CAPÍTULO 25

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   Me viro na cama e encaro o teto, não havia pregado olho a noite inteira e a claridade que provinha da janela indicava que já era de manhã.

     Para ser minha primeira experiência com meus pais depois de tanto tempo estava sendo doloroso demais, meu coração não aguentava e me estava arrependendo amargamente de ter cortado todos e quaisquer tipo de relações com Taehyung, nem uma semana havia passado e já sentia falta dele, mas pelo menos meu pai não poderia machucá-lo, sim eu estava com receio de meu próprio pai.

      Mal me havia alimentado direito e eram raras as vezes em que eu saía deste quarto cinzento, que descrevia exatamente meu humor nos últimos quatro dias.

       Minha mãe era a que mais insistia em bater na porta e pedir para eu descer ou simplesmente desabafar com ela, mas para ser sincera eu não conseguia confiar, minha família era dona de um cartel, cresceu e possuía tanto prestígio graças a dinheiro sujo e claro que tinham suas tapadeiras. Cafés, empresas, lojas, minha mãe se encarregava de cuidar dessa parte e meu pai do resto, da parte má por assim dizer.

       Como eu poderia desabafar com ela, se para além de concordar com meu pai,  achava errado eu ter criado "tamanha dependência por uma pessoa ruim", era assim que ela falava, como se ela tivesse moral alguma para discutir sobre isso, já que ela acabou por se juntar com um homem herdeiro de tamanho negócio sórdido.

       Me forço a sair da cama e me olho no espelho, eu estava deplorável.

      Decido pegar em uma muda de roupa que não fosse a que meu pai me dera e vou até ao banheiro que o quarto possuía e tomo um duche rápido.

         Depois me visto e vou até a penteadeira e observo os objetos sobre a mesma, que nada mais eram do que alguns produtos de beleza, maquiagem, um ou dois perfumes e alguma bejuteria.

        Tudo parecia demasiado sofisticado e caro e sinceramente eu achava exagerado, não que eu não gostasse, mas minha tia não era tão rica assim e embora eu gostasse de me  cuidar eu nunca senti necessidade de ter mais do que eu mesma já tinha.

      Mas mesmo assim eu me permiti usar um pouco de corretivo e gloss, só para disfarçar um pouco o resultado que as noites mal dormidas tinham deixado em minha face e decido por fim sair desse quarto nem que fosse para me alimentar decentemente, pois se eu continua-se assim ainda desenvolveria algum problema.

       Assim que acabo de descer as escadas vou até onde eu achava que era a cozinha e meu palpite acaba por ser correto, mas assim que entro apenas vejo algumas garçonetes a preparar o café da manhã.

      Bom dia. - digo e elas retribuem - Posso sentar? - pergunto olhando para uma pequena mesa de cinco lugares.

      Hum... É aí que nós empregadas fazemos nossas refeições, a senhorita tem de ir para a sala de jantar fazer companhia para seus pais. - avisa  a mais velha apreensiva.

       Mas vocês se importam se eu ficar aqui? - pergunto, não estava afim de iniciar o dia tendo de olhar para meu pai.

      Nós não nos importamos, mas são ordens de seu pai e... - fala agora uma mais nova, mas eu a interrompo.

       Já que sou filha dele, eu também mando alguma coisa aqui, então comerei nessa mesa, mas não se preocupe com meu pai, se ele falar alguma coisa eu mesma me encarrego dele. - digo e a moça parece ficar mais tranquila. - Além do mais eu prometo não atrapalhar seus afazeres. - digo e a mesma sorri.

     Tudo bem então, a senhorita vai desejar o quê para comer? - pergunta se aproximando.

      Apenas um suco e umas torradas. - peço - E por favor não me trate por senhorita, comigo pode falar  informalmente. - digo e ela assente, para mim, era estranho me tratarem de forma tão formal.

I'm in love with a Killer - Kim Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora