o Yang do garoto, agora impossível de ser oculto - "onde você encontrou este pingente?"
- Nos trilhos de uma estação de trem, no meu antigo bairro. Eu tinha uns oito ou nove anos na época... por quê? - indagou ele.
Ela quase vomitou. Seu coração parecia estar prestes a sair pela boca ou rasgar seu peito, de tão forte que pulsava. Um turbilhão de emoções e pensamentos confusos a dominou.
Foi neste momento em que Lis mostrou seu pingente, o Yin; a outra metade dele.
Seriam eles opostos complementares? Havia mesmo sentimento ali? Os dois atropelavam seus próprios pensamentos, assustados mas, de alguma forma, interessados por aquela ideia.
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Yin & Yang | A Sintonia de Dois Opostos
Novela JuvenilNathan e Alisson não tinham nada a ver um com o outro. Eles sequer se conheciam. Não estava nos planos dela viajar para a cidade dele. Mas, como nesses típicos clichês de romance, a mocinha sempre encontra o mocinho. Nathan não é nenhum mocinho. P...