Eu Sou A Fúria Eterna

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Uma enorme escadaria se estendia até que não fosse possível ver onde terminava, a bruxa tinha nos guiado por atalhos e labirintos até este momento, agora estávamos os três encarando a nova jornada. Eu estava exausta de tanto andar, e Noah pobre coitado mal respirava, mesmo com suas energias recuperadas, o inferno para um humano vivo era como toxina, formigando pelas veias de um enfermo. Mika por sua vez, mesmo estando morta, parecia mais ativa do que nunca. 

- Ao fim da escada, está a nossa ultima porta, é a casa de Lúcifer, o primeiro inferno. Todos os maiores demônios habitam aquele lugar, não se sintam seguros nem se quer por um momento lá. Mesmo com os portões quebrados, acredito que Lúcifer não esteja sozinho. - Mika nos instruía com cautela. 

- Catherine, precisamos de um plano. 

- O meu plano é arrancar a cabeça dele. - Sorri forçadamente. 

- Pode ser poderosa agora, mas Lúcifer é muito velho, é um arcanjo do inicio do mundo e do universo, espera vencê-lo com petulância? 

Engoli em seco. Nunca tinha pensado nisso. Apenas o via como meu pai monstro.

- Sua parte humana ainda resiste dentro de você, eu posso senti-la, está fraca, mas não se foi. 

- Isto é ruim? 

- É péssimo. - Mika piscou como se fosse obvio. - Sei que lutei para deixá-la protegida de tudo isso Catherine, mas agora, precisa se libertar, seu poder só será suficiente se deixa-lo florecer. 

- Como eu faço isso? 

- Eu não sei, não sou especialista em Nephilins. 

Neste mesmo momento, um estalo ascendeu minha mente. 

- Anael...Ela foi levada por alguma criatura. E Miguel também. 

- Anael e Miguel estão juntos? - Havia um certo orgulho e arrogância na voz de Mika. 

- Estão. - Disparei, percebendo que Mika murchou me apressei para corrigir. - Não. Não desse jeito, eles foram pegos enquanto dirigiam para cá, eu tive que voltar por Azazel...enfim longa história. Mas Miguel está tipo, solteiro. 

- Cate, só pare de falar. - Noah tocou meu ombro, em complacência. - Mika consegue encontrá-los. 

A bruxa respirou fundo e fechou os olhos, uma luz mágica dançou em suas mãos, antes que  ela desse dois passos para trás, preocupada e aflita. 

- Eles estão lá. - Ela olhou para cima. 

As Escadarias, ao final delas teríamos as respostas. 

- Então vamos. - Declarei subindo os primeiros degraus. 

Os outros me seguiram. 

O tempo era relativo e instável dentro do inferno, não se podia confiar nos pensamentos, nem nas sombras que se moviam na parede, diferenciar realidade de ilusão, o que era projetado pelo medo ou o que estava ali espreitando sua subia ao carvalho, era uma tarefa impossível. Passamos muito tempo, subindo degrau por degrau parando algumas vezes para descansar. Para despertar do transe repetitivo da subida mórbida. 

Finalmente a porta estava visível para nós. Subimos os últimos degraus e lá estavam uma porta pesada de aço e bronze nas bordas, no meio um símbolo demoníaco entalhado com alguma coisa afiada, parecia recente. 

- O que é isso? 

- É uma proteção. - Mika tocou a porta e uma energia correu seu braço. - Isso é forte. Significa que seu pai, teme a sua presença. 

- Como vamos entrar? 

- Com magia é claro. - Mika olhou para mim. - Cate, o poder angelical que corre em suas vezes, não passa de magia, então nós vamos abrir essa porta juntas. 

A Filha Do ArcanjoOnde histórias criam vida. Descubra agora