O jantar dos William - Parte: Dois

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O jantar dos William - Parte Dois: In Memoriam

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O jantar dos William - Parte Dois: In Memoriam


O céu abriu aquela noite e as estrelas aparecerem. Uma brisa revigorante soprava em meio as copas das grandes árvores deixando um frescor naquela noite de comemoração.

Após o banquete todos se confraternizaram. John era arrastado por seus pais para grupos de pessoas se fazendo de bom moço. Eu ficava olhando com uma vontade de rir porque ele era muito cara-de-pau, já que em Baltimore, MD, era o oposto do filho perfeito.

Por que os herdeiros dessas famílias eram sempre assim? Sem nenhuma necessidade caiam na tentação e vadiagens.

Já Bryan, estava com Lucia a tira colo, era obvio que ela era apaixonada por ele. Os olhos verdes o olhavam admirados e me fazia ficar de coração apertado porque Bryan não dava a mínima para ela. Sempre que dava ele era escorregadio tentando escapar dela, evitava beijá-la e forçava aquilo porque seus paias estavam por perto e via aquilo como "O futuro da próxima geração bem sucedida dos Takaishi". Aquilo era uma hipocrisia pura.

Claire quando dava sempre me olhava. Era uma mulher hostil e desconfiada. Em nenhum momento eu desviava meu olhar, eu mostrava meu incomodo até ela mesmo se tocar e prestar a atenção em qualquer outra coisa a não ser a mim. Ela tinha uma aura estranha. Não confiava. A mãe de John, Elizabeth, tinha razão.

Eu dei uma escapulida e fui para trás da mansão e me sentei na escada que dava ao gramado e fitei o lago ao fundo negro e em sua orla as grandes árvores tremularem por conta do vento em meio ao seu céu estrelado.

Como eu queria estar com Liam e fugir disso tudo. Por que recusei seu resgate de helicóptero?

– Michizinho. – John surgiu descendo os degraus e se sentou ao meu lado.

Começou a tocar Elvis e o som chegava um pouco baixo, mas o falatório era maior que a música.

– O que foi, John? – perguntei sorrindo encostando a cabeça em seu ombro.

– Não aguento mais esse pessoal. – disse beijando minha cabeça e pegando um baseado do bolso. – Só assim para melhorar.

Me desencostei e o olhei sério. Ele esfregou o dedo indicador e o polegar no baseado e sorriu como uma raposa se levantando e desceu parando no gramado em pé me encarando. Todo ano era isso.

– Tão maduro, John. – falei apoiando os braços no degrau e respirando fundo o vendo acender aquela coisa.

– Hoje é dia de festejar. – disse pondo o cigarro na boca. – Por que você está aqui sozinho? – perguntou ainda parado me observando.

– Estava pensando na vida. – falei respirando fundo. – Foi mal, John, mas esse ano estou sem cabeça para o jantar. – admito.

– Eu estou sem todos os anos, príncipe. – disse tragando aquilo e soltando a fumaça fazendo fantasmas subirem ao céu. – Nesses últimos anos foi graças a você que isso deixou de ser chato. – disse com os olhos avermelhados e o topete caindo sobre a testa.

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