Talvez o que vou contar mexa com a sua cabeça, eu não sei se pra melhor ou pior. Mas nós vamos descobrir quando acabar.
Tudo começou a cinco anos. Era meu aniversário e seguia uma vida completamente normal ao lado da mamãe. Emma Swan a mulher do tempo, minha mãe era jornalista e eu a admirava muito. As coisas corriam bem naquela tarde de sábado, fomos ao shopping compramos meu presente, ao qual chorei de alegria. Era simplesmente o box de livros do Harry Potter! Amava aqueles bruxos. Quando voltamos para casa, mamãe foi para a cozinha preparar o jantar, eu me sentei na banqueta e observei ela trabalhar cantarolando ao que parecia uma música da Madonna das antigas.
Eu estava nervosa queria perguntar, e já era grandinha. A questão me assombrava por anos, eu precisava saber...— Mamãe, você nunca me contou o que aconteceu com o papai... — Disse meio apreensiva.
O resultado? Mamãe soltou os pratos no chão que se espalharam em cacos quebrados.
— O que? Claro, que contei. — Ela gaguejou andando de um lado para o outro.
— A vassoura está atrás da porta. — Avisei.
— Olha essa bagunça.
Mamãe limpou tudo as pressas, os olhos meio perdidos ela mal olhava para mim.
— Mãe!?
Aumentei a voz para que ela se acalma-se.
— Filha... — Ela se aproximou pegando nas minhas mãos. — O seu pai, partiu há muito tempo. Já lhe disse isso.
— Mas como ele era? Não tem fotos em lugar algum, você nunca fala dele.
— Ele era... — Ela estava tensa dava para ver. — Encantador. Podia convencer qualquer um a acreditar...
— Acreditar no que?
— Em tudo. Agora chega, vá tomar banho e depois desça para jantar. — Ela beijou minha testa, não parecia bem.
— Ele gostaria de mim? Se tivesse me conhecido?
A pergunta fez minha mãe suspirar.
— Não há uma criatura na terra, que não possa gostar de você.
Eu sorri e subi as escadas. Eu jurava ter visto ela chorar enquanto saia do banho. Mas na época preferi não perguntar.
A Noite chegou e nós jantamos minha comida favorita, assistimos minha série de TV favorita "Supernatural". E depois comemos torta de maçã. Ela foi até o meu quarto para desejar boa noite.
— Tudo bem filha?
— Sim mãe.
Ela se aproximou da cama e acariciou meus cabelos.
— A mamãe ama você.
— Eu também amo você mãe. Obrigada por hoje.
— Filha... — Ela novamente pegou minhas mãos. — Sobre seu pai...é doloroso lembrar dele, ele era...difícil...mas aposto que ele amou você.
— Está tudo bem mamãe, eu entendo.
Na verdade eu não compreendia, mas decidi não importuna-la com o assunto.
A noite passava de pressa e logo peguei no sono, estava exausta. O dia tinha sido perfeito, mas como vocês verão a minha vida não é um conto de fadas.
No meio da madrugada, um estrondo no primeiro andar fez com que eu acordasse. Assustada e com medo pensei em não sair da cama, só idiotas saiam da cama no meio da noite. Eu sabia disso, filmes de terror são auto explicativos. Mas então eu ouvi a voz da minha mãe, ela falava com alguém e minha curiosidade foi maior que meu medo.
E lá estava eu andando de pijama pelos corredores de casa, como uma completa idiota.
Desci as escadas, e meus joelhos trêmulos mal me sustentavam, já não bastasse minha magreza exagerada ainda tinha que lidar com o medo. Peguei um jarro da sala, inutilmente achando que seria uma heroína. Quando me aproximei pude ouvir minha mãe com mais clareza.— Você não vai ficar com ela! Fizemos um trato! — Ela estava brava e chorando.
— Querida, pare com todo esse drama. Você sempre soube que eu viria atrás dela, afinal, a menina precisa do pai.
A voz era de um homem, era suave e grave. Pelo reflexo do jarro nas minhas mãos, eu vi a cena que acontecia na cozinha. Um homem de terno branco estava de pé, enquanto minha mãe de frente para ele estava me assustando, alterada e gritando com o estranho.
— O trato acabou, Emma. — Disse ele. — Catherine será minha, hoje.
— Nunca! — Gritou ela. — Acha que ela vai querer essa vida? Ela preferia morrer ao saber que o pai era a porra de um demônio!
O grito dela aquelas palavras, me deram falta de ar, meu cerebro explodiu em medo, horror e negação. Como uma boa idiota eu me levantei e revelei onde estava para os dois. Que me olharam simultaneamente. Mamãe com os olhos alarmados, o homem sorrindo de satisfação.
— Mãe você mentiu! Quem é ele? O que está acontecendo?
— Catherine saia daqui!
Eu vi minha mãe cravar uma faca enorme de cozinha no peito do homem que não expressou se quer uma sombra de dor. Ele retirou a faca e jogou para longe.
— Emma, Emma. Sempre fazendo burrices. — Ele revirou os olhos e se aproximou dela.
Sussurrou algo que eu não consegui ouvir direito. De repente a vi caminhar para a porta dos fundos e ir embora. Ela me deixou naquele instante. Eu gritei por ela, eu chorei ao vê-la partir sem nem olhar para trás.
— Mãe!? MAMÃE!
Nada adiantou. Ela se foi.
O homem se voltou para mim.
— Olá minha pequena flor. Não vai dar um abraço no papai? — Os olhos do estranho brilharam em um vermelho brilhante como fogo contido nos olhos, sombra de asas se abriram atrás dele e foi como ver o próprio diabo. Foi exatamente o que vi.
A primeira coisa que pensei, é que ali seria meu fim, a morte me esperava e não tinha o que fazer. Mas, o destino não quis assim. De repente a casa explodiu, literalmente explodiu e presumo que eu deveria ter morrido. Com certeza. Mas não morri. Quando acordei a casa estava no chão, tudo queimado e destruído, não havia sinal daquela coisa que se denominou meu pai. Agora, eu estava sozinha.
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A Filha Do Arcanjo
Teen FictionOi, eu sei o que você deve estar pensando o que diabos essa garota que eu nunca vi na vida quer? Bem, eu quero que me escute. Eu preciso contar minha história...E só você pode saber, será um segredo nosso certo? Por onde eu começo....hmmm....Ah!! J...