XIII

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este capitulo foi revisado e editado

Agonia, ressentimento e medo. Essas eram sensações que cercavam minha mente desde que decidi conversar com Thor.

Fui abatida pela covardia, pensando seriamente em fugir para o apartamento de Vittorio e fingir que tudo estava bem, apesar de escutar aquela vozinha da razão dizendo que eu não poderia escapar por muito tempo.

Por mais que odeie ter que lidar com aquilo, não posso evitar. Pelo menos, não mais.

No momento, Thor parecia a única pessoa apta para me ajudar a entender a situação, mesmo que não saiba como reagir ao ouvi-lo mais uma vez tentar me convencer que sou filha da pessoa que matou milhares em Manhattan. Não é bem o tipo de coisa que quero escutar.

Antes que pudesse perceber, já estava parada na sala da Torre. O lugar continuava o mesmo, contudo havia uma sombra que cercava meus movimentos, o peso da conversa desagradável que estava perto de ter.

Tony e Pepper não estavam na Torre, então nem me dei ao trabalho de perguntar por eles, indo direto à questão quando falei para o vazio do cômodo.

— Bonjour, senhorita Beaumont — F.R.I.D.A.Y cumprimentou. — Em que posso lhe ajudar?

— Onde está Thor?

— O senhor Odinson permanece em seu quarto descansando, deseja que o comunique sobre sua presença?

Confirmei para a Inteligência Artificial, inspirando o máximo de ar que pude, tentando acalmar meu coração descompassado. Havia uma dorzinha desconfortável na minha cabeça, algo insistente que começou ontem à noite, provavelmente por não conseguir dormir corretamente há algum tempo.

Sempre me considerei alguém sensata e racional, mas eu estava errada, pois nunca imaginei que poderia perder o controle das minhas emoções tão facilmente.

Acho que estou enlouquecendo.

Antes que pudesse perceber, o deus do trovão já se aproximava em passos cautelosos. Ambos esperávamos para saber quem começaria a falar.

— É mentira, não é mesmo? — quebrei o silêncio. — Quer dizer, não é como se eu fosse filha... Não, óbvio que não. Aquilo era só uma brincadeira.

Não entre em pânico, Ravenna.

— Quer beber alguma coisa? Talvez algo para te acalmar...

— Eu não quero beber nada — levei as mãos ao cabelo, puxando-os com força. — Isso foi uma péssima ideia. Eu não deveria ter vindo.

Não perca o controle.

— Não! — ergueu a voz, porém diminuiu o tom assim que notou o que estava fazendo. — Nós precisamos conversar.

— A única coisa de que preciso é que você admita que tudo foi uma piada de mal gosto — devo ter soado chorosa. Eu odiava ficar assim, detestava saber que estava prestes a cair em lágrimas.

— Não posso admitir uma mentira que não contei — sua calma estava me irritando. — Por favor, me dê a chance de explicar.

— Você quer me explicar a história? Pode me dizer qual o motivo de seu irmão ter me abandonado como lixo?

Silêncio foi toda a resposta que o deus pôde me entregar.

— Consegue me responder, por exemplo, a razão pela qual ele demorou quase 21 anos para procurar por mim? — continuei com os questionamentos, sabendo que Thor não conseguiria explicar.

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