Capítulo 27

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A luz do sol invade com força meu quarto e me faz despertar melhor que qualquer despertador com uma música irritante. Hoje era sábado ou seja sem escola e sem trabalho já que nos finais de semana a Biblioteca era fechada, tinha que fazer alguma coisa e veio em minha mente visitar o lago Laangell. Desde o dia que me pedir na floresta nunca mais fui lá e aquele lugar me proporcionou uma paz de outro mundo.

Levantei apressada fiz minhas higienes matinais e vestir um shorts preto folgadinho nas pernas e uma blusa Flórida que havia ganhado de Loyana coloquei meu tênis de caminhada  e coloquei também por debaixo da roupa um biquíni para que eu pudesse mergulhar e na mochila coloco uma toalha e meu celular.

Desço as escadas numa empolgação completa, Crist estava na cozinha fazendo o café da manhã como sempre.

—Que animação é essa posso saber? Ele pergunta virando o omelete que havia feito para mim.

—Decidir da uma volta por aí, faz tempo que não faço isso. Digo colocando uma garfada na boca.

—Da última vez que decidiu fazer isso não deu muito certo lembra? Crist diz se sentando ao meu lado.

—Mas naquele dia já estava tarde e agora está de manhã, com um sol desses não posso ficar em casa. Falo tentando transparecer o mais tranquila possível para que ele finalmente deixasse.

—Tudo bem, mas tome cuidado. Ele diz. —Agora coma tudo.

—Tá bom pai. Antes mesmo de me dar conta do que disse Crist me olha de forma espantada era a primeira vez desde que cheguei aqui que o chamava de Pai. — Nem me olha assim.

—Foi a primeira vez que você me chamou de pai. Ele volta a sua atenção para sua torrada. —Tenho que fazer uma pergunta...

—Pergunte. Digo voltando minha atenção para ele.

—O que acha... Bem... Da... -Ele enrola que só para finalmente soltar o que queria realmente perguntar. —Do relacionamento... Sabe... Eu... A Loyana.

—Quer saber minha opinião sobre você e a Loyana? -Pergunto surpreendida com a dúvida de Crist não fazia idéia que minha opinião era tão importante assim para ele. —Bom eu acho vocês super fofos e apoio super e assim como minha mãe você também deve ter o direito de ser feliz com a pessoa que você escolheu para estar ao teu lado.

—Fico feliz que pense assim. - Ele deixa de lado a comida e me abraça de uma forma muito carinhosa. —Eu te amo demais filha.

—Também te amo pai. -Falo aproveitando ao máximo aquele momento e deixando até uma lágrima rolar. —Agora bora parar que isso tá muito meloso.

—Okay. Diz ele enxugando as lágrimas e voltando a comer.

—Tenho que ir. Digo pegando minha mochila. —Antes do almoço tô de volta.
Ele apenas acena e dar um sorriso enorme. Caminho em direção a estrada e assim dou início a minha caminhada atrás daquele bosque que havia me levado ao lago. Depois de muito caminhar e aproveitar o clima que fazia naquela manhã acabo encontrando o lago e ele estava mais convidativo que tudo. Sua água quase cristalina e a luz do sol refletindo chegava a ser uma visão divina, naquele horário poderia ver melhor tudo que rodeava  o lago, as pedras, a grama bem verdinha e as árvores dando uma sombra deliciosa.

Tiro a roupa e coloco longe do lago para que não havece risco de molhá-las  e por fim mergulho água estava na temperatura perfeito. O lago não era tão fundo porém dava perfeitamente para nadar, esse lugar me transmitia algo diferente uma sensação muito boa.

Depois de passar horas mergulhando decido voltar para casa ao olhar no celular já eram quase duas da tarde e havia duas ligações de Willian. Ao terminar de me arrumar e calçar meus tênis volto a caminhar para sair do velho bosque e depois de alguns minutos já estava na estrada.

Ao chegar em casa posso perceber que tinha um carro que não era nem de Crist e nem de Willian na frente de casa. Corro para a porta e ao abrir vejo que estão todos muito felizes.

—Oi minha querida. Tia Nellma diz vindo super contente me abraçar.

