CAPÍTULO 6

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You hurt me so bad
that pain
lost its meaning

_perry poetry_

Então porque não me matou? - questiono novamente com certa frieza.

Você faz demasiadas perguntas. - o mesmo muda de assunto. - Vou para meu quarto. - informa, arrumando a malinha de primeiros socorros.

Mas você ainda não me respondeu. - argumento, tentando obter minha resposta.

Nem o farei. - me encara com seu semblante sério - Não se atreva a escapar novamente. - o mesmo me avisa sério, seguindo para seu quarto.

Estúpido. - falo baixo para mim mesma, ele era mesmo irritante.

Opto por me dirigir também para meu quarto, me deitando sobre a cama, me abraçando num travesseiro, o sono com certeza não viria, meus pensamentos não o permitiam, estava tão assustada com o que aconteceu, não tenho uma explicação certa que explique como eu consegui fazer o que fiz, não sei de onde veio a coragem ou talvez a crueldade, foi uma atitude momentânea que me afetou para toda a vida, posso parecer demasiado dramática e insistir que meu ato vai me marcar, mas de facto é verdade, eu posso fingir que esqueci ou que nada aconteceu daqui para a frente, mas a noite de hoje permanecerá comigo, como punição e apesar de ter sido um ato de defesa, isso vai me perseguir até o dia de minha morte e não sei se serei forte o suficiente para lidar com isso.

Me pego lembrando do momento em que o homem me agredia, de seus toques e beijos não autorizados e aperto mais o travesseiro contra mim, sentindo meus olhos marejarem prestes a permitir que as lágrimas percorressem meu rosto, tendo a pior das recordações, era estranho como eu ainda conseguia sentir o medo, a angústia e sobretudo a repulsa que senti intensamente à alguns minutos atrás, era horrível, porque não conseguia deixar de me sentir culpada, me sentia nojenta, nojo de meu corpo, nojo de mim, era como se meu consciente soubesse que não era minha culpa, mas que reijatava essa hipótese ao máximo.

É tão injusto viver numa sociedade em que o sexo feminino em casos ainda é inferiorizado e insultado, basta por seus pés na rua apenas por um momento que comentários indesejados serão ouvidos e isso é mais comum do que se pensa e que uma parte do sexo oposto não sabe aceitar um não, ou simplesmente não se importa com os outros, apenas com seu desejo de se satisfazer sexualmente, mesmo que isso implique ir contra a vontade dos que o rodeiam.

O que passei hoje me fez pensar nisso e refletir sobre o que ainda teremos de fazer e que mudanças terão de ser feitas, para que o respeito seja mais notório entre a sociedade, mas por um momento eu me senti aliviada por aquele homem não poder me fazer mal novamente ou a outras garotas e Taehyung foi tão diferente comigo, que acho que ele não é tão ruim assim, apesar de por vezes ser frio sem motivo, mas o sono me acaba apanhando despercebida.

***


Estava tudo muito escuro, a rua estava deserta e um cara estava na minha frente, com roupa social, o mesmo cara que eu havia visto nas mãos de Taehyung, na noite em que minha tia me havia expulso de casa.

V-você está morto, c-omo... - tento argumentar tendo seu rosto encarando o meu, que o olhava em pura descrença.

Ele vai encontrar você e quando isso acontecer, acabará como eu. - simplesmente solta tais palavras que eu não entendia.

Ele quem? - questiono me aproximando do homem que estava com um semblante sério, que me fazia temer pelo que poderia sair de sua boca.

Yug... - o mesmo estava prestes a falar, mas é interrompido e uma bala o atinge, olho para trás assustada, vendo Taehyung com uma arma em mãos.

I'm in love with a Killer - Kim Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora