Capítulo 37

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—Alunos quero que vocês prestem mais atenção em minhas aulas, parecem estar muito distantes. Dizia o professor Giuliano que ministrava a aula de História. — Vocês estão prestes a se forma, uma atitude com esta não poderá se repetir...

—Angell eu lamento muito pelas coisas estarem assim com você e Willian. - Igor dizia em voz baixa ao meu lado. —Mas você não pode deixar isso te deixar desse jeito. - Igor gesticula apontando para minha cara, bem depois que aconteceu tudo aquilo ficou difícil de dormir me deixando assim com olheiras enormes.

—Isso só uma noite mal dormida acontece. Digo voltando minha atenção a aula que por mais que estivesse entediante acaba que ocupando um espaço em minha mente. — Agora preste atenção. Advirto.

Quando pensamos que as coisas estão boas o suficiente é aí que tudo desmorona. Willian acabou revelando seu jeito completamente idiota, grosseiro e ciumento de novo na verdade acho que essa face sempre esteve presente nele e só eu não via. Achava os seus ciúmes bobos e até relevava suas atitudes porém a briga que tivemos deixou bem claro não é possível imaginar um futuro com uma pessoa igual Willian. Eu o amava muito e por mais complicado que fosse desistir dele era isso que deveria fazer, ficar na cidade só iria me trazer mais dor de cabeça então cheguei finalmente a conclusão de ir embora e voltar a morar com minha mãe e dessa vez era definitivo.

Mas teria que pensar nisso depois o casamento de Crist que estava bem aí e eu era responsável pela decoração, teria que visitar algumas lojas para começar verdadeiramente o trabalho. Quando a aula acaba saímos juntos em direção ao refeitório e ela estava Izabelle e suas amigas mas ao nos ver ela caminha em nossa direção e me abraça.

—Oi, você tá bem? -Ela diz ao nos afastarmos. —Willian me contou o que aconteceu, quer conversar?

—É tô sim, não quero falar sobre isso. Digo sorrindo fraco porém ela apenas concorda nos sentamos na mesa e como estava sem apetite opto por não comer nada. —Eu vou banheiro depois a gente se encontra.

Saio em direção aos extensos corredores como estávamos em horário de intervalo a movimentação era enorme, chegava a ser impossível passar e não esbarrar em alguém. Antes que pudessem chegar no banheiro uma mão toca e em meu ombro e aquele toque me faz reconhecer imediatamente de quem se tratava.

—Vamos conversar por favor. Willian dizia com uma cara preocupada ele também aparentava não ter dormido.

—Não temos nada para conversar, agora tchau. Digo dando as costas para ele que no mesmo instante se põem em minha frente. —Não complique a coisas.

—Você quer que eu peça desculpas para o Pacheco? -Ele perguntava agora dessa vez não consigo conter o sorriso irônico, como ele tinha coragem de me perguntar isso.

—Willian quem tem que pensar nisso é você, o seu problema é muito além do Pacheco se ainda não percebeu. -Digo tirando suas mãos de mim. —Agora sai da minha frente.

—Não até você conversar direito comigo. Ele diz de maneira rígida, acho Willian realmente não sabe como agir em situações assim.

—Deixa ela Willian. Igor diz de maneira calma para que Willian não se altere.

—Não se meta Igor. Willian ignorou completamente o pedido de Igor e não moveu se quer um dedo de distância de mim.

—Se você não se afastar de Angell agora eu vou resolver isso de outra maneira, deixa ela sozinha cara o que ela mais quer agora é respirar dar um tempo. - Igor me puxa para mais perto dele me deixando assim mais distante de Willian o que me deixa seriamente aliviada. — Respeite isso e depois vocês conversam.

—Eu sabia que desde sempre você tinha interesse nela! -Willian grita fazendo com todos os alunos que estivessem por perto ouvisse.

—Larga de ser louco, minha namorada é a tua irmã! - Igor se revolta e aumenta seu tom de voz também.

—É disso que estou falando Willian, você mesmo querendo se desculpar consegue armar essa confusão toda, por conta desse teu ciúme doentio! Agora se não for pedir muito fique o mais longe possível. Digo me virando e deixando os dois sozinhos, meus olhos já estavam lacrimejando precisava me recompor e voltar para as últimas aulas.

