Capítulo 22

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Ódio, ódio e ódio era a única coisa que aquelas palavras acabaram me proporcionando, o tempo parece que parou literalmente e só existia eu e Marina naquele mundo. Ela com seu olhar assassino pra mim e o meu devia estar tão ou mais ainda pra ela. Eu tinha duas opções a primeira já havia sido descartada logo de início, poderia apenas chorar e correr o mais rápido que eu pudesse para longe dali e depois fizesse uma parada comendo meu chocolate ou o segundo poderia quebrar a cara e os dentes alinhados de Marina, não demorou muito pra que eu fizesse o que mais queria.

Em menos de 3 segundos lá estava eu pulando feito uma onça em direção sua presa, a presa era a Marina que em menos de três segundos também seu olhar passou de assassina para uma completa criança assustada. Anos me metendo em briga e confusões me proporcionaram um ótimo treinamento de lutas corporais, quando vi já estava deferindo uma sequência de socos na cara de Marina que a cada soco parecia ficar ainda mais desacordada, pelo visto ela esperava todos os tipos de reações menos aquela assim como os demais alunos presentes estavam abismados com a minha ação, não precisava nem olhar para suas caras para imagina-las. Igor e Willian tentavam fazer tudo para que eu saísse de cima de Marina porém todos os seus esforços eram em vão, Marina estava completamente tonta porém a garota ainda conseguiu jogar terra em meus olhos para que ela podesse virar o jogo e ficar em cima de mim, mas a minha agilidade era maior e a defesa de todos os seus golpes foi um sucesso ela não conseguiu se quer acertar um soco em mim o que foi uma vitória. 

Marina foi puxada e logo em seguida também fui, Igor segurava ela e Willian me segurava. Quando pude voltar a realidade percebi a dimensão da encrenca que havia me metido, tinha muitos alunos ali presenciando toda aquela cena e para o meu azar a cara de Marina não estava das melhores, acho que tive o desprazer de quebrar o seu perfeito nariz alinhado que já era mais perfeito assim.

Tentei a todo custo me liberar dos braços fortes de Willian um esforço em vão. Porém ele estava me tratando feito um animal me segurando daquele jeito.

—Pode me soltar. Falei enquanto me esperniava em seus braços.

—Só quando estiver mais calma. Ele disse em meu ouvido.

—Eu já tô mais calma! Me solta! - Dessa vez tive que gritar e a reação dele foi me trazer para mais perto de seu corpo. — Não vou mais bater nela, prometo.

— Que confusão é essa em frente a minha escola? Ao perceber de quem era aquela voz aí sim concretizei que estava muito, mais muito ferrada. —As duas para minha sala! AGORA.

E essas foram as últimas palavras do diretor Stive antes de dar as costas e dispensar toda aquela multidão. E lá estava eu e Marina uma sentada ao lado da outra, sem ao menos trocar um mísero olhar. Naquele momento me dei conta que estava sem minha mochila e minha barra de chocolate, em outro momento assim que saísse dali teria que encontrar.

—O que vocês duas pensam que estavam fazendo? - O diretor estava em pé e fazia horas que andava de um lado para outro em busca de palavras que pudesse ser utilizadas para dar uma bela de uma bronca. — Me acostumei com brigas masculinas, os garotos dos times trocando socos no meio do corredor por conta de uma garota! Ou até mesmo por conta de uma bola que não foi passada corretamente. - Dessa vez ele olhava diretamente para Marina e eu. —Mas duas garotas, trocando socos em frente a escola sem nenhum motivo aparente! Isso é demais!

—Foi ela quem começou. A voz de Marina de começo pareceu embargada e sofrida. —Esta vendo meu rosto? Essa garota deve ser presa em um manicômio!

—Cale-se. - Foi a vez do diretor falar novamente. —Marina você não é nenhuma santa, tantas reclamações de bullying vindo de você me fez rever alguns conceitos.

—Diretor Stive você conhece minha família, não quer mesmo entrar em problemas não é mesmo? -Dessa vez Marina falava em um tom ameaçador e nada sofrido. —Meu pai ajuda essa escola desde sua fundação e patrocina todos os jogos desse time idiota!

—Chega! Como ousa me ameaçar sou uma autoridade aqui e você tem que me respeitar senhorita! - Os olhos de Stive estavam focados em Marina. — Pela discussão e por essa audácia de me desafiar está duas semanas suspensa e não me venha com ameaças, com seu pai eu me resolvo.

—O QUÊ? Antes mesmo de Marina dar seu chilique Stive a interrompeu.

—Quer que eu fale de forma mais clara? Saia da minha sala agora! -Sua voz suou bastante autoritária e na mesma da hora Marina já deixava a direção pisando forte e por fim fechando a porta com uma brutalidade bastante exagerada. — O que eu faço com você ? Está a tão pouco tempo nessa escola e já entrou em uma confusão logo com Marina Andrad ?

Nessa bendita hora batem na porta e o que eu achava ser minha salvação acabara de ser o meu enterro de forma VIP. Era Crist que batia na porta e pedia autorização para entrar, ele parecia simpático ao trocar olhares com o diretor porém quando voltou seu olhar para mim não parecia tão amigável assim e por fim afundei ainda mais na cadeira.

—Crist quanto tempo ein? Stive o cumprimentou com um aperto de mão. — Que pena que seja nesta situação.

— Já estou ciente da confusão que Angell se meteu porém também sei o porquê de ter levado a fazer aquilo com Marina. -Quando ele disse isso só pensei em uma coisa, corrigindo em uma pessoa. Tenho certeza absoluta que foi Willian que acabou falando tudo para Crist. —Tenho certeza que Angell se arrepende.

—Sei que Marina é difícil de lidar e ela já foi punida da forma correta fique tranquilo. - Stive já não estava em pé e sim sentado em sua carteira olhando diretamente para mim, como se estivesse pensando em algum castigo a minha altura. —Mas não posso deixar Angell impune e já tenho uma punição em mente.

—Pode falar, Angell irá realizar qualquer atividade que lhe propor. Crist disse sem ao menos olhar para mim, tenho certeza que aquela atividade que ele se referia seria trabalho comunitário.

—Se Angell concordar ela poderá realizar um serviço comunitário na biblioteca da cidade que está bastante necessitada de uma ajuda extra. - Bom aquele não seria o pior trabalho/castigo proposto de certa forma fiquei até feliz. — Duas vezes por semana durante 3 meses que tal ? Depois de sair da escola pode ir direto pra lá.

—A punição de Marina foi só duas semanas suspensa, por que o meu há de ser 3 meses ? Depois de tanto calada falo por fim.

—Angell você é nova na cidade isso te pode proporcionar uma socialização melhor, encare isso tudo como uma ajuda!--Stive diz por fim em uma cara bastante contente. —E o que me diz topa?

—Sim. Minha cara não era das mais contentes porém tinha que arcar com as minha consequências e como já disse poderia ter recebido um castigo pior.

—Estamos resolvidos, já está liberada Angell só quero conversar um pouco com seu pai. Dou de ombros e apenas saio da direção em busca de água para refrescar a minha garganta que estava praticamente ressecada. Após tomar 2 copos de água volto ao corredor aonde estava a sala da direção e fico esperando por Crist ali, o corredor estava deserto e não tinha se quer uma alma viva.

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