Eu estava de olhos fechados e o agarrando. Ele era maluco e descompensado. Eu duvidaria muito que ele tinha carteira para pilotar essa coisa. O cara era um louco e não tinha medo de derrapar, avançar os sinais... era um fora da lei.
Eu senti um solavanco e notei que a moto parou me fazendo abrir os olhos ainda mais nauseado. A chuva só tinha piorado, estava morrendo de frio, estava encharcado, com mais vontade de vomitar e a cabeça parecendo que iria explodir.
– Pronto, cara. – disse apoiando o pé no asfalto em frente ao meu apartamento.
Com muita dificuldade consegui descer da moto e entreguei o capacete para ele que me observava em cima da moto. Coitado, ele estava todo molhado igualmente a mim.
– Obrigado. – falei sorrindo de canto doido para chegar em casa e tomar um banho, vestir meu pijama, tomar um remédio e deitar.
Me virei e dei a volta na moto zonzo e com uma dor nas costas, subi na calçada e fui em direção a entrada do meu prédio acompanhado da chuva, raios e trovões...
– Aonde você pensa que vai com isso? – gritou me fazendo virar.
– O quê? – parei vendo que ele desceu da moto e estava com um meio sorriso no rosto.
Se aproximou de mim e balançando a cabeça negando retirou a bolsa de pizza que estava nas minhas costas aliviando minhas dores o que me fez sorrir envergonhado.
O que a bebida não faz, né?
– Que alívio, mano. – disse me espreguiçando com a mãos na cintura. – Esse negócio não é nada confortável. – disse o vendo pendurar em suas costas.
– Você consegue chegar até seu apartamento? – parou e me encarou.
– É claro, Lobo Branco... – falei girado os olhos e segurando o vômito na goela.
Por fim, ele sacudiu a cabeça e sorriu. Era estranho porque estávamos debaixo daquele temporal e nenhum momento buscamos abrigo.
– É Coiote. – disse me corrigindo.
– Ééé... – falei sorrindo, mas logo fiquei sério. – Obrigado por ter me salvado, você não tão idiota como eu pensava. – falei sorrindo e me virando rumo ao caminho encharcado. – Adiós, Lobo Branco... Cuidado com essa chuva, eu soube que os lobos põem o rabinho entre as pernas. – falei sem o encarar com uma vontade de rir, mas me contive para não o olhar.
– É COIOTE! – gritou me fazendo sorrir com sua resposta e senti um tom mais condescendente na sua voz que parecia provocativa rouca em meia a tempestade.
Eu deitei finalmente depois do banho e tomar o remédio e apaguei todas as luzes e mandei uma mensagem para John:
VOCÊ ME PAGA, JONATHAN WILLIAN.
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CLANDESTINOS
RomancePara Michael e Liam a ilegalidade se tornou a maior aliada. Era cruel. Eles sabiam, mas aqueles sentimentos que eles começaram nutrir um pelo outro eram fortes o suficiente para ambos pularem os obstáculos que eram colocados em suas vidas. "Será qu...