Depois de enfrentar as últimas aulas corro para a biblioteca, decido que vou comer alguma coisa depois, chegando lá Dona Lídia já estava resolvendo alguns problemas, ao me aproximar ela me olha com uma cara e depois esbanja uma preocupação.

—O que aconteceu anjo? -Ela diz estendendo a mão para que me sentasse em uma das cadeiras e logo em seguida me traz um copo de água.

—É uma história tão longa e triste. Falo abaixando minha cabeça.

—Bom se quiser contar estou toda a ouvidos. Ela diz se sentando em minha frente, depois de contar todos os acontecimentos, as brigas e todas as atitudes que Willian estava tendo que me machucavam Dona Lídia me ouve bastante atenta e ao terminar ela dá início. — Lembra que eu te disse que o problema de vocês eram insegurança?

—Lembro. Afirmo.

—Essa insegurança é maior em Willian. -Ela diz respirando fundo e dando continuidade. — Ele te ama de verdade mas ele também tem medo de te perder. Nem sempre esse medo de perder é demostrado de uma maneira positiva e esse foi o caso, a agressividade é a maneira que ele encontrou.

—Mas como eu posso perdoa-lo e viver com uma pessoa assim? -Pergunto já aos prantos.

—Angell as pessoas mudam, uma vez me diz que Willian era irredutível em relação ao namoro da irmã mas agora ele já está até amigo do rapaz. Willian pode mudar e não é um caso completamente perdido, entende?! -Ela dizia com aqueles brilhos nos olhos tentando me transmitir o maior conforto possível. —As pessoas tem em mente que o namoro só acontece e se torna duradouro quando os dois são perfeitos, se amam intensamente e os dois não apresentam nenhum probleminha mas as coisas não são assim o namoro é a chave para o casamento. Isso quer dizer que mesmo ambos tendo alguma imperfeição o que todos temos, essa imperfeições podem ser resolvidas com muito amor e o tempo, só basta a pessoa está verdadeiramente arrependida de suas ações.

—Você acha que Willian ele vai se arrepender de forma verdadeira? -Pergunto tentando acompanhar a linha de raciocínio.

—Quem tem que me responder isso é você, eu só sei o que vejo. O amor que ele sente por ti e grande só os ciúmes que acaba sendo um empecilho, não pense que estou dizendo para aceitar os seus ciúmes longe disso. -Ela diz fazendo uma careta de negação. —Eu te peço que quando ele estiver realmente disposto a mudar e deixar o amor falar mais alto você vai ter que ouvir o seu coração e saber se agora é você quem está disposta a ajudar e crescer com Willian.

—Falando isso parece ser fácil mas na prática é muito mais difícil. Digo cabisbaixa.

—Nós que complicamos, quando deixamos de lado o orgulho e o ódio tudo fica bem mais facilitado. Vocês jovens se perguntam o por quê de os relacionamentos antigamente serem duradouros, claro em alguns casos e eu vou te dar a resposta. A resposta é que antes quando nos namoramos e casamos a gente investia tanto amor e confiança mesmo ambos sendo imperfeitos que além de marido e mulher acima de tudo éramos amigos, hoje é difícil estabelecer uma relação assim por exemplo: quando alguém não te serve você simplesmente a troca e isso é o não se deve fazer. Vai ter momentos difíceis e momentos muito bons o segredo e permanecer unido e confiar em Deus. 

Quando Dona Lídia tinha terminado eu já estava as mil lágrimas. —Eu quero tanto ter um relacionamento assim.

—Então se você quer tanto ter uma relacionamento assim ore e espere as atitudes de Willian em seguida caso você tenha certeza que não é mais isso que você quer eu te dou todo o apoio para ir seguir a sua vida. -Ela dizia sorrindo de maneira reconfortante. — Tenho certeza que não vai se decepcionar se esperar e confiar em Deus.

—Irei esperar e seguirei seus conselhos. -Digo me levantando e enxugando as lágrimas em meu rosto. —Vou no banheiro já começo o trabalho.

—Esta é a Angell que conheço. Ela diz dando um toque na minha mão e depois daquela conversa eu já sabia exatamente o que fazer. Orar e esperar. E caso eu me decepcionasse com as atitudes de Willian eu iria seguir minha vida como Lídia falou.

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