—Tia o que a senhora está fazendo aqui na cidade? Pergunto quando nos distanciamos.

—Vim chamar meu irmão e a minha sobrinha preferida para passar o domingo la em casa. -Ele fala sorrindente. —Já que vocês nunca vão lá.

—As coisas estavam complicadas por aqui. Alega Crist em modo de defesa.

—Okay, okay mas e aí vocês topam? Ela pergunta com um olhar cheio de expectativas eu e Crist trocamos olhares e por fim suspiramos em concordância.

—Tudo bem, amanhã estaremos lá! -Crist diz sendo por fim vencido. —Posso levar uma amiga comigo?

—E eu posso saber quem é essa amiga? Tia Nellma diz desconfiada já sabia que aquele assunto seria longo então decido ir para o meu quarto mas antes me despeço da tia Nellma.

—Tô indo para meu quarto, foi um prazer vê-la tia amanhã nos vemos. Digo a abraçando, estava muito cansada e precisava além de um banho uma tarde de sono também.

—Tudo bem, seus primos estão super anciosos para lhe ver. Ela diz e eu apenas concordo.

—Também estou. E não era mentira gostei de todos e me pareciam muito hospitaleiros menos a Katherine mas é sempre assim de primeira vista nem todo mundo gosta de todo mundo. Subo para lhe quarto e já vou deixando bolsa jogada pela cama e vou direto tomar um banho para dormir.

Acordo com o celular tocando feito louco olho no visor era um número desconhecido . Quem será? Resolvo atender torcendo para que não fosse a operadora.

—Alô? Falo.

—Angell, seu pai me passou seu número algum problema? - Ouço a voz feminina a qual não esqueceria nunca.

—Mãe ? Pergunto ainda abismada, só podia ser um sonho.

—Oi minha filha. Ela diz baixo.

—Aconteceu alguma coisa? Você tá bem ? - Me desespero, minha mãe não ligaria a não ser que tivesse acontecido alguma coisa.

—Tá tudo bem Angell, só achei que estivesse na hora de conversamos. -Ela diz me surpreendendo ainda mais e me fazendo chorar.

—Mãe eu queria ligar, me desculpar mas acabei sendo impedida pelo medo. -Digo aos prantos.

—Não chore minha filha. -Ela diz parecendo que estava prestes a chorar. —Eu te amo muito sabe disso né.

—Eu também te amo muito mãe. E assim iniciamos uma longa conversa que durou bastante tempo mesmo, ela havia me perguntado tudo que eu já tinha feito por aqui e eu perguntei o mesmo para ela, como estava as coisas por lá e como estava dona Maria uma doméstica que cuidava de mim enquanto eu estava lá.

—Filha se você quiser pode voltar pra capital. Com essa proposta fico meio apreensiva apesar de estar com muita saudade dela eu não poderia aceitar pois pelo menos por enquanto meu lugar era aqui.

—Não posso, eu tô gostando daqui. Digo. —Eu tô feliz de verdade aqui como jamais estive em outro lugar.

—Se é assim, pode passar as férias de verão aqui que tal? Ela sugere.

—Assim fica melhor. Sorrio.

—Agora tenho que desligar meu bem vou sair com Jones. Ela diz.

—Tá bom te amo. E assim encerro a chamada pude perceber que já se passavam das sete da noite e eu ainda não havia comido nada desde que cheguei do passeio. Desço as escadas numa pressa incrível e ao chegar a sala vejo que Crist estava conversando com Loyana.

—Olá Loyana. Digo caminhando em direção a geladeira e pegando presunto, queijo, maionese tudo o que era necessário para fazer um sanduíche.

—Willian veio aqui, mas eu disse que você estava dormindo. Crist diz um pouco alto para que eu pudesse escutar.

—Depois me resolvo com ele. Digo levando meu sanduíche para sala e me sentando no sofá eles estavam assistindo Como eu era antes de você. —Serio isso ? Romance?

—Só assiste Angell. Diz Crist jogando uma almofada em mim e apenas retribuo jogando outra nele que acaba pegando em Loyana e assim damos início a uma guerra de almofadas como se os três fossem crianças. Hoje sem dúvidas era um dia mais que perfeito.

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